Shinigami ni Sodaterareta Shoujo wa Shikkoku no Ken wo Mune ni Idaku – Volume 1, Capítulo 2 - Anime Center BR

Shinigami ni Sodaterareta Shoujo wa Shikkoku no Ken wo Mune ni Idaku – Volume 1, Capítulo 2

Tradução: Eudarda

Volume 1
Capítulo 2 – A Peça Mais Forte

I

Três dias depois de ter sido atribuída à missão especial…

O pelotão de força especial sob o comando de Olivia partiu para o Forte Lamburg que foi dominado pelos bandidos. O seu destino era a floresta a sudoesta do Forte Gallia, perto da metade entre o Forte Gallia e o Castelo Kaspar.

Vinte jovens soldados acompanharam Olivia. Normalmente um pelotão teria 50 a 100 homens, então 20 era um número muito pequeno. E esses 20 soldados se alistaram há apenas 2 meses. Estavam todos sem fôlego e lutaram para seguir Olivia, e entre os soldados estava Ashton, que usava sua lança como bengala.

As taxas de sobrevivência dos novos recrutas que iam para sua primeira batalha eram mínimas. No entanto, a primeira batalha de Ashton e companho não era assim tão simples. A razão é que as tentativas anteriores de realizar sua missão haviam resultaram em mais de 90% de mortes. Apesar de tudo isso, não havia um único veterano participando dessa missão. Olivia provavelmente era a única nesse pelotão que tinha experiência de batalha.

Ashton pensava profundamente enquanto olhava para Olivia na sua frente.

“Não, não, não pode ser possível.”

Ele ouviu falar da razão pela qual Olivia foi nomeada como uma subtenente de Maurice mas Ashton ainda não conseguia acreditar nisso. Não tinha como aqueles braços finos terem força para arrancar cabeças.

Algo surgiu na mente de Ashton nesse momento. Agora que pensou nisso, ele percebeu algo.

“Falando nisso, não tenho visto Maurice recentemente…”

O sorriso fútil de Maurice apareceu em sua mente. Ashton não era tão próximo dele mas era um companheiro que recebia “instrução” especial junto com ele afinal. Ele estaria mentindo se dissesse que não se importava.

— Ei, você tem visto Maurice ultimamente?

Ashton perguntou a um jovem de cabelos escuros, Guile, ao seu lado.

— Hah? Maurice…? Agora que mencionou, já não vejo esse cara há um tempo.

Guile, que tinha um rosto mortal, levantou a cabeça e respondeu impaciente.

— Huh, você também não sabe, Guile… Alguém viu ele?

Ashton se virou para trás e Guile seguiu o seu olhar. Diante deles havia um grupo de recrutas cambaleando com olhos vazios.

— …Esquece, não tem chance deles saberem. Todos chegaram no forte depois de nós e nunca nem viram ele.

Com isso Guile olhou para Ashton da cabeça aos pés.

— O q-quê foi?

— Nada, só estou surpreso que você ainda possa poupar esforço para ficar preocupado com os outros. Estou com inveja.

Guile deu de ombros. Quando ouviu isso, Ashton acenou com as mãos:

— Não, não, nada a ver! Só acabei de me lembrar, tambpem estou passando por um momento difícil.

— Bom, tanto faz. Os nossos destino etão selados de qualquer maneira.

Um bando de recrutas e uma garota garota de origem duvidosa como líder. Eles não tinham ideia do que os superiores estavam planejando, mas as palavras de Guile atingiram em cheio. Ninguém disse em voz alto mas todos sentiram que o plano estava condenado ao fracasso.

Eles também sabiam que morreriam junto com o fracasso do plano…

— Ei, Ashton. Ashton!

Quando percebeu, Olivia estava olhando para ele com as bochechas infladas. Ashton ficou surpreso com o quão perto ela estava e recuou. Olivia inclinou a cabeça de forma intrigada. Ela estava fazendo isso sem perceber, mas Ashton não conseguiu evitar ser hipnotizado por ela.

— N-Não precisa ser tão barulhenta, consigo te ouvir. Ou melhor, por favor fale baixo. Não queremos atrair a atenção de bestas selvagens.

Ao contrário das terras povoadas por humanos com cidades, havia muitas feras selvagens à espreita na floresta. Se humanos eram os donas das terras, então as bestas selvagens dominavam a floresta e as colinas. Até mesmo um soldado armado era apenas uma presa para as feras.

Quando Ashton deu esse conselho, Olivia a refutou dizendo “Se os animais vierem podemos apenas matar e comê-los”. Ela estava até sorrindo quando disse isso. Ashton estava tão chateado que esqueceu que ela era sua superior, mostrou a língua  e fez um som de “bleargh” três vezes.

— Uwah! Está fingindo ser um pássaro!? Que interessante, me deixa tentar também!

— Não estou imitando um pássaro!

Aashton respondeu por reflexo, o que fez Olivia rir muito. Os recrutas que ouviram também riram.

— E depois posso comer bolos da capital. Ashton, sabe o que são bolos? São um tipo de sobremesa bem doce.

— Você está trocando de assunto muito rápido. Claro que sei o que são bolos. Também já comi alguns. Apesar da minha aparência, eu vivia na capital afinal.

— Oh, então já comeu bolo antes. Ashton, você é incrível!

“…Essa garota esta brincando comigo?”

Ashton pensou por um momento mas percebeu que não era verdade quando viu os olhos de Olivia. Seus olhos brilhavam de admiração. Ashton percebeu que ficaria maluco se continuasse a conversa então ignorou o olhar de Olivia e se concentrou na missão. Porém os insetor que saiam dos arbustos o irritavam ainda mais.

Havia trilhos perto da entrada da floresta, por isso ainda era fácil de andar. Mas quanto mais fundo se aventuravam, mais densa ficava a vegetação, bloqueando seu caminho. Acima deles, as copas grossas bloqueavam a luz do sol, por isso era relativamente fresco. No entanto, de vez em quando podiam ouvir aves assustadoras grasnar, o que lhe dava arrepios. O mesmo se passava com os outros recrutas cujos olhos observavam todo o lugar.

Ashton respirou fundo e limpou o suor de sua testa. Só de caminhar em tal terreno era cansativo.

Por outro lado, Olivia passeava pela floresta e de vez em quando colhia alegremente flores e as cheirava.

Nessa floresta, havia muitas flores venenosas, sendo a mais famosa a “flor enfeitiçante”. A maior parte dos venenos causariam apenas uma ligeira dormência mas tem alguns com veneno letal que induz uma febre alta que ameaça a vida.

Olivia provavelmente sabia quais as flores para colher, já que nunca tocou nas flores venenosas. Ashton tinha algum conhecimento sobre isso mas uma pessoa normal não seria capaz de dizer quais eram. Parece que Olivia viveu na floresta antes.

“Além disso, como Olivia está andando com uma marcha tão simples? Mesmo que esteja usando uma armadura tão pesada.

Ashton e os outros estavam usando uma armadura feita de couro. Era uma armadura leve com baixo índice de defesa, porém era pesada para os recrutas.

Comparada com eles, Olivia estava com armadura completa. No topo da malha metálica, havia uma armadura de metal cobrindo seus ombros, braços, canela, peito e outros lugares. Era muito mais pesada que uma armadura de couro, mas Olivia nem sequer suava.

— Subtenente Olivia, posso perguntar uma coisa?

— Hm? O que foi?

— Subtenente Olivia, não está cansada? Bom… sua armadura é bem mais pesada que a nossa.

— Eh? Não estou nada cansada. E a armadura também não é pesada assim.

— Hah, então é isso… Não é nada, com licença.

— ?

Olivia inclinou a cabeça de forma confusa mas rapidamente perdeu interesse e olhou para a frente.

“Mesmo que ela seja minha superior, é vergonhoso demais perder para uma garota. Bom, estamos condenados a ser mortos por bandidos de qualquer forma então nõ vale a pena se preocupar com isso.”

O meio-dia acabou de passar e o sol estava indo para o oeste.

O pelotão especial de Olivia encontrou um espaço aberto para montar acampamento e descansar. Isso não foi por ordem de Olivia mas de Ashton que a avisou que se seguissem a resistência aparentemente interminável de Olivia como padrão, os homens cansariam antes de chegarem ao castelo.

Todos os recrutas agradeceram Ashton com lágrimas nos olhos. Guile até lhe perguntou exageradamente “Você é um deus?”.

Ashton riu de tudo isso com um sorriso e não respondeu. Para ser honesto, sua principal motivação era que ele queria descansar. E agora nunca diria isso em voz alta. Ashton encontrou um lugar para se sentar com um pouco de culpa no seu coração e Olivia se sentou no seu lado como se fosse a coisa mais óbvia a se fazer.

— Desculpa, não estou nada cansada então não reparei. Como era de se esperar do Ashton.

Olivia bateu duas palmas para ele.

— Hahah, eu já sabia que a subtenente não estava cansada quando perguntei mais cedo.

O próprio Ashton disse de forma zombeteira. Olivia de repente arregalou os olhos e falou:

— P-Poderia se que você me perguntou se eu tava cansada… para dizer a mim, a líder do pelotão, que precisavamos descansar? E quer que eu faça uma pausa pessoalmente? Mas não percebi o que estava querendo dizer. Então Ashton me pediu para fazer uma pausa diretamente. Estou correta?

“Está completamente errada” – É claro que Ashton não ousaria dizer isso. Ele desviou os olhos do olhar sincero de Olivia e viu os recrutas que estavam comendo olhando para ele. Ele estalou a língua mentalmente. Se ele dissesse a verdade os recrutas olhariam para ele com olhos condenadores. Nesse caso só havia uma escolha.

Ashton engoliu em seco e assentiu lentamente:

— H-Haha, você me pegou. Desculpa ter ultrapassade os meus limites.

Ashton respondeu de forma dramática e Olivia concordou feliz dizendo “eu finalmente entendo como os humanos se sentem”. Ele não sabia do que ela estava falando mas foi de grande ajuda que ela própria tenha interpretado da sua maneira. Vamo apenas assumir que esse era o caso.

Ashton se sentiu aliviado e capturou o olhar dos recrutas. Todos sorriam e o saudaram.

— Muito bem então. É meio dia, vamos almoçar.

Ashton, cujas costas estavam cobertas de suor frio, tirou o pão e carne seca da sua mochila de campo e uma garrafa da sua mostarda caseira. Enquanto Olivia observava curiosa, Ashtou usou uma faca para corta o pão no meio, passou no molho e adcionou mostarda por cima. Ele então deu uma mordida e sentiu o sabor picante e azedo na hora.

— Hm, nada mal. Eu tinha razão em trazer minha mostarda caseira.

Olivia olhou para Ashton que falava sozinho com fome. Ela parecia estar quase babando mas não pegou sua comida. O intrigado Ashton perguntou:

— Subtenente Olivia, não vai comer?

— Bom eu já comi minha parte. Então vou ir caçar uns pássaros.

Quando ouviu isso, Ashton ficou estático. Comendo cinco dias de comida ou caçando dois pássarios para com comer, era coisa de mais para assimilar. Apenas do que disse, Olivia não se moveu para caçar os pássaros e repousou seu olhar nas mãos de Ashton. Ela continuou fazendo isso depois que Ashton terminou de comer.

“Ah… Não posso evitar.”

Sem falar do comportamente de Olivia, Ashton repetiu os passos para fazer outro sanduíche e ofereceu para ela.

— Eh! Eu posso?

— Não vou te dar se não puder. E se você for atacada por bestar quando estiver caçando?

— As bestas não são nenhum problema… Mas obrigada por se preocupar comigo. Como esperado, Ashton é um bom humano!

Olivia então deu uma mordida no sanduíche e gritou com uma cara alegre “Delicioso!”.

“Me pergunto quantas refeições poderemos conseguir comer…”

Ashton pensou enquanto observava o roso de felicidade de Olivia. Nesse momento, um grito veio de trás dele.

— O q-que aconteceu!?

Ashton se virou e viu uma besta quadrúpede coberta de pelos amarelos com um chifre branco na testa — uma besta de um chifre.

— …!?

O cabelo de Ashton estava em pé de medo. Uma besta de um chifre era conhecida por ser feroz e seu chifre lhe dava um poder de ataque incrível. Era onívoro e até comia humanos.

A besta de um chifre atacou rapidamente os recrutas mais perto. Eles se espalharam por todo o lugar.

— S-S-Subtenente Olivia! È uma besta de um chifre!

— …Hm? Oh, é verdade! Provavelmente está aqui para brincar com humanos.

Olivia que ainda comia com alegria falou calmamente. Um recruta com os olhos vermelhor de medo griou:

— Hah!? Está sonhando acordada! Olha para a situação! Essa coisa está nos atacando!

Oliva que foi advertida pelo recruta finalmente notou a gravidade da situação e olhou para a besta de um chifre com olhos estreitos. Por apenas um instante, Ashton pensou que Olivia ainda era mais assustadora do que a besta de um chifre.

— Oh, que coisa, huh. É uma caça rara mas tem gosto bem ruim –

— HHah!? Gosto ruim!? Ah!? Esse não é o problema! Temos que sair daqui!

Ashton agarrou o braço de Olivia e tentou puxá-la para fugir. Mas seus joelhos trêmulos não deixaram ele se mover e ele ficou ali como se seus pés estivessem colados no chão.

“Ei, está brincando comigo!?”

Ele continuou tentando mexer suas pernas mas elas iam contra suas ordens. A besta de um chifre provavelmente notou a situação de Ashton e apontou seu chifre na direção dele. A besta que babava uivou, então se preparou para ir na direção de Ashton.

“…É isso. E penas que em vez de morrer em um batalha, vou ser comido por uma besta de um chifre. Isso é uma piada tão ruim.”

Com isso em mente, Ashton agarrou sua lança com as mãos trêmuas. Ele respirou fundo e a apontou para a besta de um chifre.

Ashton sabia que era inútil. Um mero humano não podia enfrentar de frente esse ser da morte. Essa era apenas sua última luta.

Quando Ashton estava desesperado, algo ridículo aconteceu. Talvez ela estivesse assustada, mas Olivia caminhou calmamente em direção à besta de um chifre.

— …!? Depressa, corra! Olivia, ele também vai te matar e comer!

— Ahaha, Ashton, você gosta de fazer piadas.

— Isso não é momento para piadas! Só corra!

— Está tudo bem.

Com um leve sorriso, Olivia desembainhou sua espada e desapareceu. Mais precisamente falando, ela saltou na besta de um chifre. Pelo menos para Ashton, ela desapareceu de repente.

Quando viu Olivia atacá-lo de repente, a besta de um chifre empurrou seu chifre. Olivia parou o chifre com sua lâmina, então enfiou a espada na mandíbula da besta, atravessando sua cabeça.

— Kyah…!?

A besta de um chifre caiu com um grito. Tudo aconteceu num instante e chocou a todos. Estavam todos olhando para a cena com os rostos chocados. Olivia voltou e correu para Ashton. A espada negra em sua mão direita soltava uma névoa escura. Quando Ashton percebeu isso, ele já estava sentado no chão.

— Bom, não te disse que as bestas não eram um problema?

Olivia ficou de pé diante de Ashton e disse despreocupada.

— Sim! É v-verdade. Subtenente Olivia, você está absolutamente certa.

Ashton parou de falar depois disso.

Três dias depois do pelotão especial de Olivia partir do Forte Gallia.

— Lidér do pelotão Olivia, está com fome? Por favor, coma minha carne!

Um recruta ofereceu alegremente sua carne. Depois que começou, os outros se reuniram ao redor de Olivia dizendo “Me deixe dar o meu també”,”Eu também”, oferecendo seus pães e carnes. Olivia agradeceu enquanto comia a comida com um sorriso.

Ashton tinha visto essa cena várias vezes nos últimos dias.

Os recrutas pareciam devotos dando oferendas à Deusa Cítrica. Isso era porque Olivia matou rapidamente a besta de um chifre. Isso mostrou a todos que Olivia não era apenas uma garota mas sim uma extremamente poderosa.

Guile até chamou Olivia de “válquiria prateada” e venerou ela. A sua paixão influenciou os recrutas e resultou nessa situação. A moral dos recrutas nas alturas enquanto marchavam atrás de Olivia.

Durante esse tempo, Ashton pensou sobre a espada de Olivia. Ele não conseguia esquecer a cena da névoa escura que rodeava a lâmina. Independente do quão familiarizado ele fosse com armas, Ashton não conseguia dizer que a espada de Olivia era normal.

— O quê? Você parece distante. Está com fome?

Olivia tirou um pão de sua mochila de trás. Ashton negou com a cabeça com uma cara que dizia “Aproveite as oferendas dos seus devotos”.

— Não estou com fome. Em vez disso, posso te fazer uma pergunta?

— Tudo bem… Mas antes disso, essa coisa de honoríficos, pode parar de usar isso agora? Prece complicado, não gosto disso.

— Não posso.

Ashton negou sem pensar duas vezes.

— Ah — mas porquê? Você falou normalmente comigo no refeitório.

Olivia não estava feliz com a resposta de Ashton e inflou as bochechas.

— Eu não sabia que você era uma superior na época. Por isso mesmo que me peça para mudar meu tom…

— Hm, o exército é realmente problemático… É isso! Nesse caso então farei disso uma ordem! Ashton está proibido de usar honoríficos quando falar comigo! Ah, o mesmo para os outros, não se forcem a usar honoríficos comigo.

Olivia teve uma ideia e aplaudiu. Os recrutas ficaram perplexos com o comando repentino e apenas Guile se ajoelhou quando ouviu isso e falou “Se esse é for vontade da valquíria”.

Até Olivia ficou chocada por ele ter ido tão longe.

Ashton estava grato por Olivia ter dado essa ordem Não tinha passado tanto tempo desde seu encontro com Olívia no refeitório, por isso o seu jeito de falar agora não era natural. Geralmente ele não podia ser tão desrespeitoso com um superior mas não seria um problema com essa ordem. Ashton tentou se convercer com isso.

— Vou fazer isso mesmo então. Quero te perguntar o que é essa névoa escura da sua espada? Tenho certeza que não estou vendo coisas.

— Oh, está curioso sobre essa espada. Isso é –

— Líder do pelótão Olivia, esse humilde Guile avistou um forte!

Guile que estava andando na frente se virou e acenou fortemente, cortando as palavras de Olivia.

— Esse parece ser o forte.

Um soldado verificou o mapa para confirmar. Na frente deles estava um forte de pedra coberto de vinhas. Ainda estava a uma distância mas o forte tinha sido muito danificado e obviamente havia sido abandonado por um longo tempo.

— Finalmente chegamos, huh. Está bom, gente, vamos nos apressar!

Olivia levantou o punho e caminhou corajosamente em direção ao forte.

“Não consegui minha resposta sobre a espada dela. Tanto faz.”

Os recrutas correram atrás de Olivia.

Ashton também acerelou o ritmo.

— Espera! Olivia! Isso é muito precipitado!

— Líder do pelótão Olivia, isso não é bom! Por favor, volte!

— Ahaha, vai ficar tudo bem. Vamos!

Olivia ignorou Ashton e Guile, seguindo para o forte. Sem outra escolha, Ashton e os outros seguiram enquanto se mantinham cautelosos com os arredores.

— Está num estado horrível.

Olhando de perto para o forte, a degradação era ainda mais notável. Podiam ver as paredes desmoronadas e as que ainda estavam de pé provavelmente iriam desmoronar com um pouco de força. Fazia algum sentindo retomar um forte assim? Ashton começou a duvidar.

— Por falar nisso, essa não é a base dos bandidos, então por que está tão quieto?

Guile espiou a entrada. Ashton concordou a sua avaliação. Olivia não respondeu, arrancou a lança de um recruta dizendo “Me empresta isso”.

— Eh!?

O recruta ficou surpreso com seu movimento repentino. Olivia não lhe deu atenção, mirou a lança e a atirou longe. A lança rasgou o ar e pousou nos arbustos.

Um som de algo como um sapo sendo morto ecoar. Ashton e Guile olhoram um para o outro e disseram:

— …Ouvi algo.

— Acho que não estou ouvindo coisas então.

Eles concordaram um com o outro, então se esgueiraram até a origem do som com os outros recrutas. Puxaram os arbustos para o lado e encontraram um homem no chão, com sangue e cérebro espalhados por todo lado. Uma lança estava presa numa árvora próxima.

Era óbvio como o homem morreu.

— Oh, bem no alvo.

Olivia que tinha chegado sem que percebesse, bateu palmas quando viu o corpo.

— O-Olivia, o que foi…!?

— Hm, como posso dizer isso. Ele estava nos seguindo de forma duvidosa há um tempo e provavelmente é um bandido? Ou um rato da sarjeta?

Olivia riu enquanto os recrutas a olhavam com rostos pálidos. Depois de trocarem olhares silenciosos, eles seguraram suas lanças e se prepararam para a batalha. Enquanto Ashton e companhia observavam com cuidado os seus arredores, um homem com uma lança no combro saiu ousadamente das sombras do forte. Ele era alto, tinha cabelo comprido e seus olhos eram afiados como um falcão.

— Hmph, estou impressionado por terem sentido a presença dele. Quem fez isso?

O homem então analisou o grupo com olhos avaliadores. Quando seus olhos caíram sobre Olivia, ele parou e falou:

— …Deve ser você. A atmosfera sobre você é completamente diferente da dos outros. Você é a líder feminina desse pelotão?

— Sim, sou Olivia. Prazer em te conhecer.

Olivia acenou com as mãos e o cumprimentou casulmente. O homem acenou com um sorriso irônico.

— Oh, obrigado pela sua apresentação, vou me lembrar disso. Meu nome é Wulf – só para ter certeza, por que estão aqui?

Wulf estalou os dedos e um bando de bandidos apareceu na entrado do forte. Eles eram cerca de 40. Todos sorriram friamente enquanto seguravam suas armas com facilidade. Estava claro no rosto deles que não tinha hesitação em matar pessoas. Os recrutas eras os que tinham os dentes tremendo de medo enquanto Olivia nem se mexeu.

— Estamos aqui para retomar o forte. Não tem como evitar já que é nossa missão mas ainda acho estranho retomar algo que tinha sido jogado fora.

— Haha, você tem razão, moça. Nesse caso, posso te pedir para voltar? É um saco cuidar de corpos.

Wulf falou com um dar de ombros. Um bandido imediatamente resmundou: “mas somos nós que temos que limpar”. Enquanto os bandidos falavam mal dos soldados…

— Eh? Não vou cuidar dos corpos. Posso deixar com vocês, gente?

Olivia disse enquanto olhava para os recrutas. Eles assentiram em sincronia com os rostos pálidos. E é claro que Ashton e Guile fizeram o mesmo.

O sorriso sumiu do rosto de Wulf e ele perguntou com um olhar feroz:

— Só para confirmar novamente, o que quer dizer com “cuidar dos corpor”?

— Quero dizer exatamente o que eu disse, qual o problema? Não entende o que estou dizendo?

As palavras provocadoras de Olivia enfureceram os bandidos e a atmosfera ficou tensa. Wulf parou seus homens e começou a girar sua lança. O som da ponta da lança cortando o ar podia ser ouvido e a grama balançava com a lança girando.

— Você fala bastante, mocinha. Ou apenas é retardada? As pessoas que já me disseram essas coisas estão todas mortas.

— Nesse caso serei a primeira a sobreviver.

Depois de dizer isso, Wulf lançou poderosamente. Para Ashton não favia tempo para reagir. No entanto Olivia se virou e desviou bem antes da ponta chegar ao seu coração.

— C-Como isso é possível!?

Wulf tentou fazer Olivia soltar sua lança mas conseguiu movê-la nem um centímetro.

—  Lanças são ótimas para lutas de meia distância mas é inútil quando o inimigo se aproxima demais. Uma espada ainda é a melhor.

Olivia puxou sua espada e a empurrou contra a garganta de Wulf. Ele perdeu a vontade de lutar, soltou sua lança e implorou:

— E-Eu entendi! Eu me rendo! Vamos deixar esse forte!

— Isso não vai dar. O adjunto Otto não quer que eu traga suas cabeças mas as ordens dele são para matar todos vocês.

Olivia não hesitou em enfiar a espada negra na cabeça de Wulf. O sangue jorrou, tornando o chão vermelho escuro. O rosto de Wulf perdeu todos sinais de vida e seu corpo parou de se mexer num curto espasmo. Ele veio e se foi rápido.

Olivia perdeu o interesse em Wulf e jogou o corpo dele para o lado. Ela então varreu seu olhar pelos bandidos restantes.

— Ufah – está bom, vamos acabar com o resto rádido!

Enquanto ainda estavam chocados com a cena diante deles, a espada negra brilhou na luz.

— Droga! Droga! Droga! Que merda! Como as coisas ficaram assim!?

O homem praguejou enquanto batia no chão. Os gritos e choros tinham parado e ele só conseguia ouvir a sua respiração entrecortada.

Os soldados do exército real estavam ali para retomar o forte.

Quando ouviu as notícias de seus companheiros, o homem ficou animado. Ele queria testar se sua nova espada era afiada e uma presa veio até eles.E o inimigo era diferente dos grupos anteriores, todos pareciam capazes de gritar maravilhosamente.

— Droga! Eu deveria estar…

O homem pensou na sua figura heróica quando matou facilmente os soldados fracos do Reino. A ceda dele e dos seus companheiros com os corpos como plano de fundo.

Deveria ser a mesma coisa hoje, mas agora…

— Agora é sério, já paramos de brincar de etiqueta?

A garota caminhou e seus passos criaram um som esmagador no sangue. A sua espada negra coberta de sangue estava rodeada de uma névoa sinistra.

— Hah, hah, p-por favor! Não, não, por favor me poupe!!

O homem implorou pela sua vida com toda a força. Ele desmaiou no chão, perdendo suas forças de fugir. A sua espada tinha se partido e não funcionaria mais como uma arma. O cheiro sufocante de sangue agora era apenas algo secundário para o homem.

“Todos exceto eu já estão…”

Ele olhou à sua volta e viu que seus 40 companheiros tinham todos desaparecido. Ou melhor, tinham se transformado em montes silenciosos de corpos pelo chão. E isso tudo foi feiro pela garota de cabelos prateados que era um ser da morte. Não seria um exagero chamá-la de Deusa da Morte.

Pela primeira vez na vida, o homem rezou para a Deusa Cítrica.

“Por favor! Não vou roubar de novo! Não vou matar denovo! Não vou estuprar de novo! Por favor, por favor, me salve dessa Deusa da Morte!!”

Uma voz musical chegou aos ouvidos do homem e soou como a música de um Deus da Morte.

— Hm. Não é solitário que só você esteja vivo?

— Nem um pouco! Eu também vou viver em nome dos meus companheiros!

— Mesmo você dizendo isso, ainda me preocupa. O adjunto Otto quer que eu mate todos vocês e esse humano está chorando de solidão.

A garota enfiou a espada numa cabeça, então a ergueu suavemente. A cabeça fez um belo arco no ar e aterrisou diante do homem com um baque.

— Não!

Era a cabeça do seu melhor amigo, Dennis.

Seu rosto estava petrificado pelo medo da morte e um líquido vermelho escorria de seus olhos.

— Não–!?

— Bom, como pode ver, estou certa. Pois bem então.

A garota ficou diante do homem e ergueu sua espada negra com um sorriso ainda no rosto.

Ele provavelmente estava alucinando por estar tenso pelo medo.

Por alguma razão, o homem pensou que a coisa se erguendo era uma foice negra…

Depois de enviar um mensageiro para relatar o sucesso da missão, o pelotão especial de Olivia passou para sua próxima tarefa. Eles deviam manter esse forte até a unidade de quarnição se mover para lá. Isso era mais uma formalidade e eles não precisavam fazer nada em particular. Como os bandidos tinham sido eliminados, não precisavam se preocupar em serem atacados. A única coisa que tinham que fazer era enterras os corpos para evitar atrais bestas. E claro, como Olivia disse anteriormente, ela não participou dessa tarefa.

A entediada Olivia caçou ou pescou com os recrutas o dia todo. Ela também treinou enquanto eles passavam o tempo de forma despreocupada.

Aqueles eram dias passageiros que eram significativos e tranquilos.

Uma noite, os recrutas se reuniram em volta de uma fogueira sob uma noite estrelada e falaram sobre Olivia.

— De qualquer forma, a subtenente Olivia é incrivelmente forte.

— Também acho. Matar a besta de um chifre é incrível mas massacrar 40 bandidos sozinha é normalmente impossível.

— Se eu contar para os caras do Forte Gallia, eles não acreditariam em mim.

Todos os recrutas assentiram concordando.

— Comparado a ela, somos…

— Não diga!  Todos concordamos em não falar isso… Somos uma vergonha.

Com isso todos eles ficaram deprimidos. Enquanto Olivia atacava os bandidos um a um, em vez de ajudá-la, os outros simplesmente ficaram parados tremendo. Alguns deles até perderam o controle da bexida por medo.

Mas eles não foram ridicuralizados por isso. Todos sabiam que era apenas uma questão de saber se conseguiam aguentar. Era vergonhoso para esses homens, mas esse era o consenso de todos os recrutas.

A fogueira estalava na escuridão.

Um dos recrutas disso com pesar:

— Nós somos realmente vergonhosos. Mas foi por isso que pedimos para a líder de pelotão Olivia nos treinar, para que possamos ser úteis na próxima batalha, certo?

— É v-verdade. Só precisamos aprender com os nossos erros.

Outro soldado apertou o punho com determinação. Mas um outro soldado disse desconfortável:

— Mas o treinamento da líder de pelotão Olivia vai ser útil?

— Estava pensando a mesma coisa. Achei que ela ia nos ensinar a usar espadas e lanças, mas ao invés disso…

— Tem algum sentido nesse treino? Eu não entendo.

Os recrutas pareciam todos intrigados.

O treinamento de Olivia era simples. Os soldados eram emparelhados, um atacava e outro defendia. O atacante tinha que continuar atacando com espadas de madeira e o defensor precisava se defenser com escudos. Eles trocavam depois de um tempo e esse processo continuava a se repetir.

Em comparação ao treinamento no Forte Gallia, não havia nenhum treino com armas, nem ataque a alvos fictícios. Podia parecer prático mas não era muito diferente de brincar de luta como quando crianças.

— Além disso, temos que observar os movimentos do nosso adversário? Podemos ser fortes de fizermos isso? Oh, não quero dizer que estou duvidando dela mas…

Observar, estudar, examinar.

Linhas eram formadas a partir de pontos e círculos desenhados com linhas.

Os recrutas ficaram confusas com o que Olivia disse. Eles pediram uma explicação mais simples e ela falou para eles observarem cuidadosamente os movimentos do adversário.

— Posso não ter certeza já que o treino acabou de começar mas não sinto que vou ficar mais forte só com isso.

— Mas podemos apenas confiar nela, certo? Já que é a líder de peloão Olivia – nossa valquíria que está falando.

Os recrutas todos olhoram para a valquíria em questão – Olivia, que estava comendo um frango assado alegremente. Ao lado dela estavam Guile, arrancando penas de um pássaro, e Ashton, escovando algo no pássaro enquanto o assava.

— …É verdade. A líder de pelotão Olivia salvou as nossas vidas. E é rude duvidar dela já que fomos nós que pedimos.

— Tem razão, se fosse outro líder estariamos mortos.

— De fato – Muito bem então! Vamos bindar à nossa líder de pelótão, a valquíria!

— Saúde!

Os recrutas levantaram suas canecas gargalhando.

II

Exército Real, Forte Gallia, Escritório do Comandante

Neinhart que veio para o Forte Gallia como um mensageiro, reportou o plano de batalha do primeir e sétimo exército de coordenar e conquistar o Castelo Kaspar para Paul. Otto franziu o cenho ao ler o relatório.

— …Entendo. Isso é algo que Lambert faria. Depois de recuperar o Castelo Kaspar, não teremos que nos preocupar com a nossa retaguarda e mover nossas tropas para atacar o Forte Kiel. Porém…

Paul suspirou nessa hora e olhou para o teto. A fumaça do seu charuto cobria o escritório com um denso nevoeiro.

— …Tem algo te preocupando?

— Sim, bastante coisas… mas o principal é que não entendo a lógica de retomar o Forte Kiel agora. Parece que a idade está me afetando.

A resposta vaga de Paul fez Otto estranhamente sorrir enquanto arranhava o rosto. Ao vê-los assim, Neinhart ergueu um sorriso em seus lábios.

“Entendo. Parece que o tenente general Paul e o tenente general Otto não contra esse plano.”

A tomada do Forte Kiel era um decreto de Alphonse. Paul estava fazendo isso de uma forma indireto mas o que ele disse poderia ser interpretado como traição. Porém Neinhart não pretendia apontar isso já que compartilhava da mesma opinião. Cornelius e Lambert não diriam em voz alta mas esmbém pensavam o mesmo.

Afinal de contas, o decreto de Alphonse era muito imprudente.

Alphonse não era estúpido mas ele subiu ao trono num momento terrível. Quando o Imperador Benevolente declarou sua intenção de conquistar o continente, Alphonse estava reinando há apenas dois anos. Ele ia ter tempo para evoluir no caminho dos reir se os tempos fossem pacíficos e ele se tornaria um bom monarca. Mas eram tempos caóticos e o Reino estava estava à beira da destruíção. Alphonse não podia se dar ao luxo de perder tempo e aprender, e não tinha capacidade de dar ordens para acompanhar a situação problemática.

Depois de esquentar a cabeça com isso, seu plano era enviar o primeiro exército para retomar o Forte Kiel. O Reino tremia como um barco na tempestade por causa da queda do Forte Kiel. Ele provavelmente pensou que poderia virar a maré de uma vez tomando o Forte Kiel.

Neinhart analisou a consideração de Alphonse e a usou como base para convencer Paul:

— Entendo suas preocupações, tenente general Paul, mas as palavras da Sua Majestade são decisivas. E não podemos reverter a situação por meio de defesa.

— …É verdade. Eu já falei demais. Voltando ao assunto, se marcharmos para o Castelo Kaspar, onde acha que o exército imperial vai no interceptar?

Quando ele ouviu a pergunta do Paul, Neinhart apontou para um lugar no mapa. Otto pensou a mesma coisa e assentiu em aprovação.

— O exército imperial iria definitivamente se posicionar nas terras de Iris. Esse é o melhor lugar para colocar um exército em campo. Provavelmente também iremos marchar por aqui.

Se fossem atacar o Castelo Kaspar, iriam pelas terras de Iria, que era o caminho mais curto. As alternativas seriam marchar por uma vasta floresta ou enfrentar os penhascos e vales. Isso significava fazer um desvio e usar rotas não adequadas para um exército grande. Havia apenas uma opção.

— Penso a mesma coisa. Mas isso significa que temos que derrotar o inimigo nas terras de Iris e depois atacar o Castelo Kaspar. Isso vai ser extremamente difícil.

Paul falou amargamente. Neinhart assentiu silenciosamente, concordando. Em comparação ao exército estimado de 50.000 do Castelo Kaspar, as forças combinadas do primeiro e sétimo era 55.000. O exército real tinha a vantagem em números, o que não podia ser compensada facilmente com estratégia. De primeira vista, o exército real tinha a vantagem.

Porém a situação seria invertida se o Forte Kiel enviasse reforços. O Reino não teria outra escolha senão recuar. Era isso que Paul estava tentando falar. E Neinhart não tinha nenhuma solução para esse problema. Otto franziu o cenho e não disse nada.

À medida que a atmosfera ia ficando pesado ao redor dos três homens, alguém bateu na porta do escritório do comandante. Com a permissão de Otto, um soldado entrou.

— Um relatório urgente?

— Sim, senhor, perdoe minha intromissão. Um mensageiro do pelotão especial de Olivia acabou de chegar e relatou que o Forte Lamburg foi recuperado com sucesso.

— Oh! Isso são notícias maravilhosas.

— Os bandidos foram mortos. O pelotão pressegue com a segunda missão, fim do relatório.

— Entendido. Vou lhes dar novas ordens mais tarde. Deixe o mensageiro ficar na base por agora.

— Sim, senhor!

O soldado deixou rapidamente o escritório do comandante. As repentinas boas notícias limparam a atmosfera pesada. E a razão para essa atmosfera foi o sorridente Paul.

— A subtenente Olivia completou de forma impressionante a sua missão. Vou ter que preparar um bolo extra grande para quando ela voltar, ou ela vai ficar furiosa.

— Está falando disso de novo. Ela vai ficar convencida, então por favor não faça isso.

Em resposta ao conselho de Otto, Paul falou “Não precisa ficar tão sério” e riu alto. Otto balançou a cabeça em desacordo e suspirou. Neinhart também era um adjunto e simpatizou com Otto mas isso não importava agora. Ele ouviu um nome que não podia ignorar e perguntou.

— A pessoa em quatão é aquela subtenente Olivia?

— Hm…? Sim, isso mesmo, a subtenente Olivia mencionada nos relatórios de mais cedo.

“Como eu suspeitava. Então ela não está nesse forte agora…”

Um dos objetivos de Neinhart em visitar o Forte Gallia era conhecer a subtenente Olivia. Ele sabia que estava misturando seus assuntos privados com assuntos oficiais mas queria agradecer a ela pessoalmente.

— Por que parece tão distraído?

— …Ah, peço desculpas. Na verdade, a pessoa que Samuel matou, o general-mor Lance, era meu amigo. Queria agradecer à subtenente Olivia por vingá-lo.

Depois de ouvir as razões de Neinhart, a expressão de Paul ficou leve e se tornou um pouco estranha.

— Entendo, você era amigo do general-mor Lance… Entendo. Sua morte foi uma grande perda para todos nós.

Paul tocou sua cabeça careca e murmurou. Foi curto mas mais do que suficiente para demonstrar seu pesar.

— Muito obrigado. General-mor se sentiria honrado com suas amáveis palavras no mundo seguinte, tenente general.

— Quem sabe…

Paul apagou seu charuto no cinzeiro. O clima ficou pesado novamente e Otto bateu palmas de repente.

— O que foi? Pensou num plano?

— Sim, senhor. Tenho uma ideia que merece uma tantativa. Se funcionar, podemos ser capazes de conseguir recuperar o Castelo Kaspar antes dos esforços inimigos chegarem.

— Oh, isso é ótimo… mas está pensando em usar a subtenente Olivia de novo, correto?

Paul falou com um rosto chocado. Otto sorriu brevemente quando ouviu isso.

— Vossa Graça, a subtenente Olivia agora é a peça mais forte do sétimo exército, por isso é claro que vou fazer completo uso dela. Ainda mais se isso aumentar as chances de sucesso.

— Eu sei, eu sei. Então me conte o que tem em mente.

Otto limpou a garganta ao lado de Paul que sorria de forma ironica e explicou seu plano com um mapa depois de um breve momento de silêncio.

Neinhart ficou chocado. Otto era alguém absolutamente pragmático. Ele não iria estimar muito ou pouco dos amigos e inimigos. E Otto chamou a subtenente Olivia de a mais forte do sétimo exército, o que intrigou ainda mais Neinhart.

“É difícil de acreditar mas ela é a garota que matou aquele Samuel. Ela deve ser incrivelmente fortona.

Depois de chegar a essa conclusão em sua mente, Neinhart ouviu o plano de Otto.

III

Duas semanas após o pelotão especial de Olivia ter retomado o Forte Lamburg.

O Forte Gallia estava movimentado durante esse tempo com a guarnição do primeiro exército, com o transporte de recursos e a preparação para atacar o Castelo Kaspar. Por outro lado, o pelotão de Olivia estava se divertindo no Forte Lamburg.

Mas quando a guarnição chegou no Forte Lamburg, o pelotão foi literalmente expulso e voltou para o Forte Gallia. Pouco depois de voltar ao forte, Otto convocou Olivia no escritório do comandante. Olivia olhou para seu relógio de bolso, confirmando as horas, e depois bateu na porta do escritório.

— Subtenente Olivia, se apresentando na hora.

Logo depois disso, Olivia pôde ouvir um riso abafado por detrás da porta e uma voz familiar falou “entre”. Ela entrou e viu três homens sentados lá dentro.

Olivia olhou para o grupo que incluía um Paul sorridente e um Otto sério. Ela não reconheceu o homem de cabelos loiros ondulados. O homem continuou abrindo e fechando a boca quando viu Olivia, talvez ele estivesse imitando um peixe? Olivia pensou que se ele estava tentanto fazer isso, ele era muito ruim.

— Subtenente Olivia. Se. Apresentando. Na. Hora.

Otto olhou para Olivia que tirou seu relógio de bolso e falou “eu sei, guarda seu relógio”. Ele então acrescentou “está procurando problemas?”. Parecia que não tinha recompensa por se apresentar a tempo. O relógio de bolso era importante, por isso Olivia o guardou com cuidado. Paul bateu no sofá ao seu lado, gesticulando para Olivia se sentar e assim ela fez.

— Subtenente Olivia. Desculpe ter te convocado logo após ter voltado. Obrigada pelo seu bom trabalho.

— Sim, senhor, obrigada pela sua preocupação!

— Ouvi dizerem que tem tinha um habilidoso usuário de lança entre os bandidos, você teve algum problema?

A pergunta de Paul fez com que Olivia inclinasse a cabeça de forma confusa. Ela realmente não se lembrava de alguém assim entre os bandidos. Ela se esqueceu? Mas Olivia estava confiante quanto às suas memórias. Ela conseguia se lembrar do conteúdo de todos os livros que tinha lido.

Ashton até comentou que sua memória era incrível. Mesmo assim ela não tinha nenhuma ideia sobre isso, então esse oponente não era grande coisa. Ele foi morto num só golpe então seria estranho se ela lembrasse dele.

E é claro que ela não se esqueceria da suas experiências felizes. Por exemplo, quando ela foi caçar e pescar alegremente com os recrutas, quando Ashton quase se afogou e Olivia riu na margem do rio, ou quando ela o salvou e Ashton reclamou com muita raiva.

Guile era um caçador, por isso sua habilidade com arco e flecha era excelente. Especialmente sua habilidade em arrancar penas de um pássaro. Quando ela lhe disse isso, Guile se ajoelhou e falou “eu aperfeiçoei essa habilidade para o bem da valquíria”. Olivia pensou que ele estava mentindo mas não falou em voz alta. Por algumas razões ela achou que seria ruim se refutasse ele.

E a comida que comeu na fogueira sob as estrelas com todos era realmente deliciosa.

— …Não lembro das lutas. Todos morreram para minha espada num só golpe.

— Hahaha! Entendo, você matou eles com um golpe. Ouviu isso, Otto? Para a subtenente Olivia, aquele hábil usuário de lança não é diferente do bando de bandidos.

Paul bateu na coxa e riu. Otto suspirou sem palavras. O homem loiro olhou com os olhos arregalados. Olivia estava um pouco preocupada que os olhos dele caíssem.

— Oh, certo, fiquei muito envolvido e esqueci da razão pela qual te chamei. Subtenente Olivia, pedi para você vir para te dar isso.

Paul então colocou uma caixa branca sobre a mesa. Com animação, Olivia abriu a caixa encontrando um bolo colorido e luxoso. O doce aroma chegou ao seu nariz e Olivia gritou:

— Uwah! Isso é um bolo! Um bolo, certo!? Obrigada, tenente general Paul!

— Fico feliz que tenha gostado.

Paul estava todo sorrisos. Olivia pegou um pedaço de bolo impaciente mas de repente se lembrou que os livros diziam que bolos eram tão delicioso que iriam derreter seu rosto. Otto parecia estar dizendo algo agitado mas Olivia não se importou. Estava preocupada que seu rosto derretesse por causa do bolo mas não conseguiu resistir à tentação. Decidindo que as coisas iriam funcionar no final, Olivia enfiou o bolo na boca.

“…Que bom. E tão macio!”

Contudo o gosto era tão bom que as bochechas de Olivia ficaram soltas. Ela rapidamente tocou o roso e ficou aliviada pelas suas bochechas estarem bem. Agora ela podia desfrutar do bolo sem preocupações.

Antes que Olivia conseguisse pegar uma segunda fatia, alguém agarrou sua mão. Ela olhou para cima e viu o adjunto Otto corado com os lábios trêmulos parado diante dela. Olivia sentiu que ele era como o “diabo vermelho” retratado nos livros.

— Adjunto Otto, também quer bolo? Mas o tenente general Paul me deu esse. Mesmo que seja o adjunto Otto, não vou te dar.

— Quem disse que quero bolo? Sua pirrablha, sabe onde você está Como se atreve a comer bolo aqui!?

Olivia ficou perplexa. Quando ela entrou na sala, verificou a plana que dizia “Escritório do Comandante”. Era óbvio que era o escritório do comandante.

— …Adjunto Otto, você bateu a cabeça?

— Do quê está tagalerando?

— Bom, eu li num livro que as memórias de um humano ficam confusas se baterem a cabeça com força. Esse definitivamente é o escritório do comandante. Na minha humilde opinião, adjunto Otto, você devia procurar tratamento num médico rápido.

— P-Por que você…!?

Otto tremia, ele levantou e abaixou o punho, repetindo isso de novo. Pela experiência de Olivia na sala de interrogatório, Otto provavelmente queria esmagar a mesa. Olivia ficou ainda mais confusa com a reação de Otto. Era só informação do livro, por que ele tinha ficado tão zangado?

Z uma vez disse que os humanos eram diferentes dos animais, porque ansiosam por conhecimento. Otto deveria estar feliz em vez de zangado. Se Ashton estivesse com ela, ele definitivamente daria para Olivia um esplêndido conselho.

Quando ela pensou nisso, Olivia olhou para o bolo no seu colo.

“…Então o adjunto Otto quer comer bolo. É uma sobremesa muito deliciosa, então não tem como evitar. Como alguém pode não querer comer?”

Otto cuidou bem dela e teu até um belo relógio de bolso patreado para Olivia. Ela podia receber ainda mais coisas no futuro.

Olivia decidiu e ofereceu um pedaço de bolo para Otto.

— Vou te dar só um, está bom…?

— EU disse que não quero seu bolo!

Com isso, Otto bateu o punho na mesa. “Então ainda vai bater na mesa, huh”, Olivia falou. Otto bateu mais umas vezes por causa disso e Paul assistiu intrigado as suas reações. Paul então falou para Olivia:

— Ainte temos assuntos importantes para discutir. Subtenente Olivia, pode voltar para seu quarto e aproveitar seu tempo para saborear seu bolo.

— Sim, senhor, subtenente agora vai voltar para seu quarto para comer bolo!

Olivia bateu a continência mais pura do dia. Se Otto estivesse do lado dela, ela não conseguiria apreciar seu bolo. Logo, as palavras de Paul foram uma dádiva de Deus. Ela saiu rapidamente da sala.

E claro que levou a importante caixa do bolo com ela.

— Como posso dizer isso, ela realmente é uma garota estranha.

Enquanto os passos de Oliva se distanciavam, Neinhart fez seu comentário. A garota não era nada do que ele imaginava.

— Coronel Neinhart, por favor não ligue para ela. Ela só não tem senso comum e educação adequada.

Otto falou com raiva e provavelmente ainda estava furioso já que sua mão tremia um pouco. Neinhart não conseguiu evitar sorris com a visão transtornada desse homem que estava sempre tranquilo. Quando Otto notou, ele olhou para Neinhart com um olhar afiado, o que fez com que Neinhart ficasse tenso.

— O que acha, coronel Neinhart? Ela é uma garota bonita, não?

Em contraste com Otto, Paul perguntou com um sorriso gentil. Neinhart não sabia como responder e falou com um sorriso caloroso. Paul provavelmente pensou nela como sua neta. Na verdade Neinhart ouviu dizer que a neta de Neinhart era mais ou menos dessa idade.

É claro que Neinhart não negou que ela fosse bonita. Se ela usasse alguns acessórios Neinhart não suspeitaria de nada se alguém dissesse que ela era filha de uma casa nobre. Se ela for a um baile, os olhares dos homens definitivamente serão atraídos para ela. E é claro que as damas ficariam com ciúmes dela.

“Fui muito rude quando imaginei que ela seria toda musculosa demais.”

Neinhart sorriu desajeitadamente em sua mente, então alcançou o chá na mesa. Nesse momento no Reino, até mesmo uma bebida comum como chá era um luxo agora. Afetados pelo bloqueio econômico de Sutherland sob a desculpa de uma colheita pobre, eles tiveram que contar com o contrabando ilegal.

Neinhart tomou um gole de chá de forma melancolica e notou que Otto tinha esquecido com sua raiva. Otto massageou seus punhos vermelhos, relembrou da conversa de mais cedo e perguntou:

— De qualquer forma, você não queria agradecer a subtenente Olivia?

— Sim, estava planejando, mas a subtenente Olivia deixou uma impressão muito impaciente, por isso não encontrei chance para falar.

— Devo chamá-la de novo?

— …Está tudo bem, não precisa ir tão longe, vamos guardar isso para outro dia. E acho que a mente dela provavelmente está preocupada com o bolo nesse momento.

Depois de dizer isso, Neinhart percebeu que tinha falado errado. Como era de se esperar, Otto resmugou um “é tudo porque você a mimou demais, Vossa Graça” quando olhou para Paul. Mas Paul não ficou nada incomodado e até se apoiou  mais no sofá, degustando do seu charuto.

— Adjunto Otto, não resmunge tanto. O seu plano só é possível porque a subtenente Olivia retomou o Forte Lamburg. O que vai fazer se continuar a advertí-la e la decidir fugir para se juntar ao exército imperial?

— Ugh, b-bom…

As palavras de Paul bateram bem onde dói e os olhos de Otto escureceram muito. Ele provavelmente sentiu que a situação era bastante plausível.

A deserção era um problema que tinha atormentado o exército real. A deserção era só uma coisa mas havia um grande número que se juntou ao imperio. Havia um caso rídiculo de um pelotão inteiro que abandonou seu posto e se juntou ao exército imperial.

Para alertar contra futuras transgressões, todos os desertores foram imediatamente executados.

Foram crucificados, queimados vivos, ou até executados numa guilhotina.

Apesar dos exemplos, ainda haviam muitos soldados que desertaram com o risco de morte.

Por outro lado, executar publicamente os soldados desertores apenas aumentava a infelicidade que os cidadãos sentiam com o exército real, o que era irônico. Era lamentável mas o exército real estava numa situação preocupante.

Neinhart se lembrou da cara de felicidade de Olivia enquanto comia seu bolo.

De acordo com os relatórios relacionados à Olivia, ela entrou voluntariamente para o exército real. Ela até trouxe as cabeças de muitos soldados imperiais como presente. Com isso em mente, Neinhart achou improvável que o que Paul disse acontecesse com ela.

Mas mesmo assim, não havia garantia de que ela não os trairia. Pela sua atitude irresponsável, ela definitivamente não era patriota e não parecia ter se alistado ao exército para se tornar grande.

Olivia deu a impressão de que se o exército imperial a subornasse com uma montanha de bolos, ela iria para o lado deles imediatamente.

“Então por que é que essa garota se juntou ao exército real?”

A pergunta que lhe veio à mente de repente fez Neinhart pensar profundamente nisso.

O Reino era como uma torre desmoronada e não seria surpreendente se a qualquer momento ele desabasse. Com as habilidades de Olivia, ela seria tratada melhor se entrasse para o exército imperial. Não era apropriado dizer isso , dada a posição de Neinhart mas ele não conseguia entender porquê ela se alistou ao Reino em vez do Império.

— Tenente coronel Otto, já perguntou à subtenente Olivia por que ela se alistou ao exército?

Neinhart perguntou à Otto que tinha uma cara amarga assim como ele mesmo. Normalmente os militares não perguntou a um soldado a razão pela qual se alistaram. O exército só precisa saber se o soldado pode lutar.

No entanto, Olivia, com seus feitos conjugais excepcionais, era uma exceção. Neinhart sentiu que o cuidadoso Otto definitivamente perguntaria sobre isso para ela.

— …Já, mas recebi uma resposta sem sentido… a subtenente Olivia disse que essa é uma maneira de encontrar o “Z”.

Se sentindo feliz por Otto não ter acabado com sua expectativas, Neinhart continuou e perguntou:

— Então ela entrou no exército para procurar alguém?

— Parece que sim.

— É verdade que vai ser mais fácil procurar alguém com a rede de informação do exército… Mas Z,, huh… Que nome diferente. Que tipo de pessoa ele é?

— Parece absurdo mas esse Z que a subtenente Olivia se referia é um “Deus da Morte”.

— Hah? Deus da Morte? Aquele que usa uma foice?

Neinhart fez um gesto de uma foice e Otto concordou com um rosto amargo. O esqueleto em túnicas esfarrapadas empunhando uma foice era realmente famoso. Podia haver variações entre a descrição dos autores, mas eram todos praticamente iguais.

— Isso é ridículo.

— …Hm, é verdade…

Otto murmurou.

“Hm? A atitude dele parecia um pouco vaga.”

Quando ele viu Otto acariciando seu queixo, surgiu uma pergunta para Neinhart.

— Não acho possível mas, tenente general Otto, acha que é verdade?

— Vamos esquecer sobre acreditar nela por agora… normalmente ninguém criaria uma mentira tão escandalosa. Eu também pensei que era ridículo demais no começo.

Incapaz de chegar a uma conclusão sozinho, foi raro ver Otto tão perturbado. Neinhart também não sabia o que dizer e apenas reconheceu vagamente. Paul não estava ciente dessa questão e apenas sorriu intrigado e disse “entendo, ela está procurando por um Deus da Morte”.

“Isso é incompreensível. O seu Deus da Morte é uma metáfora? Pelo que ouvi, ela está procurando alguém – seja ela uma pessoa ou não, essa é a razão pela qual ela se alistou no exército real. Porém…”

Neinhart estava prestes a pensar mais mas os documentos em cima da mesa entraram na sua visão. Havia toneladas de problemas com os quais tinha que lidar e não tinha tempo para pensar nas palavras de Olivia.

Neinhart respirou fundo e alcançou os documento em cima da mesa.

IV

Exército Real, Forte Gallia, Escritório do Tenente Coronel Otto

— Oh, então é você a oficial que o coronel Otto recomendou…

— Subtenente Claudia Lung, se apresentando ao sétimo exército para o serviço! Estou aqui para te encontrar, solicitado!

— Sim, obrigado! Por favor, sente-se ali no sofá.

— Sim, senhor, com licença.

Claudia se sentou no sofá, como ordenado. Otto riou um copo reserva do armário e pegou um bule de porcelana branca.

— Tenente coronel Otto, não precisa se incomodar!

Claudia tentou se levantar mas Otto a impediu.

— Mas

— Tudo bem.

Otto cortou Claudia e serviu o chá com mãos treinadas. Vendo a habilidade com que ele serviu, Claudia se perguntou se Otto não tinha uma secretária. Otto colocou a xícara na mesa diante de Claudia e o aroma das folhas de chá entrou no seu nariz.

— Desculpe mas os nossos recursos são limitados e estamos sem açúcar. Por favor, tenha paciência conosco.

— Você é muito gentil. Por favor, com licença.

Claudia bebeu o chá educadamente e devolveu a xícara à mesa. Ela manteve a postura, olhou nos olhos de Otto e perguntou:

— …Tenente coronei Otto. Se estiver tudo bem, posso saber a razão de eu ter sido trazida do primeiro para o sétimo exército?

— Huh? O coronel Neinhart não te explicou isso?

Otto ficou surpreso.

— Sim, senhor, ele não me disse nada. Como ele parecia estar ocupado, não tive escolha a não ser perguntar diretamente ao tenente coronel Otto.

Otto sorriu ironicamente quando ouviu a explicação de Claudia. Ela estava expressando seu desagrado em relação à Neinhart de uma forma indireta. Se ele não soubesse que Claudia era prima de Neinhart, ele não teria entendido o que ela estava insinuando.

— Entendo, então vou direto ao assunto. As suas ordens de transferência são para assumir o posto de adjunta da subtenente Olivia – Não, agora ela é segunda tenente. Aua missão é ser a adjunta da segunda tenente Olivia.

Com isso, Otto entregou um documento à Claudia.

— Estou designada para ser uma adjunta… Me dê um momento para ler os documentos.

Claudia analisou os documentos que tinha em mãos. Afirmou os feitos extraordinários do assunto. Matando Samuel do Violente Thrust, prendendo e matando dois espiões que se infiltraram no Forte Gallia, e recuperando quase sozinha o Forte Lamburg.

— S-Senhor… é tudo verdade? Não são…

— Bom, é normal pensar isso. Mas é tudo verdade. Porém…

Otto suspirou de repente

— Tem algum problema, senhor?

— …Como pode ver, os feitos marciais dela são impecáveis.

— É claro que sim. Quer dizer que ela tem alguns problemas que não estão declarados nos relatórios?

Quando Claudia perguntou isso, Otto assentiu, afirmando isso:

— É como você disse, subtenente Claudia. A segunda tenente Olivia tem muita falta de bom senso e de etiqueta. Para ser honesto, é uma grande dor de cabeça.

— Hah, etiqueta, huh…

Claudia não sabia o que dizer, apenas repetiu as palavras. Pois etiqueta não parecia ser nada de especial.

— Pode pensar que o problema é fofo… Não, esquece. Esqueça o que eu disse.

— Sim, senhor, vou manter isso em mente.

— Desculpe. Como sabe, estamos nos preparando para retomar o Castelo Kaspar. O sucesso dessa operação foi todo articulado em cima da segunda tenente Oliva. E por isso precisamos de um excelente oficial para ser a adjunta da segunda tenente.

— …Me perdoe por ser franca mas outro oficial também pode realizar essa tarefa, certo?

O sétimo exército não deveria estar tratando mal oficiais talentosos. Claudia pressionou com isso em mente mas Otto negou com a cabeça imediatamente.

— Não tem muitos que possam controlar a segunga tenente. Ela pode parecer brilhante e bonita mas é uma pirralha selvagem por dentro. Por isso será mais fácil para alguém do mesmo sexo lidar com ela. Isso vai ser bem cansativo mas estou contando com você.

— Sim, senhor, vou dar meu melhor para ajudar a segunda tenente Olivia como sua adjunta!

A resposta de Claudia fez com que Otto ficasse tenso.

— Ótimo. Eu já disse á segunda tenente Olivia que vai ir visitá-la. Ela deve estar em seu quarto. Faça uma visita a ela mais tarde.

— Entendido, vou ir lá cumprimentá-la.

— Sim. Isso é tudo por enquanto, pode ir.

— Sim, senhor, com licença.

Depois de sair do escritório, Claudia suspirou. Pela atitude de Otto, ela tinha assumido uma tarefa problemática.

“É tudo culpa dele por organizar tudo isso sem me informar.”

Claudia resmungou sobre Neinhart que a recomendou e foi para o quarto de Olivia.

Fora do quarto de Olivia, Claudiu verificou seu curativo. A julfar que estava tudo bem, ela bateu na porta e ouviu um som alto lá dentro.

— Claudia?

Claudia ficou tensa quando seu nome foi chamado. Ela levantou a voz e respondeu:

— Sim, mademoissele! Sou a subtenente Claudia Lung e a partir de hoje serei a adjunta da segunda tenente Olivia! Estou aqui para cumprimentá-la!

— Sim, ouvi do adjunto Otto, entre.

— Sim, mademoissele! Por favor, perdoe minha intromissão.

Quando ela abriu a porta, Claudia arfou à sua frente. A garota deitada na cama era muito bonita, como se fosse uma boneca. Quando Claudia estava hipnotizada pela beleza de Olivia, os olhos dela se encontraram. Com cuidado para não pisar nos livros espalhados pelo chão, Claudiu bateu continência de forma apressada.

— Sou Olivia, prazer em te conhecer!

Olivia apoiou seu corpo e revolveu a continência com um sorriso. Ela então se deitou e continuou lendo.

“…Eh!? ´´E isso!?”

Claudia pensou que era algum tipo de teste mas ela apenas parecia absorta no seu livro. Claudia então se lembrou do que o adjunto Otto disse. Como ela era sua adjunta, Claudia tinha que entender melhor a situação de Olivia.

om isso em mente, Claudia tentou conversar com ela.

— E-Ern, segunda tenente Olivia? Com certeza tem muitos livros no seu quarto.

— Hm…? Comprei todos os livros que Ashton disse que eram interessantes na capital. Graças a isso, o meu pagamento bônus que ganhei do tenente-general Otto já foi. Livros são muito caros.

Olivia respondeu sem tirar os olhos do seu livro. Claudia ficou surpreendida com a resposta mas mesmo assim manteve a conversa.

— Segunda tenente Olivia, então você gosta de livros. De qualquer forma, quem é esse Ashton que mencionu?

— …Claudia perguntou o mesmo que o adjunto Otto. Ashton é o Ashton. Um humano.

Olivia finalmente tirou os olhos do livro e olhou para Claudia confusa. Seus olhos escuros não mostravam sinais de que estava brincando.

“Entendo… Isso é mesmo algo. Neinhart onii-san, seu idiota, vou me lembrar disso.”

Claudia se queixou mentalmente mas mesmo assim mostrou um rosto humilde.

— É como você disse, segunda tenente Olivia. Peço desculpas por perguntar algo tão óbvio.

Claudia se curvou em pedido de desculpas e Olivia negou com a cabeça:

— Sim, está tudo bem. Mas que estranho, por que todo mundo gosta de fazer perguntas óbvias…? É minha culpa que não consigo transmitir minhas palavras corretamente para outras pessoas?

— Não, isso não é verdade.

— Entendo… muito bem entçao. Já acabou os cumprimentos, certo? Pode ir agora.

Então Olivia voltou seu olhar para seu livro pela terceira vez. Isso era tudo que ela tinha a dizer. Claudia bateu continência para Olivia que estava deitada em sua cama:

— Então vou me retirar! Por favor, não hesite em me encontrar se precisar de alguma coisa!

— Sim, entendi.

Claudia deixou o quarto, então se encostou na parede para suspirar pela segunga vez hoje, o que foi muito mais profundo do que o primeiro. Ela andou em passos rápidos e foi direto para o quarto de Neinhart.

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