Capítulo 38 – A Razão que Estava Selado
Depois de ouvir que tinha uma vila com uma enorme demanda por herbicidas, nós corremos rapidamente para lá…
Pode ser que seja porque Firo foi excessivamente rápida, mas nós fomos capazes de chegar na região em apenas alguns dias.
“Mestre-” (Firo)
“O que foi?” (Naofumi)
“Uhmm, as plantas aqui são bem loucas-” (Firo) (NT: Ela não fumou nenhuma, juro)
“Huh?” (Naofumi)
Raphtalia e eu ambos olhamos para fora da carruagem.
E quando nós fazemos isso, nós vimos a estrada completamente enterrada em algum tipo de vegetação estilo vinhas se contorcendo.
“Qu-que diabos?!” (Naofumi)
Está avançando lenta e gradualmente, mas a vegetação está definitivamente expandindo seu domínio.
“A vila está…” (Naofumi)
Eu dou uma olhada em volta e noto que tem pessoas se juntando em algum lugar que parece ser um campo de refugiados.
“Firo, vá para aquela direção.” (Naofumi)
“Okay.” (Firo)
Nós fomos para o campo e começamos a armar a loja.
“Certo, quanto eu devo cobrar por esses herbicidas.” (Naofumi)
Eu tenho certeza que eles serão usados numa tentativa de eliminar essas lentamente englobadoras vinhas.
Eu posso ver o que o mercador de acessórios quis dizer quando ele disse que eu faria uma fortuna aqui.
Então, de quanto será o lucro que eu farei.
“Apesar de já talvez ter um especialista lidando com elas aqui.” (Raphtalia)
“Você pode estar certa.” (Naofumi)
Eu saio da carruagem e tento conseguir alguma informação.
Numa nota paralela, eu mudei meu escudo para Escudo de Livro. Eu então mudei o escudo por aí fazendo parecer que eu era só um vendedor viajante qualquer segurando um livro.
Por deixar meu escudo como algo que não se destaca muito, eu posso esconder minha identidade como o Herói do Escudo.
“Eu vim já que eu ouvi que posso vender herbicidas por um bom preço aqui.” (Naofumi)
Eu perguntei para alguém do campo que parecia que tinha alguma autoridade.
“Oh, um comerciante. Isso definitivamente iria ajudar.” (Líder?)
Ele respondeu rapidamente como se ele estivesse esperando por mim.
“Mas o que exatamente está acontecendo aqui?” (Naofumi)
Eu pergunto enquanto olho para a flora invasora.
“O que exatamente… nossa vila foi atingida por uma escassez de comida.” (Líder?)
Ah, agora que eu penso sobre isso, eu de fato ouvi um boato nessas linhas.
Mas Motoyasu não tinha lidado com isso?
“Contudo, nós requisitamos ajuda do Herói da Lança e ele retornou com uma semente milagrosa que tinha sido selada desde tempos antigos. Enquanto ela realmente resolveu nossa fome, ela…” (Líder?)
“Essa não pode ser a semente milagrosa, pode?” (Naofumi)
Eu olhei para as vinhas se aproximando. Agora que eu observo cuidadosamente tem frutas e outros produtos vegetais brotando das vinhas.
Não parece que esse acampamento está tendo qualquer problema com comida, e não parece ter em vista nenhuma medida para ajudar com comida em emergência. As vinhas também aparentam ter batatas enquanto eu noto alguns fazendeiros aproximando as vinhas e cavando elas para fora.
Em outras palavras, os aldeões não tem problema algum com comida, mas por causa das plantas crescerem descontroladamente, eles foram levados para fora de suas casas…
Você é retardado?
Parando para pensar, a semente estava selada, não estava? Tem que ter um bom motivo para ela estar selada ou eles teriam apenas ignorado isso e deixado ela ir.
Então que diabos o Motoyasu estava pensando?
“E também não é um problema fora do crescimento, mas quando você está dentro de onde a vila fica, algumas das plantas se transformaram em monstros.” (Líder?)
Oh, então as plantas podem evoluir.
Você é retardado?
Por que eu preciso me sentir desse jeito num intervalo tão curto de tempo? Sério, aquele cara [Motoyasu] é um gênio em me provocar.
“E é por isso que vocês precisam de herbicida?” (Naofumi)
“Sim.” (Líder?)
Já que eles são fazendeiros, eu tenho certeza que eles sabem sobre controle de ervas e plantas…
“No começo nós estávamos tomados de alegria com toda a colheita que nós estávamos tendo. Mas então começou a crescer dos campos para nossas casas… nós tentamos nosso melhor para tirar ela pra fora, mas ela simplesmente cresceu muito rápido.” (Líder?)
“A propósito, quando isso aconteceu?” (Naofumi)
“Não era um problema até duas semanas depois que o Herói saiu. Mas desde depois de duas semanas atrás…” (Líder?)
“Entendo. Vocês já tentaram reportar isso para o reino?” (Naofumi)
“Nós tentamos. Mas como os Heróis estão todos tão ocupados, vai levar algum tempo até eles chegarem. Então nós só estamos tentando parar ela de se espalhar mais ainda com herbicida.” (Líder?)
Haaaah… antes de eu perceber eu já tinha suspirado.
“Vocês já tentaram tocar fogo em tudo?” (Naofumi)
“Nós já tentamos tudo que pudemos imaginar.” (Líder?)
“Oh, então vocês já tentaram.” (Naofumi)
Eu tenho certeza que eles também chamaram aventureiros para ajudar.
Eu dei uma olhada em volta e vi pessoas com armas que claramente não eram aldeões.
“UWaaaaaaah!” (Aventureiro)
Um grito veio da vila.
“O que está acontecendo?!” (Naofumi)
“Alguns aventureiros disseram que eles iam entrar lá para tentar e aumentar seus levels. Eu tentei impedir eles, mas eles não escutaram. Esse grito deve ter vindo deles…” (Líder?)
O aldeão disse como se ele tivesse desistido deles.
“Droga…! Firo!” (Naofumi)
“Yu-p!” (Firo)
Eu aponto para a vila e Firo, que estava se matando de comer com os produtos das plantas, correu para lá.
Ela então surgiu com tudo das verduras crescidas em excesso segurando 3 aventureiros que estavam em pedaços. (NT: Não literalmente, só levaram muito dano)
“Como isso se parece por dentro?” (Naofumi)
“Uhhm, tinham monstros de planta dentro andando por aí. Tinham alguns bem interessantes que cuspiam veneno e ácido. Esses caras aqui com certeza são burros de entrar lá quando eles são tão fracos–.” (Firo)
“Você não precisava mencionar essa última parte.” (Naofumi)
“Cer-to.” (Firo)
O aldeão ficou embasbacado com a fala fluente da Firo.
“Vo-você é o falado Santo que anda em uma carruagem puxada pelo Pássaro Sagrado?” (Líder?) (NT: Eu acho que é aquele cara ainda)
O aldeão me pergunta agora, cobrindo minhas mãos com as dele.
“Bem, eu não sei sobre um santo, mas eu sou o dono de uma carruagem e um pássaro.” (Naofumi)
“Por favor! Se você puder, nos ajude! Tem algumas pessoas aqui que foram infestadas pelas plantas!” (Líder?)
“Então algumas delas tem capacidades parasitárias, huh…” (Naofumi)
Com um remédio e herbicida em uma mão, eu sou guiado para uma tenda.
Dentro eu vejo algumas pessoas deitadas com metade de seus corpos tomados por plantas.
“Só que eu não sei se eu serei realmente capaz de curar eles. Mas eu não faço caridade aqui, então é melhor vocês terem certeza de pagarem a taxa de tratamento.” (Naofumi)
“Nós vamos…” (Líder?)
Era audível por pouco, mas você podia ouvir pessoas em volta lamentando em voz baixa, ‘se apenas o Herói da Lança não tivesse vindo aqui…’. Isso me fez um pouco alegre.
Em qualquer caso, eu vou para o paciente mais perto que era uma criança dormindo que tinha problemas respirando, e fiz ele beber algum remédio.
Uma luz fraca apareceu, e a respiração da criança voltou ao normal. Eu então espalho o herbicida pelas áreas doentes.
A criança pareceu estar em um pouco de dor, mas as plantas que estavam afligindo ele começaram a morrer e sair. O que resultou parecia uma recuperação completa.
“Oooh…” (Aldeão #1)
“Como esperado do Santo-sama.” (Aldeão #2)
Vozes de admiração começaram a aparecer.
Eu continuei nos outros pacientes, alimentando eles com o remédio e aplicando o herbicida.
Depois de acabar de tratar todo mundo, o ar pelo campo parecia levemente mais animado por algum motivo.
Bem, mesmo que não seja nada grande, eu acho que boas notícias tendem a melhorar o clima.
“Obrigado, muito obrigado!” (Aldeão)
As pessoas aqui me deram sua gratitude.
“Me dê minha taxa de tratamento.” (Naofumi) (NT: E é esse tipo de coisa que me fez gostar tanto dessa novel)
Eu cobrei deles um tantinho acima do preço de mercado.
Eu tenho que ser cuidadoso aqui. Como elas já pediram ajuda do reino aqui, tem um risco muito alto de eu acabar vendo um dos outros Heróis.
Se isso acontecesse então teria uma boa chance desses caras aqui me olharem no lugar com aversão. Os aldeões estão agora me dando o dinheiro deles com sorrisos nos rostos.
“Muito bem, eu vou estar vendendo herbicidas agora. Depois disso, eu irei embora e não terei mais nenhum assunto aqui.” (Naofumi)
“Ah… Santo-sama, se você puder, você poderia por favor salvar nossa vila?” (Aldeão)
“Que diabos?! Por que você não vai pedir para um dos Heróis do país?” (Naofumi)
“Mas…” (Aldeão)
Ugh… os aldeões estão agora se juntando e pedindo em volta de mim como se numa oração.
Eu não sou do tipo de cara que faria qualquer coisa contanto que pedissem. Além disso, eu não tenho nenhuma obrigação em ajudar eles.
“Eu recuso.” (Naofumi)
“Por favor. Se for dinheiro, nós podemos juntar algum.” (Aldeão)
“… Vocês me pagam adiantado. E depois, não importa o que aconteça não venha chorando sobre isso. Agora, me diga tudo que você sabe sobre o selo que o Herói da Lança liberou.” (Naofumi)
Na minha resposta, os aldeões começaram a puxar dinheiro dos seus bolsos e aglomeraram seus fundos. No meio tempo eu tento conseguir o máximo de informação possível.
De acordo com o que eles foram ditos, selado dentro de ruínas próximas estava a semente de um tipo específico de planta, e protegendo ela estava um poderoso guardião.
Sério, vocês não tiveram nenhuma dúvida considerando que tinha a porra de um guardião protegendo essa semente?
Eu tive uma pontada quase incontrolável de gritar isso, mas de algum jeito eu fui capaz de me segurar.
E isso é tudo que conseguiram tirar do que ouviram do Herói da Lança… do Motoyasu.
Pelo que consegui questionando os aldeões, muito tempo atrás essa região era o forte de um alquimista, e foi dito que a uma obra-prima dele estava selada aqui.
E alguns outros detalhes dizendo que algum tempo atrás, essa área toda estava sob o domínio de plantas ou algo assim…
“Se vocês tinham lendas assim, não vão desfazendo selos por aí! Ninguém realmente parou para considerar isso?” (Naofumi)
Todo mundo virou o olhar ao mesmo tempo.
Eu tenho certeza que eles pensaram que era seguro já que um Herói trouxe ela no fim das contas.
Não parece que eu vou conseguir achar nenhuma outra informação útil além disso. E enquanto nós ficamos tendo essas discussões, os fundos finalmente terminaram de ser coletados.
… Essa é uma bela soma de dinheiro.
Já que eu fui pago adiantado, eu posso me livrar e mostrar minha identidade agora.
“Entendido. Eu verei o que eu posso fazer.” (Naofumi)
Eu então mudei meu escudo para um feito para combate: o Escudo de Víbora Quimérica.
“O, o Herói do Escudo?!” (Aldeões)
Eu ignoro as vozes dos aldeões e vou em direção da massa de vinhas.
Atrás de mim seguem Raphtalia e Firo.
Eu amarro o amplo saco de dinheiro que eu recebi no meu quadril, e desço a rua pavimentada com a vegetação invasora.