Prólogo – Monólogo de Karuizawa Kei

Tradução: Tinky Winky / Revisão: Douglas

 

 

No fim, nada mudou mesmo depois que eu vim para esta escola. Não, isso está errado… Talvez eu nunca tenha tido a intenção de mudar. Para melhor ou pior, sempre foi o mesmo para mim. Afinal de contas, eu entendo a mim mesma melhor do que qualquer um.

Eu sei tudo sobre mim mesma, incluindo meus pontos fortes e fracos. Eu sei que nem os garotos ou garotas gostam de mim. E mesmo sabendo disso, eu nunca pensei em mudar.

Mas isso não importa. Isto não me machuca mais. Porque por alguma razão, eu quero que eles se sintam desse jeito.

Quando saí do chuveiro, me levantei e me olhei no espelho, completamente nua, gotas de água escorriam pela minha pele. Quantas vezes eu já pensei em quebrar esse espelho em pedaços? Toda vez que eu via aquela velha ferida do meu lado, era como voltar ao meu passado horrível.

Tonta e com náuseas, eu agarrei a pia e vomitei.

Por que eu tive que passar por uma experiência tão horrível? Por que eu tenho que sofrer assim? Por quê, por quê, por quê? Eu tenho feito essa pergunta há muito tempo.

Palavras não significam nada. O passado não pode mudar. Ninguém pode mudar isso. Deus é cruel. Minha vida foi destruída por causa daquele dia de pesadelo. Eu perdi minha juventude, meus amigos, e até eu mesma.

Eu tenho que concertar esse erro. Não importa o quanto as pessoas me odeiem, vai ser melhor do que sofrer daquela maneira de novo. Eu não preciso de juventude. Eu não preciso de amigos. O mais importante é me proteger.

Eu farei o que for preciso. Eu sou um parasita, uma criatura fraca que não pode sobreviver por conta própria.

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