The World After the End – Capítulo 41 - Anime Center BR

The World After the End – Capítulo 41

Jaehwan estava surpreso.

— Você conheceu o Mulack?

— Bem…

Chunghuh assentiu.

— Na verdade, viajei com ele.

— Viajou?

Chunghuh parecia estar pensando em uma memória distante no passado. O nome Mulack era realmente antigo para Chunghuh lembrar.

— Isso aconteceu há muito tempo. Vamos dar uma volta.

O ar frio envolveu Jaehwan enquanto saíam. Chunghuh ficou um tempo sem falar e Jaehwan esperou. As ruas estavam tomadas pelos cheiros de vários alimentos. Jaehwan olhou para a comida sendo vendida. Parecia que as pessoas aqui eram agricultores, já que alguns dos vendedores estavam vendendo milho e outras safras, enquanto a maioria vendia carne. Parecia estranho. Jaehwan ouviu que as pessoas no <Caos> não precisavam comer. Na verdade, o próprio Jaehwan não comia há 30 dias até chegar aqui e nunca sentiu fome.

As pessoas que vendiam comida pareciam sombrias. Não era como se a vida que eles levavam estivesse lhes dando dificuldades. Era como se algo dentro deles estivesse vazio.

— No que pensa quando vê essa rua?

— …

— Não parece viva, parece? As pessoas não se sentem vivas.

Era como Chunghuh dizia.

— Mas isso provavelmente é normal já que estão todos mortos.

Chunghuh franziu a testa para a resposta de Jaehwan.

— As pessoas não estão mortas até aceitarem a própria morte.

Jaehwan sentiu que a “morte” nesse mundo era diferente da “morte” que ele conhecia. Essas pessoas tinham espíritos no <Caos>. Elas tinham as vidas delas. Além disso, também tinham uma chance de serem revividas.

— Esse lugar não foi assim desde o início.

A Fortaleza de Gorgon não era sombria assim há centenas de anos quando Chunghuh chegou.

— O <Caos> era a terra das bênçãos. Era um lugar onde os espíritos devastados pela guerra se reuniam para descansar e recuperar as energias.

As pessoas não envelheciam no <Caos>. Não morriam de fome. Todos os seres foram libertados da antiga vida deles e encontraram uma nova aqui.

— Havia menos corrupções de espíritos.

Os fracos se juntavam para caçar bestas e compartilhavam os chifres. Alianças eram formadas, enquanto nas Grandes Terras era impossível, e todas as raças se juntavam para sobreviver. Todos estavam satisfeitos com a vida aqui.

Isso é, até “aquele dia”.

— O que aconteceu?

Chunghuh parou. Ele então caminhou até o bar externo e se sentou. Jaehwan hesitou, mas decidiu sentar ao lado dele. Chunghuh pediu uma cerveja e falou.

— Ha, é uma pena que sua loja está em ruínas.

A resposta veio da pessoa que acabou de servir a cerveja.

— Nem me fale.

Era a Claire, a mulher que estava com Minora. Jaehwan então percebeu que estava na rua em que havia lutado mais cedo. Chunghuh gargalhou.

— Então vai abrir um bar externo por enquanto?

— Sim, não tenho escolha. Alguém arruinou minha loja.

Claire olhou para Jaehwan e começou a preparar a comida. Em seguida ela serviu um espeto de carne de um chifre.

— Haah, que delícia.

Chunghuh bebeu a cerveja, deu uma mordida, e falou:

— Então, onde estávamos?

— Que o <Caos> era um lugar tranquilo.

— Ah, sim.

Chunghuh sorriu amargamente.

— Era mesmo tranquilo antigamente.

Paz. Isso era interessante. Se o lugar era tão tranquilo e todos aproveitavam suas eternas vidas após a morte, o que havia levado esse lugar ao seu estado atual?

— A razão está aqui.

Chunghuh falou enquanto balançava o copo de cerveja que estava bebendo. Ele então bebeu novamente.

— O que quer dizer?

Jaehwan só conseguia pensar que tinha alguma coisa a ver com a cerveja.

— As pessoas começaram a brigar enquanto estavam bêbadas?

Chunghuh riu cuspindo a cerveja da boca.

— Haha! Isso teria sido bem melhor.

Claire gritou de desgosto por cuspir a cerveja de longe e Chunghuh continuou:

— Você não sabe de nada, não é?

Chunghuh limpou a boca com as roupas.

— Acho que não se conhece a vida quando passa ela inteira usando estocadas.

— Vida?

— Não acha estranho? Você não precisa comer aqui.

Era como ele dizia. Mesmo quando ninguém precisava comer, todos comiam quando dava a hora.

— Até a cerveja. Você nunca fica bêbado. Só tem o cheiro e o gosto.

Jaehwan então deu um gole na cerveja. Tinha o cheiro distinto do álcool, mas era só isso. Significava que a bebida não era realmente uma cerveja no fim das contas. Jaehwan ficou curioso.

— Então o que são?

Jaehwan se virou para dois homens que estavam lutando com os rostos vermelhos parecendo estar bêbados.

— O que acha que eles são?

— Bêbados.

— Bêbados? Com uma bebida que não te deixa embriagado?

Jaehwan sentiu que algo estava errado. Ele olhou com atenção. Os rostos deles estavam vermelhos e a fala arrastada. Mas faltava alguma coisa. Os olhos deles. Seus olhos estavam limpos demais para serem de homens bêbados. Estavam apenas fingindo estar bêbados.

“Por quê?”

Jaehwan sentiu que havia encontrado uma resposta quando viu Chunghuh bebendo uma cerveja que não podia deixá-lo embriagado, ou os homens que estavam lutando, fingindo estar bêbados.

Vida eterna. Sem morte, sem guerra. Paz terrível.

— Fingindo viver a “vida”.

Vida, um tempo limite dado que foi programado para acabar quando a morte chega. Eles apenas receberam liberdade do tempo limite deles, mas em seguida ansiaram pela vida com ele. Jaehwan finalmente sentiu que entendia. Essas pessoas queriam reviver a verdadeira “vida” de novo. A vida em que tinham um corpo e um coração. Uma vida em que eles morreriam se não comessem ou ficariam bêbados quando tomassem cerveja.

Chunghuh gargalhou.

— Sim, vida. Essa era a razão. Pessoas ansiando pela “verdadeira” coisa apareceram.

Chunghuh continuou:

— Bem, também havia pessoas que ansiavam por isso nos velhos tempos. É só que eram poucas.

— O número deles cresceu?

— Sim, mas devagar. Ao longo de um bom tempo.

Aquele que vivia o suficiente normalmente só consistia em um ou dois até então. Eles saíam da fortaleza para enfrentar a morte em silêncio, ou viajavam para o centro do <Caos> procurando pela entrada do <Abismo>.

Em seguida, um novo grupo de pessoas que escolheram a terceira opção apareceu.

Pessoas que ficaram entediadas com a vida eterna. Homens que ansiavam pela vida “real”.

— Essa era a equipe “Expedição do Abismo”. Os que se juntaram para encontrar a vida real novamente.

Os olhos de Chunghuh afundaram. Jaehwan então entendeu que Chunghuh foi um dos membros dessa equipe.

— Por que foi para o Abismo?

— Para encontrar o [Fruto].

— Fruto…

— É o [Fruto da Ressurreição]. Normalmente é chamado só de [Fruto].

Jaehwan percebeu o que o [Fruto] que ele tinha ouvido antes com a [Suspeita] significava. Essa era a única forma que os mortos do <Caos> poderiam ser revividos de volta nas Grandes Terras.

— Eu só tinha 120 anos naquela época. Não tinha nada a temer.

— Por isso participou?

— Sim.

— Então a sua viagem com Mulack significa que…

Chunghuh concordou.

— O Pesadelo Mulack estava na equipe. Ele era o capitão.

Chunghuh ainda se lembrava daqueles dias. A vez em que ele conheceu Mulack quando se juntou a equipe de expedição.

 

***

 

— Um Despertado? Interessante.

Foi o que Mulack disse quando viu Chunghuh pela primeira vez.

— E com uma emoção… Um despertar imperfeito? Você trilha o caminho traiçoeiro. Deve ser difícil.

Chunghuh não se sentiu bem. Todos os Despertados enfrentavam a necessidade de abandonar o ego humano para ver o verdadeiro mundo. Mas Chunghuh se recusou a deixar isso para trás. Foi isso que o fez mais fraco que seus amigos. Foi o que o matou e o enviou para o <Caos>.

— Corta o papo furado.

— Sinto muito, não quis te ofender.

Ofender? Não era só o assunto que era ofensivo. Chunghuh estava ofendido no momento em que viu Mulack. Ele era um [Produto] naquela época. Ele ainda tinha ódio por qualquer um relacionado à Torre dos Pesadelos. Na verdade, ele matou cada Demônio que encontrou enquanto viajava pelas Grandes Terras, mas nunca tinha matado [Pesadelos] até agora.

— Por que um [Pesadelo] está indo para o <Abismo>? Não deveria ficar quieto no seu quarto fazendo uma torre?

Além disso, Mulack nem estava morto. Esses [Pesadelos] usavam a [Porta Estreita] para entrar no <Caos> vivos.

— Não está feliz comigo por causa da [Cultivação].

Mulack pensou um pouco e falou:

— Não tenho nada a dizer. Não vai adiantar pedir seu perdão em nome de todos os [Pesadelos].

— Cale a boca.

— Acho que é o fardo que tenho que carregar.

Chunghuh achou que ele estava mentindo. Um [Pesadelo] tendo remorso sobre fazer uma torre. Ele nunca tinha ouvido falar de um [Pesadelo] assim.

— Acredite ou não, o motivo pelo qual entrei na Árvore da Miragem indo para o <Abismo> é aquela torre.

— O quê?

Chunghuh não conseguia esquecer o que ouviu até hoje.

— Para acabar com toda a [Cultivação]. Por isso que estou liderando essa expedição.

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