Shinigami ni Sodaterareta Shoujo wa Shikkoku no Ken wo Mune ni Idaku – Volume 2, Capítulo 3 - Anime Center BR

Shinigami ni Sodaterareta Shoujo wa Shikkoku no Ken wo Mune ni Idaku – Volume 2, Capítulo 3

Tradução: Eudarda

Volume 2
Capítulo 3 – Aquela que Espalha a Morte

I

— É apenas um forte em ruínas, quanto tempo preciso para conquistá-lo?

O marechal do exército real de Swaran, Liberal Ertoria, descarregava sua raiva nos oficias diantes dele.

Fazia uma semana desde que lançaram um ataque contra o Forte Peshita, protegido pelo sexto exército. Eperavam tomar o forte em três dia fácil mas na realidade, os portões do do Forte Peshita permaneceram bem firmes. Eles tentaram atacar com escadas de cerco mas não conseguiram passar.

Liberal amassou os papéis em suas mãos e os jogarou no chão.

“Aquele velhote do Graden! Ele quer me tirar do comando se eu não tomar o forte dentro do tempo limite? Ele realmente enviou essa carta com tanta urgência!? O que ele está tentando fazer!? Mesmo que o Reino Swaran seja um estado vassalo do Império, não significa que pode fazer o que quiser!”

Há um ano atrás.

Quando o Forte Kiel do Reino Farnesse caiu, o Império colocou suas garras no Reino Swaran. O seu jovem rei, Hide fon Swaran, tinha sangue quente e rasgou a carta enviada por um representante do Império.

Resumindo a longa carta, eles basicamente querem que o Reino Swaran jure lealdade ao gloriosos Império Arsbelt. A carta foi escrita com extrema arrogância.

O enfurecido Hyde executou o representande imperial. Ele ignorou os conselhos dos seus vassalos e teimou em liderar um exército para combater o exército imperial. As duas forças entraram em conflito nas fronteiras ao norte de Swaran, na colina de Lunwhal.

Os historiadores chamaram isso de a Guerra de Swaran, as forças de Swaran perderam contra os cavaleiros de metal pleno liderados por George. Hyde, que foi capturado, foi executado três dias depois, junto com seus ajudantes próximos.

Depois disso, o Império não conquistou Swaran diretamente e colocou o jovem Allen fon Swaran para tomar o trono. Por fora, o Reino Swaran continuou existindo, mas Allen não detinha nenhum poder real. No fim, Graden teve total controle como chanceler do Reino Swaran e governou o reino a partir do Forte Kiel.

Como Liberal continuou enfurerico, um dos oficiais falou timidamente:

— Excelência, o inimigo está claramente exausto. Na minha humilde opinião, a situação em breve vai ficar vantajosa para a gente.

— Em breve, em breve, todos vocês continuam dizendo essas palavras… Me lembro de ouvir isso há três dias atrás. Quanto tempo vai demorar esse ‘em breve’?

Quando Liberal perguntou furiosamente, todos os oficiais limparam o suor frio de suas testas e recuaram.

Nesse momento, todos os soldados de Swaran, incluindo Liberal, não notaram um fato.

O sexto exército foram na verdade  forçados a ir ao limite pelos ataques implacáveis do exército de Swaran.

Forte Peshita, Aposento de Sara

— Alteza Sara, está na hora da janta.

Sara lentamente apoiou seu corpo na cama e olhou para a bandeja que Roland colocou na mesa. Nela tinha meio pedaço de pão que tinha ficado preto e uma sopa que era quase igual a água. Normalmente, isso não é algo qe devesse ser servido para Sara que era uma princesa.

— Obrigada, mas não estou com fome.

Sara abaixou o olhar e balançou a cabeça para o próprio Roland.

— Perdão mas você disse a mesma coisa há seis horas atrás. Se não comer, isso vai afetar a sua saúde.

Roland não demonstrou qualquer intenção de ir embora e insistiu que Sara deveria comer. Depois de um breve momento de silêncio, Sara olhou séria para Roland.

— Então vou ser clara. Ainda sou uma princesa e esse prato nojento não me serve. É óbvio que está estragado, se entende, então tire isso!

Sara falou enquanto atirava seu travisseiro. Ele atingiu Roland e as penas se espalharam, voando pelo ar. Sara derramou tudo e deu meia volta.

— …Alteza, é inútil fingir. Mesmo que os outros não saibam, esse Roland aqui vai entender.

— O-O que quer dizer…

Sara gaguejou e Roland sorriu um pouco triste.

— Você é muito gentil. Está pensando que se não comer, outro soldado pode pegar sua parte, certo?

— Isso é apenas a sua imaginação. Não fui clara? Essa coisa não é boa o suficiente para uma princesa como eu.

Roland ignorou a falsa fachada de Sara e continuou com um rosto sério.

— Está planejando resolver isso com a sua morte.

— !?

— Eu te sirvo por mais de dez anos, princesa Sara, então posso dizer. Pode estar pensando que entregar sua vida para o inimigo vá poupar as tropas, mas o inimigo pode não aceitar essa proposta.

— Mas eu sou uma princesa

— Então estava realmente planejando fazer isso…

Quando ouviu Roland dizer isso, Sara percebeu seu erro. Agora que tinha sido descoberta, Roland não deixaria o assunto de lado. Com isso em mente, Sara confessou:

— …Não tem outro jeito. Se tem alguma chance de todos poderem viver se eu oferecer minha cabeça, então vale a pena tentar… Parece que perdemos nossa aposta…

— Está falando dos reforços?

Sara assentiu em silêncio. Se passou uma semana desde que o mensageiro deixou o Forte Peshita e não houve sinais do sétimo exército. Sara tinha perdido a esperança de que eles sequer aparecessem.

— Ainda não… Ainda não acabou.

A voz de Roland vacilou um pouco quando falou isso. Sara se levantou da cama e esticou as costas.

— O tempo limite acabou. Está tudo bem agora, por favor prepare minha armadura. Se eu perder a cabeça vestida assim, vai trazer vergonha ao clã Livia e à família real.

Sara puxou a ponta de seu pijama com um sorriso um pouco forçado.

Exército de Swaran, Reservas

Um jovem soldado pálido entrou na tenda quando o segundo tenente Macier estava tomando seu café da manhã.

— Por quê essa confusão logo cedo? Será que finalmente tomamos o Forte Peshita?

— N-Não! As forças inimigas estão nos atacando pela retaguarda e está prestes a nos cercar!

Quando ouviu isso, Macier cuspiu o pão que estava mastigando.

— O inimigo!? O Reino Farnesse!?

— S-Sim! Estão erguendo bandeiras com leões!

Macier podia estar no comando dos reservas mas só tinham 500 homens sob seu comando. Isso deu a entender que os reservas eram apenas uma formalidade. Em outras palavras, depois dos superiores terem avaliado a situação do exército real de Farnesse, concluíram que não haveria reforços para ajudar o Forte Peshita.

Macier pensou que iria passar um tempo longe da guerra mas as coisas aconteceram de forma diferente.

— Quais os números!?

— Huh?

Quando ele viu a confusão do soldado, Macier gritou com raiva:

— O que houve com o ataque!? Te perguntei quais são os números do inimigo!

— C-Cerca de três mil!

O soldado gaguejou.

— Três mil…

Macier engoliu em seco assim como o soldado fez mais cedo. Um simples cálculo o dizia que o inimigo ultrapassava seis vezes sua unidade. Não havia qualquer chance de ganhar. A mente de Macier imediatamente ficou tentada a fazer a retirada.

— Segundo tenente Macier, o que vamos fazer?

— Não tem nada que possamos fazer. Se preparem para recuar imediatamente.

Pela lógica, ele deveria enviar um relatório urgente às principais forças para informá-las de um ataque inimigo, mas não havia sequer tempo para isso.

— E-Estamos recuando para Swaran?

— Você é estúpido? Obviamente vamos estabelecer uma comunicação com a força principal! Parem de gritar e se preparem!

— S-Sim, senhor!

Macier suspirou com força enquanto observava o jovem soldado correr da tenda. Depois de sofrer pesadas perdas ao longo dos anos, a unidade reserva de Swaran era inteiramente compostas por recurtas inexperientes que estavam trabalhando nos campos há não muitotempo.

Macier, que saiu da tenda um pouco depois dos outros, ficou chocado com o que viu. Nesse momento, ele percebeu o descuido que tinha com as defesas. A sua unidade tinha sido cercada e o inimigo tinha seus arco e flechas prontos. Seus homens tinham todos erguido as mãos, se rendendo.

— Aqueles corpos são…

Macier olhou para os cadáveres espalhados na sua frente e perguntou à um soldado de rosto pálido. Todos os corpos foram divididos no meio e pareciam absolutamente ridículos.

— E-Ela fez tudo isso sozinha!

Um soldado apontou com um dedo tremendo para uma garota incrivelmente bonita. Nas suas mãos estava uma espada negra manchada de sangue e ela parecia ser um soldado com a armadura do Reino Farnesse.

“Essa garota cortou um homem no meio? Pela reação do inimigo, ela pareceu ser sua comandante… Que tipo de piada é essa?”

Macier não conseguiu ligar os corpos divididos em dois com aquela garota, pois ela se aproximou dele com um sorriso brilhante.

“Hm…? Que sensação estranha é essa?”

Macier, que veio de uma família média, sentiu algo estranho naquela garota. À medida que ela se aproximava dele, esse sentimento foi ficando mais forte. Quando aquela garota parou diante dele, foi preciso tudo o que ele tinha para reprimir o medo que estava dentro dele para não vomitar ali mesmo.

— Você é a comandante dessa unidade?

— …S-Sim.

— Pode me dar seu nome?

— …Macier.

Parece que estou sendo consumido pela escuridão.

— Meu nome é Olivia, prazer em conhecê-lo. Por falar nisso, vai ouvir meu pedido?

— Parece que não tenho escolha.

Sim, é verdade.

— Muito bem então, quero que me leva às forças principais do exército de Swaran. Se possível, até o comandante-chefe.

— Eu compreendo. Te levo lá. Em troca, espero que possa poupar meus homens. Eles são apenas agricultores que tinham sido recrutados recentemente.

Você nunca deve desafiar essa garota.

— Entendi. Se não resistirem, não vou matá-los então não se preocupe. De qualquer forma, os soldados do exército de Swaran são diferentes do exército imperial, você é bem honesto. É de grande ajuda que as coisas estejam seguindo de forma tão suave. Poir bem, para manter em segredo minha identidade como soldado real, preciso de um disfarce. Isso é igual ao ‘Cavaleiro Mascarado Celia’, que emocionante!

Com isso, a garota lentamente acariciou a armadura de um soldado que se encontrava à beira de lágrimas..

Você nunca deve–

II

Forte Peshita, Forças Principais do Exército Swaran

— Excelência, o comandante dos reservas Macier está procurando urgentemente uma audiência.

O estrategista, brigadeiro general Rheinbach susurrou nos ouvidos de Liberal que observava a batalha.

— O quê? Ele não enviou um mensageiro, mas veio pessoalmente? O que ele está pensando, abandonando seu posto desse jeito?

— Ele falou que isso diz respeito à sobrevivência do Reino Swaran e não podia confiar isso à um mensageiro?

— A sobrevivência do Reino Swaran? Deixem ele entrar agora.

— Entendido.

Macier então apareceu diante do grupo de oficiais, junto com um soldado. Liberal deu grandes passos em direção aos dois soldados que se ajoelhavam. As políticas do Reino Swaran podiam ser definidas pelo Império, mas mantiveram sua estrutura de comando como nação.

No entanto, essa estrutura de comando era tão frágil que desmoronaria por capricho de Graden, então Liberal não podia apenas demitir Macier.

— Anda, qual é a questão que pode afetar a sobrevivência do Reino Swaran?

— …

— …Excelência, minhas profundas desculpas.

Macier abaixou sua cabeça educadamente.

— Desculpas… Do que está falando?

Macier não respondeu Liberal, ele falou para o soldado ao lado dele:

— Isso já deve estar bom. Eu fiz minha parte.

— Sim, muito obrigada. Está na hora do Cavaleiro Mascarado Sharia brilhar.

Mas ela não tinha uma máscara. O soldado falou isso enquanto se levantava sem permissão e tirava o capacete com pressa. Seus cabelos prateados escorreram e Liberal ficou atordoado com sua beleza.

Os oficiais que o rodeavam ofegaram de admiração.

— Cavaleiro Mascarado Sharia? Parem imediatamente com esse absurdo! Relate sobre o assunto que diz respeito à sobrevivência de Swaran!

Liberal saiu de seu transe, ignorou a mulher suspeita e gritou para Macier. Porém, ele manteve a cabeça curvada e se manteve em silêncio. A soldada saltou para o lado de Liberal e de repente colocou uma lâmina em seu pescoço.

Ninguém soube o que aconteceu naquele momento – até mesmo Liberal que estava sendo ameaçado pela lâmina, não entendeu nada.

— P-Por quê você… Você enlouqueceu!?

Rheinbach foi o primeiro a reagir e apontou sua espada para a soldada. Os outros oficiais seguiram seu exemplo. Embora ela estivesse cercada pela elite de Swaran, a soldada não se deixou levar e falou:

— A sobrevivência de Swaran? Não sei nada sobre isso. Só pedi ajuda ao senhor Macier para capturar rapidamente sua base de apoio.

O que a mulher disse causou outro tumulto:

— Seu patife, então é traição!?

Rheinbach rugiu com raiva e a mulher abriu os olhos surpresa quando ouviu isso:

— Eh? Mas não estou tramando traição. Primeiramente, não sou um soldado de Swaran. Sou uma major do Reino Farnesse, Olivia Valedstorm. Além disso, também  sou conhecida como Cavaleiro Mascarado Sharia!

Olivia menteve sua atitude divertida apesar da sua situação perigosa. Liberal não podia andar livremente e se voltou para Macier:

— Não sei por que está se rendendo a garota louca mas não me importo mais… É triste mas ainda sou um guerreiro e não me rendo para salvar sua própria pele. Não pense que pode me usar como escudo.

Mas Macier não respondeu e Olivia falou no seu lugar:

— É isso? Tudo bem também, vai ser um pouco incômodo para mim. Mas os outros não se sentem assim?

— O que disse?

Liberal percebeu que todos os oficias tinham rostos sérios.

— O que estão fazendo aí parados? Não se preocupem comigo, acabem com esses traidores!

— …Desculpa, mas não podemos. Se Swaran te perder, nosso futuro vai ser sombrio. O jovem rei Allen precisa de você, Excelência.

Rheinbach soltou sua espada e os outros seguiram seu exemplo.

— Seus…

— Você ganhou, não vamos resistir. Por favor poupe a vida da Excelência.

Rheinbach se rendeu com a cabeça baixa. Olivia assentiu feliz com isso.

— É ótimo que o povo de Swaran seja tão obediente. Vou deixar ele ir quando todos vocês tiverem recuado. Mas se fizerem algo questionável

Olivia arrancou uma adaga da cintura e a atirou para trás sem sequer virar. Um soldado segurando um arco então caiu de uma árvore. Uma adaga com o emblema de um leão foi estava fincado bem entre suas sobrancelhas. Todos sentiram um arrepio com essa visão.

— Vai acabar como esse humano e não vai mais poder comer comida boa.

Olivia, com um controle total do lugar, abriu um sorriso encantador.

— Alteza Sara, por favor reconsidere!

A voz de Roland veio de trás de Sara que subia as escadas.

— Não, se demorarmos mais, não vão aceitar nossa rendição. Só vale a pena não nos render se ainda conseguirmos resistir.

Mas logo depois de ter dito isso, Sara ficou perplexa com o que viu de cima do muro do forte.

— O que é isso?

Quanto Sara murmurava isso, um soldado correu com a respiração entrecortada.

— Tenente general Sara, os inimigos estão recuando.

— Estou vendo… O inimigo sofreu algum grande contratempo?

— N-Não. Nós não fizemos nada…

Sara deixou o soldado confuso para trás e voltou a olhar para fora do forte. As forças de Swaran que tinham atacado incansavelmente agora estavam recuando lentamente.

“Que mistério.”

Sara ficou intrigada no começo mas à medida que o exército de Swaran recuava mais e a razão lentamente se tornou clara. Uma unidade com o estandarte de sete estrelas e um leão apareceu em sua visão.

— Alteza Sara, essa é a bandeira do sétimo exército.

Roland caiu em lágrimas ao ver, com a voz tremendo.

— …Sim, parece que é.

Os gritos dos soldados sacudiram o céu.

Lágrimas então rolaram pelas bochechas de Sara.

Por alguma razão, a pessoa recebida pessoalmente por Sara era uma garota vestida como um soldado do exército Swaran. E ela era tão bonita quanto qualquer uma das mulheres que tinha visto no palácio.

Quando a garota reparou no olhar de Sara, ela tomou a iniciativa.

— Você é a tenente general Sara do sexto exército?

— Sim, sou a Sara.

A garota saudou Sara.

— Eu sou a comandante do regimento de cavalaria independente do sétimo exército, major Olivia Valedstorm!

A garota então sorriu brilhantemente.

— Major Olivia? Entendo, você é aquela dos rumores…

Sara já tinha ouvido falar de Olivia. Os seus feitos já tinham se espalhado por todo o palácio. Sara queria conhecê-la mas nunca pensou que a encontraria nessas circunstâncias.

Sara observou Olivia com cuidado, quando ela de repente separou as pernas e levantou o braço esquerdo na diagonal.

— Eu também tenho outra identidade, o Cavaleiro Mascarado Sharia!

Olivia parecia realmente orgulhosa. Sara ficou surpresa com sua ação repentina e uma oficial rapidamente a deteve:

— Major! Por favor não brinque na frente da Alteza Sara!

A oficial, Claudia Jung, se curvou profundamente para Sara. Olivia, que foi repreendida, mostrou a língua, o que fez Sara rir.

Sara estava muito familiarizada com o Cavaleiro Mascarado Sharia. O personagem principal era um cavaleiro de meia-idade e Sara adorava a série quando era nova. A história dessa série de livros de desenho tinha marcado Sara.

“Falando nisso, Sharia fazia gestos estranhos quando se apresentava.”

Sara se recordou da ação de Olivia e riu de novo. Claudia voltou a pedir desculpas quando viu isso.

— Por favor, não se importe, eu também adoro a história sobre o Cavaleiro Mascarado Sharia.

— Sério!? Não, quer dizer, isso é verdade?

— É, sim. Comecei a aprender a usar espada porque admiro Sharia.

— Entendo!

Olivia sorriu brilhantemente quando ouviu isso.

— Por favor, permita-me agradecer o vosso apoio no momento certo. Obrigada, o sexto exército não está mais em perigo.

— Me sinto honrada pelas suas palavra.

— A propósito, como vocês forçaram as forças de Swaran a recuar?

Sara perguntou. Pelo que ela pôde ver, os reforços não eram numeros o suficiente para mandar o exército de Swaran sumir de sua vista. Olivia começou a explicar de forma convencida.

— Você se infiltrou no campo inimigo sozinha…

Sara não sabia o que dizer depois de ouvir a explicação de Olivia. Infiltrando na base de apoio sozinha, mantendo o comandante-chefe deles como refém e os forçando a recuar. Isso não era possível para pessoas normais. Roland estava claramente chocado enquanto encarava Olivia fixamente.

Sara compreendeu que as conquistas de Olivia não eram nada exagerados.

— E o comandante inimigo que você capturou?

— Aqui. Claudia.

Por ordem de Olivia, Claudia e alguns soldados trouxeram um homem enfurecido para a frente deles.

— Se não fosse por essa mulher, você estaria no emu lugar!

— Sim, também acho.

Ele estava certo, Sara subiu as paredes mais cedo para balançar a bandeira branca e se render. Ela estava apenas dizendo a verdade mas o homem não pensava assim. Seu rosto ficou vermelho e ele começou a se debater. Enquanto os soldados o seguravam, Olivia caminhou e sussurrou algo para aquele homem.

— ?

O homem ficou pálido depois disso. Vendo que ele tinha parado de resistir, Olivia assentiu alegremente e falou enquanto batia no ombro do homem:

— Depois que o inimigo tiver recuado completamente, por favor deixe ele ir. Foi isso que combinamos. Isso é tudo por agora, temos que ir.

— Muito obrigada. Como membro da família real, eu deveria recompensá-la belamente, mas nos encontramos em tempos difíceis…

Sara falou enquanto olhava de forma preocupada para o forte abatido. Mas Olivia falou:

— Vamos conversar sobre o Cavaleiro Mascarado Sharia na proxima vez, quando tivermos uma oportunidade – Não, por favor, converse comigo quando a oportunidade surgir.

— …Isso é suficiente?

Considerando as realizações de Olivia, a retribuição parecia um pouco besta. Sara perguntou de novo mas Olivia não mudou de ideia. Sara estava confusa mas mesmo assim fez aquela promessa.

Uns dias depois do fim da batalha do Forte Peshita.

Depois de descobrir pela Miragem sobre a batalha no Forte Peshita, Rosenmaria não conseguiu esconder sua alegria, pois ordenou que Volmar atacasse.

III

Cidade do Deserto Keffin

Depois de salvar o sexto exército do perigo eminente, o regimento de cavalaria independente seguiu para os seus objetivos originais e agora estava instalado dentro da cidade do deserto Keffin. Seu objetivo era reabastecer comida e água, assim como recolher informações.

— Estamos em Keffin há três dias. Ainda sem sinais do exército imperial.

Claudia cortou a carne em seu prato com cuidado enquanto falava num suspiro. Aquela com quem estava falando, Olivia, estava colocando a carne na boca com prazer.

— Remoob yako.

A resposta de Olivia foi incompreensível. Claudia soltou calmamente seus talheres e falou devagar:

— Major, por favor, fale depois de engolir. Quantas vezes já te disse isso?

Intimidade pelo olhar frio de Claudia, Olivia assentiu e tentou engolir. Ashton, que estava jantando ao seu lado, apenas observava em silêncio, sem interromper.

Ele tinha desistido de convencer Olivia a mudar seus hábitos.

— A propósito, apesar de ser hora do jantar, o restaurante está bem vazio.

O restaurante perto da entrada da cidade de Keffin, Merida do Deserto, é um restaurante de classe alta conhecido em toda a cidade de Keffin. Os pratos eram principalmente peixe e vegetais, e seus padrões podiam até corresponder aos reustarantes de alto nível da capital. No entanto, havia apenas alguns clientes além de Olivia ali.

A cidade do deserto Keffin era um centro comercial com uma longa história. A entrada que atravesava a cidade de norte a sul era chamada de Estrada Stardust e ali eram comercializados cristais com preços comparáveis aos das da pedras preciosas. Elas se chamavam fragmentos de estrela.

Além disso, os cristais de alta qualidade eram produzidos entre a primavera e o verão, e atraíam toneladas de comerciantes para a cidade. Quando Ashton era novo, anéis embutidos com fragmentos de estrela eram a moda entre as nobres ladies e seus pais estavam animados com o negócio crescente.

Não era tão popular como costumava ser, mas os fragmentos de estrela ainda eram uma mercadoria onde a procura superava a oferta.

A multidão aqui era menor do que ele esperava, o que deixou Ashton perplexo.

— Esse lugar fica perto da parte norte do Reino e as forças imperiais podem invadir o sul a qualquer momento. Temendo isso, os comerciantes provavelmente fugiram há bastante tempo. Comparadn seu dinheiro com suas vidas, ficou claro o que era mais importante.

— Oh, entendo.

Claudia esclareceu as dúvidas de Ashton depois de falar isso e comeu um pedaço de carne elegantemente. Em contraste, Olivia, que estava comendo sua comida. tinha a cauda de um peixe para fora de sua boca.

Ashton observou seus jeitos completamente diferentes de comer e se lembrou de como os cidadãos pareciam aliviados quando o regimento de cavalaria chegou.

“Entendo. É por isso que o capitão da guarda nos acolheu tão colorosamente…”

Ele percebeu o porquê do capitão da guarda dessa cidade ter sido tão amigável. Foi ele que recomendou esse lugar para os três e até pagou as despesas do regimento de cavalaria durante a sua estadia ali.

Era óbvio que queriam que o regimento de cavalaria ficasse ali por bastante tempo. Ashton sentiu que isso era natural, já que havia apenas 200 guardas de Keffin. A cidade estava cercada por muros mas se o exército imperial invadisse, os guardas seriam vencidos.

E nessa altura, o regimento de cavalaria independente apareceu de repente. Não tinha como evitar que a cidade tivesse muitas expectativas em relação ao exército de que pudesse manter a cidade segura.

Contudo, Ashton e os outros não podiam ficar ali por tempo indeterminado. O seu reabastecimento já estava concluído e seus batedores voltariam em breve. Se fossem rápidos, o regimento de cavalaria indepentende poderia seguir amanhã para a cidadela Emreed.

A noite tinha caído e o luar prateado iluminava a terra através das nuvens dispersas.

— Que delicioso.

— Nunca imagineri que poderia comer peixe fresco no deserto.

— Está tudo legal e tudo mais, mas você comeu demais, Olivia.

O grupo de Ashton se preparou para ir embora do restaurante enquanto eles dicutiam suas ideias. Quando se levantaram, o proprietário e os empregados sorriram, como se disessem “por favor, voltem outra vez”. Isso foi um pouco arrogante então Ashton forçou um sorriso e fugiu para a taverna que o capitão da guarda preparou para eles.

“Falando nisso, o nosso alojamento também é bem extravagante. Parece um hotel destinado à homens de negócios ricos…”

Ashton queria voltar para aquele prédio vermelho de quatro andares e de repente percebeu que Olivia tinha sumido.

— Hm? Onde a Olivia foi?

— Eh? Agora mesmo ela saiu sem dizer nada…

Claudia murmurou para si mesma, se perguntando se o incidente sobre a decisão do nome de família de Olivia a tornou propensa a fugir enquanto examinava a área. Ashton fez o mesmo, mas não viram sinais de Olivia. Seria preciso muito esforço para encontrá-la naquele luar mas…

— Tanto faz, ela vai voltar quando ficar com fome.

— Tanto faz, ela vai voltar quando ficar com fome.

Ashton e Claudia falaram a mesma coisa. Eles se olharam e riram alto.

Ao mesmo tempo.

Em algum lugar na periferia da cidade, Olivia encarou um homem de preto.

— Para sentir minha presença nessa distância… Como esperado, você também notou naquela hora.

O mascarado Alvin falou. A garota suspirou forte quando ouviu isso.

— …Não lembro do nosso grupo alguma vez ter se aproximado de você.

Depois de encontrar o regimento de cavalaria independente, Alvin veio os observando cautelosamente de longe com binóculos. Alvin tinha rejeitado a opinião de Leicester na hora, mas mesmo assim manteve distância. Apesar disso, a garota ainda notou a presença de Alvin sem sair do restaurante. Quando olhou para a garota através do binóculo, Alvin sentiu um arrepio.

— Hm, tanto faz. A propósito, também encontrei alguém vestindo roupas pretas e máscara no Forte Galia. Vocês todos são ratos do mesmo buraco, não são?

— He, você está chamando a Miragem de ratos, huh. E se eu disser que somos?

Depois defalar com a garota, Alvin tinha certeza de que Zenon tinha sido morto. O Seu reciocínio era simples, Zenon não deixaria que ninguém que o tivesse visto vivo. Uma vez que alguém que tinha o visto estava bem aqui, então não havia dúvidas de que Zenon estava morto.

— Bom, já estou farto de todos vocês, vou acabar com todos. Os nossos números aumentaram ainda mais agora. Agora mesmo, os ratos se reproduzem rápido.

Com isso, a garota desembainhou a espada e olhou em volta – não tinha vento mas as folhas cantavam.

— …Andem!

Por ordem de Alvin, quatro agentes da Miragem pularam na direção de Olivia. A garota dobrou os joelhos calmamente em resposta ao ataque de cima e pulou.

— O quê!?

Os quatro agentes da Miragem ficaram chocados. A garota que estava no chão agora mesmo apareceu de repente em cima deles, então foi natural que ficassem surpresos.

— O topo da cabeça é um ponto cego, mas não se deve baixar a guarda só porque está na vantagem. O seu inimigo pode pode pular para uma posição ainda mais alta. Z várias vezes me lembra disso.

Ninguém conseguia responder seu conselho. Os corpos dos agentes da Miragem que tiveram suas cabeças esmagadas caíram no chão. Quando um dos agentes caiu, Alvin ouviu um som semelhante ao de frutas serem esmagadas. Quando o último corpo caiu no chão, a garota aterrisou. Ela jogou o sangue da espada coberta de névoa no chão.

— …Que pulo incrível e sua habilidade com a espada é rápido demais para seguir com o olhar. Você é realmente um monstro.

— Não sou um monstro, sou Olivia. EI, por que as pessoas continuam se referindo a mim como um monstro?

Alvin zombou de Olivia que inclinava a cabeça confusa. Depois de ver os movimentos de Olivia, que iam muito além de um humano, Alvin não conseguiu encontrar outra forma de descrevê-la.

Normalmente ela deveria ter sido cortada em pedaços por aquele ataque. Em vez disso, o chão estava coberto pelo corpos dos agentes da Miragem enquanto a garota ainda estava de pé. Sem dúvida Zenon tinha morrido pelas mãos dela, Alvin pensou enquanto alcançava o chicote multi-segmentado em sua cintura.

“Para impedir que as unidades de elite implantadas sejam dizimadas, minha única opção é fugir…”

Como Leicester disse, o objetivo principal da Miragem era recolher informações. Lutar era o último recurso.

No entanto.

Alvin se curvou um pouco, deslocando seu centro de gravidade para a perna direita. Olivia, que esta estava na sua frente, sorriu. confiante da sua vitória. Ela baixou sua lâmina negra ameaçadora.

“Mas mesmo se eu tentar fugir, tenho que tirar esse sorriso da cara dela!”

Alvin jogou o braço esquerdo para cima e estalou o chicote contra Olivia. Um instante antes foice no fim do chicote a atingir, Olivia se virou e desviou do ataque.

“Eu sabia que você podia desviar disso. Isso é um dado adquirido, conhecendo suas habilidades. Mas não devia ter desviado, devia ter bloqueado com a sua espada. É fatal se esquivar dessa arma!”

Alvin gritou por dentro e gentilmente jogou seu pulso esquerdo para a direita. O chicote multi-segmentado virou e bateu nas costas de Olivia.

— Hm, que arma interessante. Essa é a primeira vez que vejo isso.

O chicote se estilhaçou junto com a foice e caiu da mão de Alvin. A palma de Olivia atingiu o estômago de Alvin num contra-ataque.

— …C-Como?

— Hm?

— Como… vonsegue detectar um ataque por trás de você?

Ela não tinha olhos nas costas então esse ataque deveria ter acertado. Alvin se agarrou à sua consciência que sumia e perguntou de novo.

Olivia se inclinou até o ouvido de Alvin e sussurrou:

— A intenção de matar na sua arma é muito forte. Até um pássaro adormecido notaria.

Que absurdo.

Com isso em mente, a visão de Alvin desapareceu na escuridão.

Exército Real, Taverna, Pavilhão da Lua de Prata

“Já está tão tarde… a Major sumiu já faz bastante tempo, onde ela está?”

Tinham se passado duas horas desde que voltaram para a taverna, mas Olivia ainda estava desaparecida. Claudia achou que devia procurá-la, então fechou o livro em suas mãos. Nesse momento, Claudia ouviu passos apressados no corredor. Eles se aproximavam cada vez mais, até finalmente pareram na frente do quarto de Claudia.

— Lady Claudia! Sinto muito, mas a lady Olivia, a lady Olivia está…!

Depois de bater na porta com pressa, o empregado gritou o nome de Olivia em pânico.

Claudia rapidamente se levantou da sua cadeira e correu para abrir a porta. Diante dela estava um empregado com o rosto pálido, tremendo.

— O que aconteceu com a major Olivia?

— Ah, estou a salvo. D-De qualquer forma, por favor me segue!

Depois de ter dito isso, o empregado saiu sem esperar pela resposta de Claudia. Ela seguiu o criado até a entrada da taverna, junto com Ashton, que vouiu a notícia.

— Oh, Claudia, Ashton. Voltei!

Eles encontraram Olivia coberta de sangue, acenando para eles calmamente. Ao lado dela tinha um homem jogado no chão. Parecia estar respirando e ainda não tinha morrido.

O empregado, sentindo que tinha cumprido seu dever, fugiu para a cozinha.

— Major!? O que aconteceu aqui!?

Claudia estava chocada, correu até Olivia e deu tapinhas em todo seu corpo – e suspirou de alívio.

Olivia não estava ferida, ela estava encharcada com o sangue de outras pessoas.

— A Olivia está bem?

Ashton perguntou. Quando Claudia assentiu, os nervos de Ashton relaxaram e ele se sentou no chão.

— Claudia, está tudo bem agora, certo? Isso faz cócegas.

Olivia falou enquanto se contorcia.

— Agora não é o momento para isso! Eu também estava me perguntando onde você tinha ido e você volta coberta de sangue… Seja como for, quem é esse homem mascarado?

Ela estava entrando em pânico há pouco e se esqueceu disso. O homem no chão estava usando uma máscara escura e roupas pretas, definitivamente não era um cidadão comum.

— Erm. Esse rato é da Miragem ou algo assim.

— Miragem…? V-Você quer dizer a agência de espionagem Miragem do Império!?

A Miragem era conhecida pelas suas excepcionais capacidade de recolha de informações e pela sua extraordinária habilidade em combate. Claudia conhecia eles e examinou de novo o agente da Miragem no chão.

— Ho, então são espiões. Eles são tão ruins em se esconder que eu nunca teria advinhado.

Olivia estava sorrindo mas Claudia não conseguia fazer o mesmo.

“A Miragem aparecer aqui definitivamente não é uma coincidência. Eles provavelmente, não, definitivamente estão nos espiando.”

Ela ainda precisava perguntar o que aconteceu exatamente mas o agente da Miragem diante deles foi definitivamente pego por Olivia. De qualquer forma, Claudia ordenou que Ashton amarrasse o espião num pilar dentro da taverna para impedir qualquer tentativa de fuga.

— Bom, então pode nos dizer como capturou um agente da Miragem?

Claudia estava furiosa por Olivia ter agido sem informar ninguém mas segurou ao máximo sua fúria e perguntou com um sorriso. O rosto de Olivia ficou sério e ela começou a explicar.

— Entendo. Agora eu compreendo. Simplificando, major, quando estávamos saindo da cidade de Canary você já tinha notado que estavamos sendo vigiados?

Enquanto o sorriso de Claudia se aprofundava, Olivia sentiu que algo estava errado. Ela não sabia bem porquê, mas Claudia parecia muito assustadora nesse momento. Olivia aprendeu que precisava ter o melhor comportamento em momentos como esse. Afinal, ela era uma boa aprendiz.

— Se é isso, por que não nos disse antes?

— Eh… Mas eu mencionei os ratos…

Olivia protestou suavemente. O sorriso de Claudia finalmente chegou no seu limite e ela se transformou num demônio aos olhos de Olivia.

De qualquer forma, os demônio retratados nos livros de desenho tinham o cabelo solto e desarrumado, e perseguiam as passoas à sua volta, brandindo sabres e sorrisos desonestos. Olivia sentia que eram realmente assustadores e nostálgicos também. Ela se assustou com as histórias de demônios quando era nova e se escondeu de baixo de um grosso cobertor de noite, temendo um ataque deles.

— Quem vai entender se você usar palavras ambíguas como ‘ratos’?

Até Olivia ficou assustada depois de ver a cara zangada de Claudia. Olivia procurou ajuda em Ashton que estava amarrando o prisioneiros com habilidade. Infelizmente, Ashton desviou seu rosto sem poder fazer nada.

Olivia ficou sem qualquer apoio.

— Claudia, se acalma e ouve. Eu estava planejando matar todos os ratos mas percebi que podemos obter informações úteis se eu deixar um vivo, por isso fiz dele um prisioneiro. Eu me saí bem, certo?

Olivia estufou o peito e explicou com orgulho. Claudia suspirou fortemente quando ouviu isso. A sua felicidade ia voar para longe como um pássaro se suspirar. Olivia pensou em compartilhar esse conhecimento com Claudia mas decidiu não fazer já que isso poderia a enfurecer.

— Vamos deixar as coisas assim. Você tem razão, as informações da Miragem são valiosas ams acho que ele não vai entregar elas tão fácil.

Claudia olhou para o homem capturado e pareceu ter perdoado Olivia, que suspirou de alívio. Decidiu que da próxima vez iria chamá-los de moscas em vez de raots, para que Claudia percebesse o que queria dizer.

— Ugh…

— O-Olivia. Ele pareceu ter acordado.

Ashton rapidamente se afastou do homem da Miragem. O homem balançou um pouco a cabeça, então a ergueu levemente.

— …Parece que fui pego vivo.

Depois de olhar em sua volta, percebeu que estava amarrado num pilar. Ele então abriu um sorriso frio.

— Por que não me matou? Esse não é o padrão para um monstro como você?

— Mas não sou um monstro. Eu já te disse várias vezes, meu nome é Olivia. Nos diga seu nome.

Com isso, Olivia arrancou a máscara do homem. O homem desmascarado falou seu nome, Joey, com um rosto amargo.

— Sr. Joey, huh. Nós temos uns

— Major, por favor espere.

Claudia interveio. Ela caminhou até o homem, agachou e olhou ele nos olhos. Após um momento de silêncio…

— Ele definitivamente está mentindo.

Claudia grunhiu com isso.

— Ahaha, entendo. Os olhos da Claudia são mesmo convenientes. Vou perguntar de novo, qual seu nome?

Olivia apontou para a mandívula do homem. Ele disse que seu verdadeiro nome era Alvin.

— Dessa vez ele está falando a verdade.

Alvin ficou chocado com as palavras de Claudia. Ashton estava perplexo com a interação deles.

— Bom, então Sr. Alvin, desculpa mas temos algumas perguntas para te fazer. Se responder honestamente, posso te deixar ir.

— Major, isso

Claudia se opôs mas Olivia estava decidida.

— Hahaha. Mas essa garota não tem intenção de me deixar ir no entanto?

Alvin, que tinha suavisado um pouco seu sorriso frio.

— Não se preocupe, te dou minha palavra. Então, que tal?

Olivia estava bem em cortar a cabeça de Alvin se ele se recusasse a cooperar. Z também ficaria feliz em conseguir mais comida. Olivia sairia ganhando independente do resultado final.

— Então, o que quer saber?

Alvin hesitou por um momento, então falou com relutância. Claudia ficou surpresa com isso mas Olivia perguntou direta:

— Primeiro, nos diga por que está nos perseguindo.

— …Hmph, não tem mal nenhum em contar isso. Estamos recolhendo informações sobre os movimentos do sétimo exército.

— Tem alguma coisa a ver com o fato de termos tomado o Castelo Kaspar?

A pergunta de Olivia impressionou Alvin.

— Oh, você é afiada. É verdade, o sétimo exército ter dizimado as forças do sul tinha enfurecido o comandante que conquistou os territórios do norte do Reino. Se entendem, então pare de perder tempo aqui e vão logo para o norte. Você pode ser morta lá… Mas não consigo imaginar um monstro como você morrer.

Alvin então abriu um sorriso perverso. Até Olivia se sentiu desconfortável depois de ver o rosto sinistro dele. De repente, um rugido de raiva veio do seu lado:

— Seu idiota! Chega de conversa fiada sobre monstros!

Claucia acenou com o punho em fúria. Até mesmo o tranquilo Ashton  parecia com raiva, algo que Olivia nunca tinha visto antes. Olivia estava surpresa com a reação deles e sorriu de forma acanhada.

— Claudia, Ashton, tudo bem. Eu não me importo.

— Mas eu sim!

O soco de Claudia foi parado por Olivia no momento exato.

— Major…

Claudia parecia insatisfeita. Não era realmente necessário deter Claudia, só seria problemático se ela nocauteasse Alvin.

— Oh, o monstro parece ser popular entre vocês.

Alvin voltou a insultar. Antes que Claudia pudesse falar, Ashton falou com um olhar frio para Alvin:

— Olivia, por que não apenas matamos ele? Já temos respostas, então ele é inútil para nós.

— Ho, Ashton, falar isso não combina com você.

Olivia desembainhou sua espada com um sorriso e a mirou em Alvin. Cortou suas cordas sem machucá-lo.

— …Está mesmo me deixando ir?

Alvin se levantou lentamente e moveu seus membros para verificar seu estado.

— Já te dei minha palavra. Tirando isso, pode passar uma mensagem ao comandante que mencionou?

— …Estou ouvindo.

— Limpe seu pescoço e espere. A sua cabeça é minha. Só isso.

Olivia sorriu levemente e Alvin assentiu com um rosto confuso.

— E-Entendi. Vou passar a mensagem.

— Estou contando com você, Sr. Alvin.

Alvin se afastou cautelosamente da espada de Olivia e deixou o pavilhão da lua de prata.

— Major, realmente tudo bem isso?

Claudia continuava furiosa enquanto olhava de relance para a porta aberta. Olivia estava feliz por Claudia ter se zangado por sua causa e respondeu:

— Sim, nós descobrimos o objetivo do inimigo afinal. Ashton tem razão, como esperado do nosso estrategista.

Olivia aplaudiu e elogiou Ashton e ele coçou a parte de trás da cabeça um pouco envergonhado.

— Deixando isso de lado, Olivia, por que você está zombando deles? Vamos apenas conseguir a ira do inimigo sem ganhar nenhum benefício.

— Também penso assim.

— Bom, já que eu disse isso, os nossos adversários vão ficar quietos e esperar por nós cautelosamente. Pelo quê ele disse, parece que o inimigo está realmente obcecado por nós.

— O que significa que as forças imperiais do norte não vão invadir o teatro de guerra cetral, huh…

— É verdade, isso é uma estratégia.

Olivia levantou o dedo e disse com orgulho. As batalhas não se limitavam ao manejo de espada e ao combade desarmado. Se palavras pudessem restringir o movimento do inimigo, isso seria um grande negócio.

Ashton entendeu a intenção de Olivia e assentiu, impressionado com ela.

— Muito bem… Depois de me exercitar, me sinto esfomeada.

Olivia olhou para a cozinha enquanto esfregava a barriga. O empregado, observano a situação debaixo da mesa, gritou de terror.

— Mesmo agora… Major, você é sempre tão despreocupada. Entendi, vou pedir para prapararem o jantar.

— Não precisa, prefiro os pães de mostarda especial do Ashton.

— Hah? A comida desse restaurante é melhor do que a minha.

— Tanto faz, só quero os pães do Ashton.

O rosto de Ashton amoleceu depois de ouvir isso.

— É isso? Vou fazer uns para você.

Ele então seguiu para a cozinha animado.

— Desculpa, pode me emprestar sua cozinha um pouco?

— C-Claro que sim! Por favor, vá em frente!

O empregado fugiu da cozinha e desceu as escadas sem voltar atrás. Depois de ver o empregado sair, Claudia empurrou as costas de Olivia com força.

— Enquanto o Ashton está fazendo seus pães, anda e mude de roupa, major. Sua aparência é perturbadora para os outros convidados.

— Sim, entendi!

Olivia respondeu animada e foi para seu quarto em passos rápidos.

IV

Capital Imperial Orsted, Castelo Listerine, Escritório do Chanceler Dalmes

Como o chanceler imperial, o escritório de Dalmes era adequado para o seu cargo e não tem sido poupadas despesas. A coisa mais notável do escritório era o seu tamanho, suficiente para acomodar 100 convidados. Uma ampla luz do sol iluminava através das grandes janelas e as cortinas vermelhas elegantes com fios dourados eram empurradas para os lados. Além disso, haviam muitas pinturas e peças de artes famosas. Até a mesa ao lado da parede era uma obra de elegância e grandiosidade.

— Isso encerra o relatório.

— Obrigada. Mas o exército de Swaran é muito fraco se nem consegue tomar aquele forte arcaico desmoronando.

— Nada podia ser feito, já que os reforços inimigos tinham aquele monstro dos rumores…

A mulher com um manto escuro disse num tom pesado. Ela era a chefe da divisão de inteligência “Aurora”, Flora Ray. Ao contrário da Miragem, essa divisão trabalhava diretamente sob a orientação de Dalmes.

— Um monstro, huh…

— Excelência?

— Não é nada, não. Está dispensada.

— Sim, senhor.

— Oh, certo, tome providências para não deixar ninguém vir ao meu quarto por enquanto.

— Como desejar, senhor.

Depois de ver Flora sair, Dalmes olhou para a direia. Ali havia algo que se encaixava muito bem nesse lugar único. Uma enorme estante de livros que chegava até o teto alto.

“Eu devia fazer meu relatório…”

Dalmes tirou um livro vermelho da gaveta da sua mesa e foi para a estante de livros. Havia uma falha não natural para um livro no meio da estante. Dalmes olhou para o livro em sua mão e o colocou no espaço. Houve um clique e a estante começou a se mover para o lado com um som maçante. Em pouco tempo, a estante de livros parou de se mover e foram reveladas escadas que levavam para baixo.

Dalmes acendeu a lâmpada na entrada e, com cuidado, desceu os degraus em espiral. Apesar do seu cuidado, quase tropeçou algumas vezes antes de chegar numa sala rodeada de paredes de pedra. Ao contrário do escritório, esse lugar parecia oco e vazio.

Ele acendeu as velas na parede uma por uma e a sua sombra escureceu à medida que as fontes de luz aumentavam.

Quando todas as velas foram acesas, Dalmes caminhou até o centro da sala e se abaixou no chão. A sombra de Dalmes começou a se mexer e se extendeu para a frente. A sombra começou a se deformar como se estivesse viva e depois de aumentar e diminuir algumas vezes, assumiu uma forma humanóide.

— Dalmes. Levante sua cabeça.

A sombra tremulava como uma chama fantasma e Dalmes olhou para a sombra endurecida.

— Sim!

Dalmes levantou a cabeça com respeito e saudou:

— Lorde Xenia, como você

— Poupe suas frivolidades e vá direto ao ponto. Humanos são tão enrolados e a sua língua é uma grande dor de cabeça.

A voz que parecia vir do abismo fez Dalmes tremer.

— P-Peço desculpas.

— Bom, o que foi?

Xenia perguntou numa voz fria. Dalmes era ótimo em ler o estado de espírito dos outros mas isso era inútil diante de Xenia, já que não tinha nada que ele pudesse observar. Não havia nada que ele pudesse fazer diantedessa presença intimidadora.

Dalmes engoliu para hidratar sua garganta seca e continuou:

— É um relatório de seguimento sobre a espada negra que chamou a atenção do lorde Xenia.

— Entendo. Continue.

— Havia muitas informações que diziam que a espada negra libera uma espécie de névoa escura. De acordo com a análise dos feiticeiros, pode ser trabalho de bruxaria.

A figura de Xenia hesitou um pouco mas não houve mais nenhuma reação. Dalmes limpou o suor do seu rosto e perguntou timidamente:

— Lorde Xenia?

— Você entendeu mal uma coisa. Essa névoa escura não é uma falsificação no nível da feitiçaria.

Dalmes ficou boquiaberto com isso. Ele não acreditava completamente na Igreja de Saint Illuminas e na Bíblia Branda, mas os feiticeiros existem e eles podiam usar a feitiçaria que era louvada como um milagre de Deus. Apesar disso, Xenia chamou a feitiçaria de falsa, o que confundiu Dalmes.

— …Me perdoe por perguntar, lorde Xenia, o que quer dizer quando chama a feitiçaria de falsificação?

— Quero dizer literalmente isso.

Xenia respondeu, o que confundiu ainda mais Dalmes.

— Mesmo que diga isso, ainda não entendo…

— Te devo uma explicação? Se eu me beneficiar, não me importo de te explicar.

— De forma alguma! Me expressei mal!

Dalmes se atirou no chão aterrorizado. Após um momento de silêncio, Xenia ordenou que ele levantasse a cabeça e Dalmes assim fez.

— Esqueça, é natural que você fique curioso. Vou explicar um pouco.

— Oh! Me sinto profundamente honrado pela oportunidade de aprender com sua vasta sabedoria!

O conhecimento de Xenia era um tesouro. Dalmes prestou bastante atenção para não perder uma única palavra.

— Aquela espada negra provavelmente foi fabricada com os poderes dos meus irmãos. Essa é a razão pela qual ela libera essa névoa escura.

— Entendo… Essa névoa escura não vem da feitiçaria, mas sim do poder dos seus irmãos.

Dalmes cuidadosamente pensou nessas palavras. Xenia poderia acabar com uma montanha num estalar de dedos, então se falasse sem cuidado, a humanidade poderia ser reduzida à pó.

— É isso mesmo. Portanto, o humano que usa essa espada é o brinquedo dos meus irmãos.

— Brinquedo?

— Um estranho com interesses esquizitos. Decorrente da alegria dos humanos sob o pretexto da “observação”.

— Observação… Devo passar instruções para não prejudicar ela.

Dalmes não queria ganhar a ira dos irmãos de Xenia que deviam ser igualmente poderosos.

— Não faça nada desnecessário. Deixe o brinquedo em paz.

— Mas por quê? Ela pode ser humana mas continua sendo uma companheira do lorde Xenia.

Se referindo aos seres humanos como brinquedos combinava com o estilo de um deus da morte, mas ela foi agraciada com uma espada por uma irmandade. Quando Dalmes pensou isso, ele percebeu que a figura de Xenia parecia estar se expandindo de raiva. O fogo das velas também se tornou mais intensa.

— Lorde Xenia?

— Não ouviu o que eu disse? Isso é um brinquedo dos meus irmãos. Ou será que as coisas mudaram para os humanos e começaram agora a se referir aos vossos brinquedos como companheiros?

— M-Minhas profundas desculpas!

Dalmes queria pressionar sua cabeça no chão mas não conseguia mexer um dedo. O suor frio escorria de cada poro do seu corpo.

— Não continue repetindo os mesmo erros. É desagradável.

Antes que percebesse, a mão esquerda tremulante de Xenia apontou para Dalmes.

— Eu… sinto… muito… Vou ser… cuidadoso a partir de agora.

Dalmes pediu desculpas com todas suas forças. Xenia abaixou a mão esquerda e Dalmes recuperou o controle do seu corpo. Ele forçou seu corpo flácido para cima com as palmas das mãos.

— Hah, hah, hah…

— Já que entendeu. Estenda a guerra o máximo que puder. Essa é a razão pela qual eu te concedo ‘poder’. Envie o maior número possível de humanos para sua morte.

— Sim! Vou manter isso em mente. O Imperador não é diferente de um fantoche agora. Vai ser fácil manipular essa guerra.

— Ótimo. E o ‘cálice do submundo’?

— Está tudo ocorrendo bem. Está um terço cheio agora.

Dentro dos aposentos de Dalmes, havia um cálice escuro cheio de almas incontáveis. Para aqueles sem poder, era apenas um cálice normal, então Dalmes o exibia abertamente em seu quarto.

— Entendo…

Xenia assentiu de forma satisfatória.

— Lorde Xenia, erm… você…

Dalmes começou a gaguejar. Xenia lentamente alcançou seu manto e tirou uma pequena garrafa transparente. Dentro da garrafa havia um líquido de cor de arco-íris deslumbrante. Definitivamente não era desse mundo.

— Não se preocupe. Quando você encher o cálice do submundo com almas, te darei o ‘elixir amaldiçoado da alma’. Mas é estranho você querer algo assim.

— Muito obrigado! Eu definitivamente vou encher o cálice do submundo.

— Faça o seu melhor.

Com isso, Xenia desapareceu. Dalmes se levantou e alisou com cuidado as dobras do seu manto.

“Estranho, huh… O lorde Xenia não vai entender os sentimentos dos humanos de pouca vida.”

A ambição de Dalmes era conquistar o continente Dubedirica. Não apenas os humanos, mas tudo o que vivia estava limitado pelo seu tempo de vida. Mesmo que ele conquistasse o continente inteiro, ele só poderia governá-lo por algumas décadas no máximo.

Eu quero governar o continente Duberidica para sempre.

A única existência que poderia satisfazer a insana ambição de Dalmes era um deus da morte e o seu elixir de cor de arco-íris que poderia transformar humanos em mortos-vivos. Se Dalmes conseguisse esse item, ele se não se importaria de lidar com deuses da morte ou demônios.

Se precisassem  de sacrifícios, Dalmes não se importaria se dezenas ou centenas de milhares de pessoas morressem. Dalmes não sabia para quê Xenia queria recolhendo almas humanas mas devia ser algo além da imaginação humana. Em qualquer caso, a humanidade estava superpovoada, portanto construiu um novo império sobre os corpos de todas essas pessoas seria o mais correto. Dalmes gritou por dentro:

“Graças àquela garota monstruosa, essa guerra que está chegando no fim pode ser ainda mais longa. Use mais essa sua espada negra para o bem da minha ambição.”

Dalmes permaneceu ali por pouco tempo com um sorriso sinistro em seu rosto.

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