The World After The End
Capítulo 229: O mundo após o fim (1)
[Eu queria ver a história impossível se desenrolar. Eu queria ver aquela história impossível se tornar realidade. Talvez seja por isso que considero esta novel dentro do gênero fantasia moderna.]
-Reflexão do autor sobre [The World After The End]
Episódio — O mundo após o fim
O Fim sempre vem de todos os lugares.
Apenas algumas pessoas testemunham o Fim e alertam as pessoas ao seu redor para pedir ajuda. Mas, na maioria dos casos, não há ajuda porque, para a maioria das pessoas, esse Fim não é um Fim de forma alguma.
Que se foda o Fim.
Para as pessoas do mundo, qualquer tipo de Fim não é um Fim. Mas elas não sabem. A maioria dos ‘fins’ que as pessoas enfrentam são resultados de sua morte que vêm de ‘qualquer Fim’. E Jaehwan, de dez anos, também foi vítima de tal Fim.
— Pare com isso! Vou chamar a polícia se você não parar!
— Vou levá-lo! O que te faz ter o direito?! Você ainda tem um emprego? Ou–
— Jaehwan é MEU filho!
Jaehwan sentiu uma dor de cabeça ao ouvir os gritos.
“Onde estou?”
Ele era seu eu de dez anos. Sua bochecha que havia caído sobre uma pequena mesa foi puxada para fora da superfície. Havia cadernos sujos e usados com rabiscos e fórmulas.
Quando Jaehwan olhou de perto, era mais um desenho do que um rabisco. Era difícil saber no começo, mas depois de olhar por um tempo, ficou claro. Era um homem de palitinho segurando algo que parecia uma faca, e estava rasgando o dever de casa e as fórmulas de Jaehwan com sua espada.
Foi então que muitas lembranças passaram por sua cabeça. Era tanto tempo no passado, que aquilo balançou sua cabeça de dez anos e o fez terminar em um estado de quase convulsão.
“O quê?”
“Por que estou aqui? Onde está o Grande Irmão?”
“Mulack?”
“Que lugar é esse?”
…
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Entendo. Então este lugar é… Este é o Pesadelo do Início.
…
Pesadelo do Início? O que era isso?
Ele ficou confuso com todos os tipos de memória. Seus pulmões de dez anos se moveram rapidamente quando se sentiu tonto. Parecia que havia visto algo flutuando e percebeu que vários objetos estavam sendo arremessados. E com o som de algum choque, ele ouviu o grito agudo de uma mulher. Jaehwan olhou para o prato quebrado. Ao ver o pedaço pontiagudo quebrado do prato, uma palavra veio à sua mente.
Estocada.
Jaehwan segurou o pedaço sem perceber. Fez um pequeno corte em sua pequena palma de dez anos. Doeu, mas não era absurdo.
— AAAAAAH! Solte-me! SOLTE-ME!
Ele ouviu os gritos da mulher novamente. Jaehwan virou-se para o grito e viu uma mulher que não conhecia. Uma mulher…?
— Mãe.
Jaehwan falou a palavra sem saber e ficou chocado por ter dito tal palavra.
“Mãe? Eu tinha uma mãe? Eu… Eu estive sozinho por dez bilhões de anos. Como posso ter uma…”
E com a dor de cabeça infernal, Jaehwan caminhou até a mulher com o caco de prato na mão. Jaehwan então viu um homem ameaçando a mulher levantando uma pequena cadeira contra ela. Jaehwan não conseguia ver o rosto do homem. Ele se aproximou e conseguiu vê-lo com mais clareza.
“Ah-ah.”
O jovem Jaehwan parou no local quando sentiu algum tipo de choque em seu corpo.
“Isso é…”
Ele sentiu outra dor aguda na cabeça enquanto apertava o pedaço quebrado.
O homem não tinha olhos, nariz ou boca.
Como se estivesse coberto por alguma coisa, a coisa que cobria o rosto eram números realmente pequenos. Jaehwan então se lembrou de rabiscos e fórmulas escritas no caderno. Aquele rosto tinha as fórmulas. Aquele rosto era…
O sistema.
Quando a palavra surgiu em sua mente, Jaehwan gritou enquanto atacava. Ele viu o rosto pálido e assustado da mulher e o homem recuando em estado de choque. Então moveu a mão direita em um movimento poderoso e ouviu alguém gritando. Depois sorriu levemente.
“Eu consegui. CONSEGUI! Matei o <Grande Irmão>!!”
E no momento seguinte, o corpo de Jaehwan ficou rígido.
“Grande irmão? O que é isso afinal?
O grito foi então misturado com o de outra pessoa. Parecia que o mundo tinha virado e, no momento seguinte, Jaehwan sentiu alguém o abraçando pelas costas. Era a mãe dele. Ele estava nos braços de sua mãe depois de todos esses anos. O corpo de Jaehwan balançou impotente como uma boneca dentro do abraço dela.
Ele viu um homem caído no chão, sangrando no braço.
O homem estava gritando. Ele era… Jaehwan viu os ferimentos do homem. Havia sangue escorrendo da ferida.
Jaehwan então olhou para a mão onde estava segurando o pedaço de prato quebrado. Sua mão de dez anos estava ensanguentada. Por quê? A pergunta o dominou.
“Por quê? Por que não é uma cor prateada?”
— Jaehwan… Jaehwan…!
A mulher continuou chamando o nome do filho sem saber o que fazer. Jaehwan olhou para cima.
— Mãe…
E quando encontrou os olhos de seu filho, ficou pálida.
— Ah… Ah-ah…
Naquele momento, Jaehwan não era seu filho. Aos olhos dela, Jaehwan parecia um monstro, um demônio que não era deste mundo. Aquele demônio estava sorrindo estranhamente.
— Mãe. O sangue é vermelho.
— É um transtorno delirante.
O médico de jaleco branco e óculos prateados falou.
— Pode acontecer com uma criança dessa idade com uma combinação de Esquizofrenia, mas acho um pouco grave no caso do Jaehwan. Pode até levar a um distúrbio de desenvolvimento.
A descrição não havia sido muito detalhada, mas parecia convincente o suficiente para uma mulher que não tinha nenhum conhecimento sobre psiquiatria. Também era reconfortante ver muitos prêmios e placas mostrando várias conquistas e pesquisas feitas pelo profissional médico.
O que quer que ele tenha dito, deve significar que o garoto estava em estado grave.
Essa foi a única coisa que ela pôde entender em sua descrição. Então desejou que sua escolha de palavras correspondesse ao profissionalismo do médico e perguntou:
— Jaehwan está em estado grave?
— Podemos dizer que sim. Você não viu com seus próprios olhos? O incidente em si foi…
O médico parou de falar, mas ela entendeu o que ele não disse. Às vezes, era mais eficaz não dizer as coisas em voz alta.
Jaehwan sentiu um leve tremor na mão de sua mãe que tocou seu ombro. Se Jaehwan não estivesse tanto fora de si, aquilo seria o suficiente para deixá-lo com raiva. Seria o suficiente para discutir com o médico por tratar o paciente de forma tão humilhante. Mas Jaehwan não estava em condições de fazer tal coisa. Além disso, ele era apenas um garoto de dez anos.