Prólogo – O Monólogo de Kakeru Ryuuen
Tradução: Tinky Winky / Revisão: Ivanictor
Foi durante o ensino fundamental que percebi que eu não era normal. Durante uma excursão, encontrei uma enorme cobra perto do nosso acampamento. Lembro que minha turma estava em alvoroço por causa disso. Pessoas observando de longe, pessoas em pânico nas proximidades e pessoas que não estavam tão interessadas naquilo. Houve várias reações e até adultos que deveriam ser maduros perderam a calma e desesperadamente pediram ajuda. Peguei uma pedra enorme que encontrei por perto e a joguei na cabeça da cobra. Eu nem senti medo de ser mordido. Houve um grito e o pânico dos professores o seguiu. Eu nem sequer notei. Não é como se eu quisesse ser um herói ou algo assim. Eu só estava confuso do porquê havia tanta necessidade de ter medo.
Esse foi meu primeiro contato com um lado oculto de mim. E ao mesmo tempo eu soube que no momento em que o inimigo cai aos meus pés, eu posso sentir uma grande quantidade de adrenalina correndo pelo meu cérebro. Esta foi a minha primeira vitória. “Medo” e “alegria” são dois lados da mesma moeda. Essa verdade deste mundo era tão fina quanto papel. O mundo é governado pela “violência”. Seu “status” neste mundo é determinado pela sua capacidade de fazer “violência”. Eu vi o cadáver da cobra debaixo de mim e meu coração se encheu de alegria. Desde então, tenho tido muitos inimigos tanto internos quanto externos.
Às vezes, quando eu estava cercado por inimigos, continuava exercitando a ‘violência’ para vencer. E diante do meu poder avassalador, todos caíram aos meus pés. Eu nunca tive medo. Eu sempre só pensava em vingança e mudar a situação dos meus inimigos. Todos eles acabaram se prostrando diante de mim. A verdadeira “elite” é uma pessoa cuja capacidade de “violência” é incomparável. E um ser humano que nunca sente “medo”. Mas aqui começou o problema, com os inimigos sempre caindo todas as vezes isso começou a ficar chato para mim. Porque no final, não havia uma única pessoa capaz de me derrotar. Se há algo que realmente poderia me vencer, essa coisa só pode ser descrita como “morte”.