Capítulo 11 – Um trabalho em andamento. (Parte 1)
Tradução: Tinky Winky
Eles temiam enfrentar uma crise de vida ou morte em qualquer lugar. Se eles cometessem um erro, seria uma catástrofe. Houve inúmeras vezes em que isso era verdade. Seria até justo chamar de uma ocorrência diária.
Haruhiro estava deitado, olhando para a fogueira. Envolto em um cobertor feito de um material misterioso que ele havia comprado do dono da loja de roupas e bolsas, e usando sua bolsa como travesseiro, ele estava bastante confortável.
Ele estava cansado e começando a adormecer, mas ainda não estava completamente adormecido. Esse tipo de estado meio a meio não era tão ruim. Era um luxo que ele podia desfrutar. Um que ele não poderia saborear sem primeiro garantir sua segurança.
Seus companheiros já estavam todos dormindo. Enquanto ouvia cada um deles respirando superficialmente ou roncando, ele pensou consigo mesmo: Todos nós passamos por mais um dia. Isso é bom. Além de tudo, é incrível ter um amanhã.
Yume e Mary estavam dormindo, entrelaçadas nos braços uma da outra. Parecia que quando Yume adormecia, ela se aconchegava em qualquer um que estivesse por perto. Como se ela ansiasse pelo calor de outra pessoa, talvez? Mary não parecia se importar. Esta noite, no entanto, Shihoru estava um pouco longe das duas.
De repente Shihoru se levantou. Haruhiro-kun? Está acordado?”
“…Huh?” Haruhiro se levantou um pouco, apoiando-se nos cotovelos. “Oh sim.”
“Tem uma coisa que eu queria… falar com você. Está bem?”
“…Quer falar? Claro. Sim, claro que podemos conversar.”
Seria um pouco estranho conversar onde eles estavam, então eles caminharam ao longo do fosso da Vila do Poço, então se agacharam um ao lado do outro.
“Então, o que se passa?” Haruhiro perguntou. “Sabe, é meio estranho, agachar assim…”
“…Sim. Talvez. Uh… Há duas coisas. A primeira é sobre o que aconteceu durante o dia…” Shihoru parou, como se fosse difícil falar. “Pode não ser o meu lugar para dizer isso… mas, você sabe, é só… está realmente me incomodando…”
“…Claro,” Haruhiro disse. «Eu vou ouvir você. Conte-me.”
“Haruhiro… você não se valoriza o suficiente, eu acho.”
“Eu o que? Ei? É isso que parece?
“Isso mesmo,” Shihoru disse a ele. “Se fosse necessário, você tentaria se sacrificar… certo?”
“Talvez? Hmm. Embora eu não pretenda fazer isso… Você sabe?
“Eu gostaria que você parasse de fazer isso.” Shihoru olhou para baixo, com seus ombros tremendo. “Desculpe, eu não sei se deveria estar dizendo isso… mas isso me lembra Manato. Eu não quero que você… morra por nós.
“…Sim.” Haruhiro esfregou a testa. “Bem, eu também não quero morrer. Estou falando sério.”
“Então… cuide-se melhor, por favor.”
“Não é que eu não me valorize…” Haruhiro beliscou os cantos internos de seus olhos. Ele teve que belisca-los muito forte. Era assim que se sentia. “Eu provavelmente valorizo mais os outros. Quero dizer, sem você, eu não poderia fazer nada. Tipo, a motivação para continuar vivendo? Acho que não consigo encontrar isso. Então, se, por exemplo, eu tivesse que escolher entre você ou eu, provavelmente escolheria ajudá-la a sobreviver. Não que eu queira. Seria apenas instintivo, eu acho. Uma decisão rápida.”
“Se apenas um de nós pudesse sobreviver… Haruhiro-kun, eu preferiria que fosse você.”
“É um verdadeiro dilema, hein”, disse Haruhiro.
“E se fosse entre você e Ranta-kun? Quem você escolheria?”
“Ranta,” Haruhiro respondeu sem hesitar, então ficou surpreso com isso. “…Uau. A sério? É de Ranta que estamos falando. Não sei se gosto disso…”
“…Me alegro.”
“Ei? P-Por quê?
“Que você é… nosso líder”, disse Shihoru. “Nosso camarada… e amigo.”
“…Sim, você está me fazendo querer mergulhar no poço agora.”
Shihoru riu, então Haruhiro foi capaz de rir também. Ele estava feliz que Shihoru era sua companheira e amiga. Ele se sentia assim do fundo do coração.
“Então, qual era a outra coisa?” Haruhiro perguntou.
“A segunda é…” Shihoru fechou os olhos, colocou a mão no peito e respirou fundo. O que ela estava tentando fazer? Shihoru estava tentando fazer alguma coisa. Ele poderia dizer isso, pelo menos.
O ar estava tenso. Haruhiro prendeu a respiração e esperou.
Shihoru arregalou os olhos. “Elementais… venham…”
“Uau!” Haruhiro caiu para trás, surpreso.
Bem na frente do rosto de Shihoru, um vórtice giratório de algum tipo apareceu. Era pequeno. Não diria que era do tamanho de uma ervilha, mas era do tamanho de um polegar. Não tinha nada que pudesse chamar de forma ou forma concreta. Havia um vórtice girando lá, então ele sabia que algo tinha que estar lá.
Shihoru estendeu a mão direita. Ela o deixou ali, na palma da mão.
“Flutue,” Shihoru ordenou, e flutuou. “Caia”, disse ela, e caiu de volta em sua palma.
Shihoru repetiu esse processo de subida e descida várias vezes, com um grau de concentração que teria sido notavelmente estranho, mesmo a olho nu.
Não seria exagero chamá-la de possuída. Shihoru estava rangendo os dentes. Seus olhos não piscaram. Seu cabelo balançava inquieto. Olhando para ela, Haruhiro ficou arrepiado.
“… Liberte-se,” Shihoru disse, forçando a palavra.
A coisa de repente soltou ruídos estranhos e começou a mudar. Como se empurrado por dentro, ele saiu. Uma coisa roxa escura que estava entre uma luz e uma névoa apareceu. Não, ele estava lutando para aparecer.
Ele estava tentando nascer. Era o que parecia. Isso porque, dependendo inteiramente de como você olhava, era em forma de estrela, ou mesmo em forma de humano, e parecia estar chutando e lutando com as duas pernas e os dois braços. Mas então sua força acabou… e ele se foi com um puf .
“…Não deu certo.” Shihoru caiu em decepção. “Eu tentei várias vezes, mas… eu simplesmente não consigo fazer funcionar.”
“Funcionar? O que-” Haruhiro esfregou sua garganta. Ele tentou engolir, mas sua boca estava seca. “…O que fez? Shihoru… Isso foi magia? Não, mas não havia cânticos… Você também não desenhou nenhum sigilo elemental…”
“O que Gogh-san disse… Você se lembra? Ele disse: ‘Nós liberamos um elemental e então ativamos um poder alternativo. Eles não vão te ensinar essas coisas na guilda’…”
“Uh,” disse Haruhiro. “…Vagamente, mas sim.”
“Tenho pensado nisso desde então”, disse Shihoru. “Na guilda, aprendemos que existem elementais no mundo, criaturas mágicas que você normalmente não pode ver com seus olhos. Pode-se dizer que o que aprendi a fazer foi domar esses elementais e usar magia para subordiná-los à minha vontade.”
“Honestamente, duvido que realmente entenda, mas continue.”
“Há algum tempo, há algo sobre o qual tenho dúvidas.”
“Ah, o que é?”
“Mesmo em clima quente e sufocante, você pode invocar elementais de gelo e usar a magia de gelo Kanon”, disse Shihoru. “Mesmo no meio do dia, não há efeito na sua capacidade de usar a magia das sombras Darsh.”
“Então os elementais são apenas elementais, e o mundo real apenas material? O calor está no material? E a luz, e as sombras, e outras coisas também? Eles não interagem diretamente com os elementais… É isso? Algo assim?”
“Mas, com magia, você pode congelar coisas, fazê-las explodir e muito mais”, disse Shihoru. “Então, eu estava me perguntando se eles não interagem… talvez. Eu estava pensando que era estranho.”
“Ah, desculpe? Não tenho certeza se consigo acompanhar isso, mas… Então, o que você acabou de fazer não foi magia… É isso?
“Tentei trabalhar com a teoria de que elementais são apenas elementais”, disse Shihoru. “Arve, Kanon, Falz, Darsh… Eu pensei que talvez fossem apenas algo que os humanos inventaram por conta própria, e não a verdadeira forma dos elementais. Isso foi mais próximo do sentimento que eu tinha deles também.”
“Magia, eles não vão te ensinar na guilda, hein…”
“Eu quero melhorar no uso de magia”, disse Shihoru. “Todo mundo está sempre me protegendo, então eu quero poder emprestar minha força a vocês.”
“Não, você já é forte, sabia disso?”
“…Não o suficiente, eu acho. Mas, quero dizer, não há guilda neste lugar, certo?”
“Sim… não existe,” Haruhiro disse. “De maneira nenhuma.”
“Se eu não conseguir novos feitiços… novos poderes sem ser ensinada… eu não posso mudar. Então… eu queria fazer algo sobre isso por conta própria.
Você é incrível . Era a única coisa que Haruhiro podia dizer. Shihoru foi realmente incrível. Haruhiro se comoveu.
Se Barbara-sensei não estiver aqui, terei que inventar algo novo por conta própria.
Já houve um momento em que ele pensou isso? Nunca tinha passado pela sua cabeça.
“Mas…” Shihoru abaixou a cabeça, franzindo a testa. “Há algo nisso que me preocupa. Isso me deixa desconfortável, você poderia dizer. De certa forma, isso é como… rejeitar como eu usei magia até agora. Acho que também pode ter um efeito na magia que aprendi com a guilda.”
“Hum, então… você está indecisa se deve continuar com isso… É isso?”
“…Correto.”
“Vai ficar tudo bem”, ele assegurou a ela.
Quer dizer, não que eu saiba, mas ainda assim…
Haruhiro não era um mago. Mesmo que fosse, ele não tinha certeza se poderia dizer a ela algo definitivo. Pode ser irresponsável tranquilizá-la tão facilmente. Ainda assim, ele queria empurrá-la para frente, sabe? Ela queria apoiar Shihoru que estava trabalhando muito duro. Ele achava que deveria, e não era como se não pudesse ajudar.
“Ouça, se algo der errado, eu estarei lá para intervir e apoiá-la”, disse Haruhiro. “Todos nós. Estará bem. Em outras palavras, ter um objetivo pode ajudar a motivá-la. Tenho certeza que isso também. Quero dizer, esta seria sua própria magia original, certo? Eu quero ver. Sim, tenho certeza que seria bom para o grupo também.”
“…Obrigada.”
“Não não não. Eu deveria agradecer. Recuperei minhas energias agora. Eu não sei nada sobre magia, mas de agora em diante, se acontecer alguma coisa, vamos falar sobre isso, ok? Se você concordar em falar comigo, serei todo ouvidos.”
“Sim”, disse Shihoru. “Eu farei isso.”
“Você irá fazer isto? Magia, eles não vão te ensinar na guilda, hein? Aposto que não se limita à magia. Vou pensar um pouco também.”
“Você é um bom líder”, disse Shihoru.
“Ei?”
“Você é, Haruhiro-kun.” Shihoru deu a ele um sorriso incomum. “Você é o melhor líder que poderíamos pedir… você sabia disso?”
“…Eu eu.” Haruhiro não pôde deixar de sorrir, então cobriu a metade inferior do rosto com uma mão. “P-Pare com isso, certo? Você vai me dar a impressão errada.”
“Isso não aconteceria… aconteceria? Não com você, Haruhiro-kun.”
