Hai to Gensou no Grimgar – Capítulo 11 (Parte 1) – Vol 07 - Anime Center BR

Hai to Gensou no Grimgar – Capítulo 11 (Parte 1) – Vol 07

Capítulo 11 – Um trabalho em andamento. (Parte 1)

Eles poderiam encontra-se em uma crise de vida ou morte a qualquer momento. Um único passo em falso seria uma catástrofe. Incontáveis vezes isso já havia acontecido. Seria justo dizer que era um acontecimento diário.

Haruhiro estava deitado, olhando para a fogueira. Envolto em um cobertor feito de algum material misterioso que ele havia comprado do ovo achatado com braços que era dono da loja de roupas e bolsas, e usando sua própria mochila como travesseiro, ele estava relativamente confortável.

Estava cansado e começava a cochilar, mas ainda não completamente adormecido. Esse estado meio a meio não era tão ruim. Era um pequeno luxo que ele podia aproveitar. Um que ele não poderia saborear sem antes ter garantido sua segurança.

Seus companheiros já estavam todos dormindo. Enquanto ouvia a respiração leve ou os roncos de cada um, ele pensou distraidamente: Todos nós conseguimos viver mais um dia. Isso é ótimo. Deixando tudo de lado, é maravilhoso ter um novo amanhã.

Yume e Mary estavam dormindo, abraçadas uma à outra. Parecia que, quando Yume dormia, ela se aconchegava a qualquer um que estivesse por perto. Como se estivesse ansiando pelo calor de outra pessoa, talvez? Mary não parecia se importar. Porém, naquela noite, Shihoru estava um pouco afastada das duas.

De repente, Shihoru se levantou.

— Haruhiro-kun? Você… está acordado?

— …Hã? — Haruhiro se levantou um pouco, apoiando-se nos cotovelos. — Ah, sim.

— Eu queria falar sobre algo com você… tudo bem?

— …Você quer conversar? Claro. Sim, é claro que podemos conversar.

Seria um pouco estranho fazer isso onde estavam, então caminharam por um trecho ao longo do fosso da Vila do Poço e se agacharam lado a lado.

— Então, o que foi? — Haruhiro perguntou. — Sabe, é meio estranho ficarmos agachados assim…

— …É. Talvez. Huh… São duas coisas. A primeira é sobre o que aconteceu hoje… — Shihoru parou, como se fosse difícil falar. — Talvez não seja da minha conta dizer isso… mas, sabe, isso tem me incomodado muito…

— …Entendo — disse Haruhiro. — Vou ouvir você. Pode falar.

— Haruhiro… Eu acho que você não valoriza a si mesmo o suficiente.

— Eu…? É assim que parece?

— É, sim — Shihoru disse a ele. — Se fosse necessário, você tentaria se sacrificar… não é?

— Talvez? Hmm. Eu não planejo isso, sabe?

— Eu queria que você parasse com isso. — Shihoru olhou para baixo, enquanto seus ombros tremiam. — Desculpe, não sei se eu deveria estar dizendo isso… mas me lembra o Manato. Eu não quero que você… morra.

— …Entendo. — Haruhiro esfregou a testa. — Bom, eu também não quero morrer. De verdade.

— Então… cuide melhor de si mesmo, por favor.

— Não é que eu não me valorize… — Haruhiro apertou os cantos dos olhos. Precisava apertar bastante. Era assim que se sentia. — Acho que só valorizo todos vocês mais. Sem vocês, eu não conseguiria fazer nada. Tipo, qual seria a motivação para continuar vivendo? Acredito que não conseguiria encontrar uma. Então, se eu tivesse que escolher entre salvar você ou a mim mesmo, provavelmente escolheria salvar você. Não que eu faça isso de propósito; creio que seria uma reação instintiva, uma decisão rápida.

— Se apenas um de nós pudesse sobreviver… Haruhiro-kun, eu preferiria que fosse você.

— É um verdadeiro dilema, né — Haruhiro comentou.

— E se fosse entre você e o Ranta-kun? Qual você escolheria?

— O Ranta — Haruhiro respondeu sem hesitar, depois ficou surpreso consigo mesmo. — …Uau. Sério? Estamos falando do Ranta. Não sei se gosto disso…

— …Fico feliz.

— Hã? Por quê?

— Porque você é… nosso líder — disse Shihoru. — Nosso companheiro. E amigo.

— …Você tá me deixando com vontade de me jogar no fosso agora.

Shihoru riu, então Haruhiro conseguiu rir também. Ele estava feliz por Shihoru ser sua companheira e sua amiga. Ele realmente sentia isso, do fundo do coração.

— E qual era a outra coisa? — Haruhiro perguntou.

— A segunda coisa era… — Shihoru fechou os olhos, colocou a mão sobre o peito e respirou fundo. O que ela estava tentando fazer? Shihoru estava tentando algo. Haruhiro podia sentir isso.

O ar ficou tenso. Haruhiro prendeu a respiração e esperou.

Shihoru abriu os olhos.

— Elementais… venham…

— Whoa! — Haruhiro caiu sentado no chão, surpreso.

Bem na frente do rosto de Shihoru, havia um vórtice giratório de algum tipo. Era pequeno. Ele não o descreveria como do tamanho de uma ervilha, mas talvez do tamanho de um polegar. Não tinha uma forma concreta que pudesse ser chamada de forma. Havia um vórtice ali, então ele sabia que havia algo ali.

Shihoru estendeu a mão direita. Ela deixou o vórtice repousar em sua palma.

— Flutue — ordenou Shihoru, e ele flutuou. — Caia — ela disse, e a coisa desceu de volta para sua mão.

Shihoru repetiu esse processo de subir e descer várias vezes, com um grau de concentração que parecia notavelmente bizarro, mesmo à primeira vista.

Não seria um exagero dizer que ela estava possuída. Shihoru estava rangendo os dentes. Seus olhos não piscavam. Seu cabelo balançava inquieto. Enquanto a observava, Haruhiro sentiu um arrepio percorrer sua espinha.

— …Liberte-se — Shihoru disse, forçando as palavras para fora.

A coisa de repente emitiu ruídos estranhos e começou a mudar. Como se estivesse sendo empurrada de dentro para fora—ela emergiu. Uma coisa roxa escura que era algo entre uma luz e uma névoa apareceu. Não, parecia que estava lutando para aparecer.

Parecia que estava tentando nascer. Era isso o que parecia. Isso porque, dependendo de como você olhasse, aquilo era em forma de estrela, ou até mesmo de humano, e parecia que estava chutando e se debatendo com as pernas e os braços. Mas então, de repente, perdeu força… e desapareceu com um leve poof.

— …Não deu certo. — Shihoru abaixou os ombros, desapontada. — Eu tentei várias vezes, mas… simplesmente não consigo fazer funcionar.

— Fazer funcionar? O quê— — Haruhiro esfregou a garganta. Ele tentou engolir, mas sua boca estava seca. — …O que você fez? Shihoru… Isso foi magia? Não, mas não houve encantamento… Você também não desenhou os sigilos elementais…

— O que o Gogh-san disse… Você se lembra? Ele disse: Nós libertamos um elemental, então ativamos um poder alternativo. Isso eles não te ensinam na guilda.

— Ohh — disse Haruhiro. — …Vagamente, mas sim.

— Tenho pensado sobre isso desde então — disse Shihoru. — Na guilda, aprendemos que existem elementais no mundo, criaturas mágicas que normalmente não podemos ver com os olhos. Pode-se dizer que o que aprendi a fazer lá foi domar esses elementais e usar magia ao subordiná-los à minha vontade.

— Honestamente, não sei se entendo bem, mas continue.

— Há um tempo, tem algo sobre isso que me deixa intrigada.

— O quê?

— Mesmo em clima quente de rachar, você pode invocar elementais de gelo e usar a magia Kanon de gelo — disse Shihoru. — Mesmo durante o dia, não há efeito na habilidade de usar a magia das sombras Darsh.

— Então, os elementais são apenas elementais, e o mundo real—o mundo material? O calor nele? E a luz, e as sombras, e essas coisas? Elas não interagem diretamente com isso… É isso? Mais ou menos?

— Mas, o fato é que, com magia, você pode congelar coisas, fazer explodir, e muito mais — disse Shihoru. — Então, eu me perguntei se não seria o caso de eles interagirem de alguma forma… talvez. Eu estava pensando que isso era estranho.

— Ah, desculpa? Não estou muito confiante em acompanhar isso, mas—Então, o que você acabou de fazer, não era magia… É isso?

— Eu tentei trabalhar com a teoria de que os elementais são apenas elementais — disse Shihoru. — Arve, Kanon, Falz, Darsh… Eu pensei que talvez esses fossem apenas nomes que os humanos inventaram, e não a verdadeira forma dos elementais. Isso estava mais de acordo com o que eu sentia sobre eles também.

— Magia que eles não ensinam na guilda, hein…

— Eu quero ficar melhor em usar magia — disse Shihoru. — Todos sempre me protegem, então eu quero poder dar mais força a vocês.

— Não, você já é bem forte, sabia?

— …Acho que não o suficiente. Mas, quer dizer, não tem guilda neste lugar, certo?

— É… não tem — Haruhiro disse. — Nem chance.

— Se eu não puder ganhar novos feitiços… novos poderes sem ser ensinada… Eu não vou mudar. Então… eu quis fazer algo a respeito por conta própria.

Você é incrível. Foi a única coisa que Haruhiro conseguiu pensar em dizer. Shihoru era realmente incrível. Haruhiro estava comovido.

Se a Barbara-sensei não está aqui, eu vou ter que criar algo novo por conta própria.

Havia sequer uma vez em que ele tinha pensado nisso? Nunca havia passado por sua cabeça.

— Mas… — Shihoru abaixou a cabeça, franzindo a testa. — Tem algo nisso que me preocupa. Me deixa desconfortável, por assim dizer. De certa forma, é como… rejeitar a forma como usei magia até agora. Acho que pode até afetar a magia que aprendi na guilda.

— Hm, então… Você está indecisa sobre continuar com isso… é isso?

— …É.

— Vai ficar tudo bem — ele a tranquilizou.

Quer dizer, não que eu saiba, mas mesmo assim…

Haruhiro não era mago. Mesmo que fosse, ele não tinha certeza se poderia lhe dizer algo definitivo. Talvez fosse irresponsável tranquilizá-la tão facilmente. Ainda assim, ele queria encorajá-la, sabe? Queria apoiar Shihoru, que estava se esforçando tanto. Ele achava que devia fazer isso, e não era como se não pudesse ajudar.

— Olha, se algo der errado, eu vou estar lá para te ajudar — disse Haruhiro. — Todos nós vamos. Vai dar tudo certo. Ter um objetivo pode te motivar. Acredito que isso é importante. É como se fosse uma magia sua, certo? Quero ver isso acontecer. Tenho certeza de que seria bom para a equipe também.

— …Obrigada.

— Não, não, não. Eu é que deveria te agradecer. Recuperei minhas energias agora. Eu não entendo de magia, mas daqui em diante, se algo surgir, vamos conversar, certo? Se você estiver disposta a falar comigo, eu vou ouvir.

— Sim — disse Shihoru. — Eu vou fazer isso.

— Vai mesmo? Magia que eles não ensinam na guilda, hein? Aposto que isso não se limita à magia. Eu também vou pensar em algumas coisas.

— Você é um bom líder — disse Shihoru.

— Hã?

— Você é, Haruhiro-kun. — Shihoru deu-lhe um sorriso pouco característico. — Você é o melhor líder que poderíamos pedir… sabia?

— …Heh heh. — Haruhiro não conseguiu evitar sorrir, então cobriu a parte inferior do rosto com uma das mãos. — P-Pare com isso, vai? Você vai acabar me fazendo ter a impressão errada.

— Isso não aconteceria… certo? Não com você, Haruhiro-kun.

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