Capítulo 147 – Bandeira, Novamente
“O que você planeja fazer com isso?” (Raphtalia)
Eu me encontrei novamente com Raphtalia.
“Eu vou fazer alguns óculos de sol simples.” (Naofumi)
“Mas eles não estavam sendo vendidos ali atrás?” (Raphtalia)
Bem, eu acho que esse mundo já tem o conceito. A história dos óculos de sol era datada bem cedo no meu mundo.
Eu acho que é o mesmo para este.
“Você tem que pensar economicamente em momentos assim.” (Naofumi)
Parece que comprar um par já feito é meio caro.
Se eu só comprar uma armação barata e cortar a asa para encaixar…
“E está feito!” (Naofumi)
Eu coloco os óculos de sol simples sobre a cara da criança Lumo.
“Umm…” (Lumo)
A criança lumo mostrou um rosto preocupado ao receber os óculos.
“Raphtalia.” (Naofumi)
“Estou indo.” (Raphtalia)
Raphtalia conjura magia de escuridão no rosto da criança de novo.
“Ah…” (Lumo)
“Você está bem? Não está muito claro, está?” (Raphtalia)
“Eu estou bem…” (Lumo)
A criança lumo responde enquanto se distrai com suas mãos.
“Então devemos ir?” (Raphtalia)
“Sim.” (Lumo)
Para ter certeza que ela não ia fugir, nós seguramos as mãos da Lumo.
Bem, eu acho que a marca de escravo irá prevenir isso de qualquer jeito.
“O-obrigada.” (Lumo)
“Não se importe com isso. Onde eu vivo, há muitos pirralhos como você.” (Naofumi)
“Eh?” (Lumo)
“Esta pessoa aqui é o Herói do Escudo.” (Raphtalia)
“EEEH!?” (Lumo)
Para só perceber isso agora… eu tenho quase certeza que o Slave Dealer já me chamou disso algumas vezes.
Nós continuamos andando num beco.
“Essa é uma das suas crianças, Herói do Escudo?” (???)
Um transeunte me chamou.
“Hm?” (Naofumi)
É a gerente da loja de roupas.
Realmente faz um tempo desde a última vez que nos encontramos. Não desde que eu pedi a roupa para Firo.
Eu não sei porque, mas ela dá uma impressão estilo de Otaku.
E uma que inclina para a direção de uma Fujoshi. (NT: Mulher que gosta de BL)
“Você tem um homem-besta com você dessa vez, o que você esteve fazendo?” (Costureira)
“Você não ouviu do oyaji da loja de armas?” (Naofumi)
Eu tiro o gorro da capa e começo a falar.
“Ah, verdade. Eu vagamente me lembro de ter ouvido algo sobre isso…” (Costureira)
“Você realmente…” (Naofumi)
“Eu estive pensando sobre isso por um tempo, mas a demi-humana que sempre está com você é realmente bonita. Você não iria na loja para vestir ela charmosamente?” (Costureira)
“Roupas caras são… um pouco…” (Raphtalia)
Devido à minha influência, Raphtalia aprendeu a viver bem economicamente. Eu acho que ela iria preferir alguma armadura em prol da eficiência.
“Isso é uma pena. Roupas são essenciais se você quer abobar homens.” (Costureira)
“I-isso é verdade…?” (Raphtalia)
Parece que isso vai levar um tepo.
Eu não me importo nem um pouco sobre moda feminina, então eu meio que quero sair.
“… e é por isso que é bom. Essa criança é uma lumo? Eu acho que eu estou recebendo alguma inspiração.” (Costureira) (NT: Normalmente eu começo as frases de letra maiúscula, mas nesse caso é tipo o fim de um discurso que ela estava fazendo para Raphtalia, então vai desse jeito)
“Wa, wa…” (Lumo)
A gerente da loja de roupas tira um caderno de rascunhos e começa a desenhar nele.
Como esperado.
“Ultimamente com a calamidade, o humor da cidade caiu. Ninguém está comprando roupas mais.” (Costureira)
Ela continua falar enquanto ela desenha.
“Minha loja também vende armadura, mas seu propósito principal é roupa.” (Costureira)
“Entendo.” (Naofumi)
“Para ser honesta, eu estive perdendo o interesse em fazer roupas recentemente. Eu não estive ganhando muita inspiração recentemente.” (Costureira)
Eu acho que ela disse que o material para as roupas da Firo era muito bom.
“Você sabe a garota que você trouxe antes. Fazer roupas para ela foi realmente divertido. Você poderia trazer ela novamente?” (Costureira)
“Aquilo custou um pouco…” (Naofumi)
E Firo parece feliz só com um conjunto.
Nós não estamos particularmente numa necessidade disso, então eu não vejo necessidade de comprar para ela nenhuma roupa nova.
Se nós tivéssemos esse tipo de dinheiro extra sobrando, eu iria usar ele em coisas mais úteis.
De qualquer jeito, Firo fica normalmente na forma de monstro dela, então o vestido não é nem usado frequentemente.
“Hmm… o Herói do Escudo tem até que algumas pessoas inspiradoras.” (Costureira)
Parece que a serie de designs da Raça Lumo dela está completa.
Na página estão um par de sobretudos, um colete e vários outros designs.
As roupas dos meus escravos… se consistem principalmente de armaduras de segunda mão. Isso dá para a cidade uma atmosfera estilo de uma guilda de aventureiros.
Comprar para eles roupas casuais irá custar um pouco…
Algumas roupas baratas do Oyaji é o máximo que nós podemos pagar atualmente.
Eu acho que eu devo perguntar.
“Eu só posso oferecer pelos e alguns materiais peculiares, mas você quer trabalhar na minha vila?” (Naofumi)
A expressão dela se clareia.
“Você está falando sério!?” (Costureira)
“S-sim.” (Naofumi)
“Há mais crianças fofas e interessantes como esta?” (Costureira)
“Eu não sei se eles irão bater com suas expectativas, mas minha vila tem muitos escravos demi-humanos.” (Naofumi)
“T-t-tem também escravos homens lá?” (Costureira)
“Claro.” (Naofumi)
“Você tem certeza!?” (Costureira)
Ela parece estar extremamente excitada.
Eu tenho um sentimento ruim sobre isso.
“Eu sou uma guerreira numa missão por nova inspiração. Por favor me permita lhe atrapalhar por um tempo.” (Costureira)
E-espere…
A coisa que parece ter pescado ela parece ser o fato de que haviam escravos homens…
Isso é ruim. As pessoas do meu mundo que eram de uma personalidade parecida com a dela, iriam pensar ‘naquilo’ quando elas ouviam as palavras ‘Escravos Homens’.
Minha decisão pode ter sido precipitada.
“E-então pare lá para checar o lugar alguma hora.” (Naofumi)
“Sim! Com certeza!” (Costureira)
E de algum jeito a conversa acabou.
…
Depois disso, nós nos separamos da dona da loja de roupas, e continuamos andando, quando…
Kyurururururu…
Um som veio do estômago da escrava lumo. A criança começou a agir embaraçada.
“… Eu acho que nós devemos parar em algum lugar para comer.” (Naofumi)
“É, nós devemos.” (Raphtalia)
“O que essa raça come? Não tem problema alimentar ela como os outros demi-humanos? Devo dar para ela minhocas?” (Naofumi)
Se for minhocas, então preparar comida será difícil.
Eu tenho as Dunas na vila, mas aquelas não são comida.
Se necessário, eu cozinharei elas, mas se eu fizer isso, será problemático.
Taniko iria gritar comigo.
“Un… bem…” (Lumo)
A criança lumo tentou se expressar.
“Eu fui… de casa… algumas vezes… parece que nós podemos comer comida normal.” (Lumo)
“Entendo, então devemos ir num estande de comida?” (Naofumi)
“Naofumi-sama não irá cozinhar?” (Raphtalia)
“Nós viemos todo o caminho até a Cidade do Castelo e você ainda quer que eu cozinhe? O cheiro irá trazer aquela pessoa para nós.” (Naofumi)
Eu tenho o equivalente a uma sala de aula de crianças famintas aqui. Mesmo que eu cozinhe na beira do rio, eu acho que Firo irá notar e trazer elas aqui.
“Isso não é tranquilo?” (Raphtalia)
“Mesmo que você esteja bem com isso, eu irei achar isso um saco.” (Naofumi)
Recentemente, eu tenho tentado manter minha vez de cozinhar num mínimo.
Tem tido uma escrava que veio até mim, querendo melhorar suas habilidades de cozinhar.
“Eh-… eu queria comer a culinária do Escudo Nii-chan.” (Kiel)
Foi o que a maioria das crianças disseram.
Foi meio difícil encorajar ela para cozinhar novamente depois daquilo.
“De qualquer jeito. Hoje, nós estamos comendo fora.” (Naofumi)
“Eu entendo…” (Raphtalia)
E assim nós fomos de volta para o mercado.
A loja do mercador tem uma longa fila na frente dela. E o mercador está alegremente vendendo seus bens por muitas vezes o preço normal. Eu aplaudo as habilidades dele.
Então agora, onde devemos comer?
Enquanto eu olho por restaurantes, eu noto o lugar onde eu levei primeiro Raphtalia para comer.
“Aqui está bem?” (Naofumi)
“Sim.” (Raphtalia)
“…” (Lumo)
Eu seguro a mão da escrava lumo enquanto entramos no prédio.
“Bem v… indo.” (Garçom)
A pessoa que nos cumprimentou franziu ao me ver com uma capa cobrindo meu corpo.
“Senhor. Servir uma pessoa suspeita acompanhada por uma demi-humana é um pouco…” (Garçom)
“… Se você tem uma regra assim, então pendure ela na porta da frente.” (Naofumi)
“M-mas ainda…” (Garçom)
Fumu… o garçom olha para a criança lumo suja nos acompanhando, mas não fala disso.
Isso me lembra de quando eu trouxe Raphtalia aqui quando ela ainda era pequena. Ninguém disse nada daquela vez.
Eu acho que eu estou sendo impedido porque homens-besta são mais temidos que outros demi-humanos.
Há várias pessoas que usam capas, apesar da maioria delas fazerem isso por razões suspeitas.
Maioria dos restaurantes aqui devem entender isso. No meu mundo, a maioria dos restaurantes proíbem a entrada de animais por motivos sanitários.
Contudo neste mundo, homens-besta são supostamente tratados como autênticos seres humanos.
Mas eu acho que o ódio desse país é selado bem profundamente. Não há escolha.
Eu tiro a capa.
“Assim está bom? Não há mais pessoa suspeita. Você irá ainda assim negar comida para uma demi-humana e uma homem-besta?” (Naofumi) (NT: Debate interno para mudar para ‘mulher-besta’, mas a expressão é ‘beastman’…)
“Ah… não… e-eu entendo.” (Garçom)
Com uma expressão espantada, o garçom nos leva até um assento.
A escrava lumo se inquieta e seus olhos andam por todo o salão.
“Isso me lembra da velha Raphtalia.” (Naofumi)
“Por favor não traga aquele tempo.” (Raphtalia)
“Você quer outro combo de lanche infantil?” (Naofumi)
“Eu não preciso de um!” (Raphtalia)
A escrava lumo não parece conseguir se acalmar. Seu olhar começa a ir para seus pés.
“Tem algo que você gostaria de comer?” (Naofumi)
“Bem…” (Lumo)
A criança olha para o menu e dá um olhar amargo.
“Eu não consigo ler…” (Lumo)
“Então devemos pedir algo por você?” (Naofumi)
“Por favor…” (Lumo)
Eu levanto minha mão e chamo nosso garçom.
“Um especial diário e dois combos infan–” (Naofumi)
“Dois especiais diários e um combo infantil.” (Raphtalia)
Raphtalia me interrompeu antes de eu terminar.
“Qual o problema?” (Naofumi)
“Naofumi-sama, você está enganado. Você ainda pensa que eu quero aquele combo, não pensa?” (Raphtalia)
“Mesmo que você diga isso, você meio que ainda quer, certo? É algo que os outros aldeões iriam comer alegremente.” (Naofumi)
A última vez que ela comeu isso, Raphtalia tinha cuidadosamente retirado e guardado a bandeira.
“Está tudo bem. Por favor não me trate como uma criança.” (Raphtalia)
Ela está numa idade delicada? Mesmo que o corpo dela tenha ficado grande, a mente dela ainda deve ser a de uma criança.
“I-isso é tudo?” (Garçom)
“É, eu deixarei isso com você.” (Naofumi)
O garçom desaparece nos fundos da loja.
Eu posso ouvir levemente ele dizendo algo sobre o Herói do Escudo visitando.
Depois de um tempo, a comida chega.
“Obrigado por esperar. Aqui está seus especiais diários e o combo infantil.” (Garçom)
O combo de lanche infantil está aparecendo mais que o normal. Há duas bandeiras no arroz.
“… Está mais destacador do que era da última vez que nós viemos aqui.” (Naofumi)
Eles estão definitivamente se mostrando.
Reputação é incrível… os outros heróis recebiam esse tipo de tratamento antes também?
Mostrar minha cara é inconveniente, mas eu acho que eu posso ganhar algumas coisas disso.
“U-un…” (Lumo)
Eu posso ouvir a escrava lumo engolindo sua saliva.
“Está tudo bem, você pode comer.” (Naofumi)
“Isso está realmente okay?” (Lumo)
“É.” (Naofumi)
“Você não irá derrubar o prato e me fazer comer do chão?” (Lumo)
“… Onde diabos você aprendeu isso? Isso é um desperdício de comida.” (Naofumi)
Então o antigo mestre desta aqui fez ela comer do chão.
“Está tudo bem, coma como bem entender.” (Naofumi)
Era assim com a Raphtalia também.
“Você pode comer quando você quiser.” (Raphtalia)
“S-sim…” (Lumo)
Raphtalia faz essa interação muito mais fácil.
A criança lumo timidamente começa a comer o combo infantil.
Ela está usando suas mãos. Eu acho que ela nunca realmente aprendeu maneiras.
Mas maneiras é algo que você sempre pode aprender mais tarde.
… Neste momento os escravos tiram comida de um único prato no centro da mesa.
É como comer com uma grande família.
Eu penso de volta no tempo que eu cheguei aqui. Lá trás eu não conseguia sentir o gosto de nada. Eu pensei que contanto que fosse barato, qualquer comida serviria.
Eu olho para fora da janela da loja.
O casco da Tartaruga Espiritual sombreia bem alto da cidade… Há ainda mais batalhas para vir.
“Muito obrigada.” (Lumo)
A escrava da raça lumo começa a encher suas bochechas com o combo infantil em lágrimas.
“Se você pensa isso, então como isso propriamente.” (Naofumi)
Se você deixar restos, eu posso ficar bravo.
“Mas eu não irei forçar você a comer nada que sua raça não possa comer.” (Naofumi)
Eu espero que não tenha muita diferença em constituição.
“Hai.” (Lumo)
Como uma mãe, Raphtalia limpa a boca da criança lumo e começa a alimentar ela.
É uma cena bem pacífica.