Capítulo 24 – Imperatriz da Espada Demoníaca (1)

De manhã, enquanto Gu Yangcheon estava se preparando para ir à Sichuan com alguns servos, Wi Seol-Ah estava trabalhando com os outros servos.

Ela começou a ter um pouco de diversão com as tarefas enquanto se acostumava mais com a tarefa doméstica.

Embora tivesse começado a ser elogiada pelos outros servos devido ao cuidado que colocava na limpeza, que contrastava muito com sua personalidade desleixada.

Ela ainda era terrível na cozinha.

“… Se-Seol-Ah, você não pode segurar a faca assim!”

“Se apresse e impeça ela! Ela vai cortar as mãos neste ritmo!!!”

Smack!

“Meu Deus, ela cortou a tábua de cortar!!!”

“Fogo! Temos que apagar o fogo primeiro! Traga água, água!!!”

“Nãoooo!!! As batatas ficaram pretas!!!”

A Wi Seol-Ah, que sempre era elogiada pelos servos, foi forçada a ficar contra uma parede enquanto deixava os braços erguidos como punição, uma história conhecida para aqueles que não estavam presentes naquele dia.

Após esse evento, os servos foram ordenados a garantir que Wi Seol-Ah jamais cozinhasse de novo.

Embora ela tenha ficado triste pelo que aconteceu, seu humor melhorou quando os servos disseram que ensinariam ela quando ficasse mais velha.

— Seol-Ah, você pode me trazer a roupa suja?

— Sim!

Hoje não devia ser diferente de qualquer outro dia; a roupa suja foi a primeira tarefa que precisava ser feita.

Enquanto Wi Seol-Ah carregava a roupa suja, viu uma carruagem.

Interessantemente, era a mesma carruagem que usou quando foi a Cerimônia dos Nove Dragões.

Hã…?

No entanto, enquanto continuava caminhando, notou que havia um número de carruagens atrás da primeira.

Isto significava que haveria um número de passageiros indo viajar, ou a viagem seria longa… ou as duas coisas.

Wi Seol-Ah se aproximou de um servo e perguntou.

— Hongwa, para o que são estas carruagens?

— Hm? Oh, o Jovem Mestre está indo à Sichuan.

— Ehh? O Jovem Mestre está partindo?

— Sim, então o Segundo Ancião preparou algumas carruagens apressadamente.

Neste ponto, alguns outros servos que ouviram, entraram na conversa.

— Você não sabia disto, Seol-Ah? Me pergunto por que ninguém contou a serva direta sob o Jovem Mestre…

— Provavelmente porque a Seol-Ah é muito jovem e ainda tem muito a aprender. Eles sairão por um mês também, então talvez isso faça parte?

— Ah… isso faz sentido.

— U-Um m-mês…?

Um mês…? Um mês inteiro?

Os olhos da Wi Seol-Ah tremeram.

O Jovem Mestre ficaria fora por um mês inteiro…?

Mas, isso era normal… certo?

Wi Seol-Ah não conseguiu entender porque seu coração se sentia tão frustrado pelo que acabou de ouvir.

— Q-Quando eles vão partir?

— Disseram que o Jovem Mestre sairá após acordar, então deve ser logo.

A serva estava certa, pois já era época que Gu Yangcheon normalmente acordaria.

Wi Seol-Ah, após ouvir suas palavras, permaneceu calada e atordoada como alguém que acabara de receber uma informação devastadora.

A serva que estava falando com Wi Seol-Ah, após notar a reação dela, acariciou o cabelo da jovem num esforço para confortá-la.

Ela então falou.

— Seol-Ah, após terminarmos com a roupa suja, você quer me seguir e me ajudar a mover a comida do armazém para a carruagem?

— … Sim.

— Quer um yakgwa?

— Sim!

Após trabalharem e terminarem com a roupa suja, Wi Seol-Ah e os servos começaram a colocar comida na carruagem.

— É o bastante? É uma longa viagem, afinal de contas.

— Eles não pararão ocasionalmente para comprar mais comida?

— Uh… Não tenho certeza se o Jovem Mestre ficará bem por um mês.

— Ei, não acha que a personalidade do Jovem Mestre mudou um pouco após a Seol-Ah aparecer?

— Isso é verdade; quando esbarrei por acidente no ombro dele após limpar, ele me perguntou se eu estava bem.

— Foi um esbarrão de verdade? Você não só passou por ele? E ele não te deu um tapa?

— Eu sei! Me sinto tão confortável enquanto trabalho estes dias… Está tudo bem me sentir tão confortável?

Enquanto os servos fofocavam e trabalhavam, a carruagem foi eventualmente preenchida com uma quantidade suficiente de comida.

Wi Seol-Ah então perguntou a serva chamada Hongwa.

— Esta carruagem irá com o Jovem Mestre?

— Sim. Agora só precisamos preparar as rou—

— Hongwa! O Segundo Ancião está aqui!

— Ah, estou indo! Vamos lá, Seol-Ah.

— Sim!

A serva correu rapidamente para responder ao chamado e Wi Seol-Ah estava prestes a correr atrás dela quando…

— Espera.

No entanto, uma voz repentina a parou, fazendo-a se virar na direção da carruagem.

Ela olhou ao redor, procurando pelo dono da voz, mas ninguém estava ao seu redor.

— Qu-Quem é?

Não houve resposta.

Se perguntando se poderia ter vindo da carruagem, Wi Seol-Ah entrou, e—

Além da carruagem cheia de comida, não havia mais nada.

Só havia espaço o bastante para uma pessoa se esconder, mas até o espaço estava vazio.

Confusa, mas não encontrando nada na carruagem, ela estava prestes a sair quando sentiu alguém a empurrar.

— Ahh!

Com nada para usar para se segurar, Wi Seol-Ah caiu impotente na carruagem e, após um pequeno “oww”, lutou para ficar de joelhos no espaço apertado da carruagem.

Ela se virou rapidamente após recuperar o equilíbrio, só para ver algumas cenouras e mais nada — não havia sinais da pessoa que a empurrou na carruagem.

Cheia de medo em seu coração devido às ocorrências absurdas que aconteceram em menos de um minuto, Wi Seol-Ah começou a rastejar para fora da carruagem, mas então—

— Então, quando eu parto?

Jovem Mestre?!

Na carruagem, ela ouviu as vozes de Gu Yangcheon e do Segundo Ancião, e lembrou que o Jovem Mestre estaria fora por um mês.

Ela então teve o pensamento repentino de que se ficasse quieta, conseguiria ir a Sichuan com ele.

Ela estava confiante em suas habilidades de pique-esconde.

Até seu avô, que era bom no jogo, muitas vezes se esforçava para encontrá-la.

E-Eu deveria ficar aqui?

Ela queria, mas sentiu que seria uma ideia completamente errada e balançou a cabeça.

Era assustador ir num lugar sem contar ao seu avô.

E era igualmente assustador pensar em passar um mês num lugar do qual nada sabia, particularmente sem seu avô ao seu lado.

Se eu esperar pacientemente, então o Jovem Mestre eventualmente voltará.

Após se consolar, ela se preparou para sair.

— Espera.

— …!

Wi Seol-Ah escorregou e caiu após ficar surpresa pela outra voz repentina.

Era a mesma voz de antes.

Q-Quem é??

Não houve resposta de novo.

Ela sentiu que havia ouvido a voz antes, mas não conseguia descobrir de quem era.

— Vá! Este velho já preparou tudo. Você só precisa partir!

— Que tipo de despedida é esta…?

— Neiggghh!

— Hieee!

Durante o pouco tempo que Wi Seol-Ah foi distraída pela voz, a carruagem partiu seguindo o som do relinchar do cavalo.

Wi Seol-Ah, sentindo a carruagem se afastando cada vez mais do clã, começou a entrar em pânico porque não sabia o que fazer.

O-O que eu faço? O que eu faço?

A Wi Seol-Ah em pânico então sentiu alguém dando um tapinha na sua cabeça.

Foi uma sensação extremamente familiar.

Wi Seol-Ah sentiu estranhamente que ia adormecer pela sensação.

— Desculpe, mas cuide-se.

Quando acordou, foi recebida com cenouras na sua frente e descobriu que já era noite.

— Então…

Gu Yangcheon perguntou a Wi Seol-Ah após ouvir as desculpas dela.

— Você foi possuída por um fantasma, por isso entrou na carruagem e não é culpa sua, hein?

— Sim! Isso mesmo!

— E quanto a cenoura na sua boca.

— … Eu estava com fome, e só havia cenouras.

— Haah.

Wi Seol-Ah evitou silenciosamente o contato visual após ouvir o suspiro dele.

Enquanto isso, após ouvir tudo que ela tinha a dizer, Gu Yangcheon formou um punho lentamente.

— Então…

— … Sim?

— Você realmente acha que qualquer coisa que disser faz sentido?!

Um golpe forte direcionado à cabeça da Wi Seol-Ah seguiu com o grito raivoso dele.

— Owwww!

*****

O que mais eu podia fazer nesta situação?

Havia uma encrenqueira na minha frente, agachada no chão enquanto segurava a cabeça com dor.

O que posso fazer com esta criança?

Como ela conseguiu entrar na carruagem?

Partimos com pressa, então como isso era possível?

Eu não tinha certeza de quão poderosas aquelas pessoas reconhecidas como as mais fortes do mundo eram.

Porém, sabia que elas poderiam eliminar facilmente um clã sem suar se realmente tentassem.

Não sabia exatamente o que o Venerável da Espada estava pensando, mas no seu nível, não deveria conseguir ver cada canto do clã inteiro?

Então… isso significa que ele sabia que a Wi Seol-Ah entrou na carruagem?

— Isto dói…

— É para doer mesmo.

Fui parcialmente culpado por sair sem dizer nada a ela, mas isto tudo aconteceu muito rápido.

Eu não tinha ideia de que o Segundo Ancião me enfiaria na carruagem e nos mandaria embora tão de repente.

— Por que nos seguiu, sério?

— Eu não estava tentando seguir… o fantasma realmente—

Me vendo estar prestes a bater nela mais uma vez quando começou a recontar a história de fantasma, Wi Seol-Ah imediatamente se encolheu e cobriu a cabeça enquanto murmurava.

— D-Desculpa…

Suspirei para sua aparência lamentável dela, abaixei o punho.

O que eu devo fazer? Preciso enviá-la de volta?

Não podia enviar a carruagem de volta. Para ser honesto, eu já estava com pouco tempo e não podia perder mais.

— Posso enviá-la com uma escolta…?

Se eles voltassem, chegariam em alguns dias, tornaria as coisas difíceis para mim mandá-los de volta a pé.

Senti que os enviar de volta dessa maneira me faria ter mais que algumas noites sem dormir.

Wi Seol-Ah, ao notar meu rosto conflitante, agarrou minhas roupas e falou.

— N-Não posso ir com você…? Eu posso trabalhar duro! Prometo que trabalharei muito! Então, por favor, me leve com você, Jovem Mestre…

Quando ela terminou de falar, Wi Seol-Ah abaixou gradualmente a cabeça, lágrimas começaram a acumular no canto dos olhos.

— Vamos ficar longe por um tempo, seu avô ficará preocupado.

— Avô falou que posso fazer tudo enquanto te ouvir e trabalhar duro!

Bem, o problema é que você não está me ouvindo agora…

— Também será problemático para os outros servos se tiverem que cuidar de vo—

Assim que estava prestes a terminar minha sentença, olhei para os servos, e o que vi fez as palavras ficarem presas na minha garganta.

“Vai, Seol-Ah! Implore mais!”

“Graças a Deus… pelo menos a Seol-Ah estará conosco!”

Isso era basicamente o que seus olhos e linguagem corporal estavam dizendo.

Então, sou o malvado aqui, hein? É isso mesmo?

Massageei minhas têmporas por causa da dor de cabeça que conseguia sentir surgindo.

Por que sempre tenho que lidar com estes tipos de problemas? Minha sorte é realmente tão merda assim?

— Então, por que você realmente me seguiu?

Wi Seol-Ah hesitou um pouco, mas respondeu.

— Me senti inquieta sem você, como se meu coração doesse… Então você poderia me levar com você, por favor?

As lágrimas nos olhos de Wi Seol-Ah pareciam muito evidentes neste ponto, como se realmente fosse começar a chorar a qualquer momento.

Meu coração ficou um pouco sensível após ouvir as palavras da Wi Seol-Ah.

Entretanto, além disso, me perguntei por que ela estava se sentindo dessa maneira.

Acho que você poderia dizer que dei muito yakgwa para ela nesta vida.

Todavia, eu também precisava trabalhar duro para garantir que não estivesse na mira dela por mais tempo que necessário.

Então por quê? Não sabia a resposta.

No entanto, definitivamente não era amor.

Mas de novo, mesmo que fosse amor, muito provavelmente era apenas uma paixonite infantil.

Me falei que seria diferente com o passar do tempo.

Não, precisava ser diferente.

Wi Seol-Ah me segurou enquanto exibia uma expressão assustadoramente similar a de um gato que acabou de perder a casa.

Conseguia ver que ela estava prestes a chorar.

Mas mesmo assim, precisava enviá-la de volta.

Como eu poderia levá-la sem saber o que aconteceria em Sichuan? Era arriscado demais, não importa quanto pensasse sobre isto.

Eu tinha que encontrar uma maneira de enviá-la de volta, seja enviando-a com duas escoltas, ou chamando alguém do clã para levá-la.

Eu não podia deixar minhas ações serem afetadas sempre pela Wi Seol-Ah. Afinal, este não foi o motivo pelo qual retornei.

Falei para ela num tom decisivo.

— … Apenas saiba que te mandarei de volta se causar problemas.

… Idiota do caralho.