Demon Lord 2099 – Vol 1 - Prólogo - Anime Center BR

Demon Lord 2099 – Vol 1 – Prólogo

– HISTÓRIA –

FUTURO NÃO ESPERA POR NINGUÉM.

A metrópole ciberpunk Shinjuku—uma maciça cidade-estado enfeitada com sinais néon, imponentes arranha-céus, e a mais recente tecnologia de ponta. É aqui, no ano 2099 da Era Fundida, onde o lendário Lorde Demônio Veltol faz seu segundo retorno, cinco séculos em preparação. Mas esta paisagem não se assemelha em nada à que ele conquistou todos aqueles anos atrás, pois a fusão de magia e engenharia elevou a civilização a alturas deslumbrantes e sem precedentes. Veltol pode ter sido reduzido a uma nota de rodapé histórica, mas não se engane… este novo e audacioso mundo será seu para conquistar!


 

Assim como um dragão faminto não se importa com a vida da carne que devora, aqueles abençoados pelos desenvolvimentos promissores da civilização não se preocupam com os cadáveres sobre os quais sua sociedade foi construída.

—Marco Dolkrait, do livro Minha Ascensão.

Prólogo

Um Fantasia de Espada e Feitiçaria

Mês do Dragão, Dia 12, 1599 EC (Era Continental). O salão do trono da fortaleza invertida no subterrâneo do Castelo do Demônio.
Com um clarão, uma das histórias de Alnaeth chegou ao fim. E que fim majestoso foi.
O golpe da espada prateada do Herói se transformou em um raio de luz que cortou o ar, rasgou o éter, exterminou o mal — e derrubou o Lorde Demônio.
A luta pela sobrevivência entre humanos e seres das trevas; a disputa pelo poder entre mortais e imortais; a batalha final entre o Herói e o Lorde Demônio — este evento, conhecido como a Guerra Imortal, trouxe a vitória para o exército mortal e seu líder, o Herói.
O salão do trono, palco da batalha, agora estava envolto em silêncio. Suas colunas sombrias, mas sublimes, estavam quebradas, o tapete carmesim rasgado, e o trono destruído em pedaços.
Duas sombras permaneciam frente a frente.
De um lado: um jovem humano de cabelos loiros e olhos azuis, vestido com uma armadura prateada e uma capa azul celeste, segurando a resplandecente Espada Sagrada, Ixasorde. Seus olhos brilhavam mais que a própria arma.
Do outro lado: uma criatura fantástica de estatura colossal, com dois chifres tortos saindo de seu crânio dracônico. Em suas mãos estava uma espada de lâmina única, da cor de sua capa, tão negra que parecia ser a própria noite: a Espada Sombria, Vernal.
Um dos chifres pontiagudos estava agora quebrado pela metade, e seu crânio exibia uma ferida massiva com várias fissuras se espalhando a partir dela.
A criatura abriu a boca e fez o éter tremer com três simples palavras:
“Excelente trabalho, Herói.”
Sua voz solene e profunda ecoou pelo salão.
O Lorde Demônio então deixou sua Espada Sombria cair; ela se transformou em uma névoa negra. Seu corpo, cortado ao meio pelo golpe fatal do Herói, começou a desmoronar como folhas secas até que tudo o que restou foi um homem com longos cabelos negros e uma capa da cor da escuridão. Ele imediatamente caiu de joelhos.
Essa era a verdadeira forma do Lorde Demônio.
“Muito bem… Você finalmente me derrotou, Herói. Reconheço sua força e, acima de tudo, sua coragem.”
O elogio do Lorde Demônio era sincero, vindo do fundo de seu coração.
“Entendo.” O Herói fechou os olhos como se estivesse processando o que acabara de ouvir. “Você também era forte… De fato, era…”
“…”
O Lorde Demônio respondeu com silêncio.
Eles eram adversários destinados, arqui-inimigos, nêmesis que se detestavam. Cada um se opunha à justiça do outro. E, no entanto, agora, com a batalha encerrada, suas mentes estavam claras. Eles haviam superado emoções como raiva e ódio.
“Por que eu perdi?” o Lorde Demônio perguntou ao Herói. “Como você me derrotou? Por que… você prevaleceu…?”
Ele era um ser das trevas imortal. Não importava quantas vezes suas extremidades fossem arrancadas, elas logo se regeneravam. Esmagar seu coração ou cabeça não o matava, pois ele contrariava a própria vida. Enquanto sua alma existisse, ele continuaria vencendo a morte. Agora, no entanto, ele estava chegando ao seu fim.
O dano constante da Espada Sagrada drenou sua alma até secar. Sua carne não estava morrendo, mas sim, sua alma estava perecendo.
Ele mal podia se mover. Os últimos vestígios de sua alma esmaeciam. Não havia como evitar seu destino; ele logo se tornaria mera cinza.
“Estratégia, números, até minha própria força… Eu era muito superior a vocês, meros mortais, em todos os aspectos”, disse o Lorde Demônio. “Eu não poderia perder… E, no entanto, perdi. A vitória é sua. Diga-me, Herói. Diga-me por que isso aconteceu.”
O Herói respondeu: “…É a vida.”
“O quê…?”
“Nós temos vida. Podemos parecer insignificantes para seu tipo, nossas vidas muito curtas e passageiras. Talvez seja verdade que você, com vida eterna, seja superior a nós mortais.” O Herói fez uma pausa por um breve momento. “Mas é por isso que fazemos tudo ao nosso alcance para viver essas vidas insignificantes ao máximo. Nossa fraqueza nos impulsiona a ser fortes. É por isso que eu… É por isso que fomos capazes de derrotá-lo. Porque conseguimos ver o valor nos pequenos lampejos da vida. Isso é certo.”
“…Chega das suas piadas. Como se tais tolices pudessem me derrotar…”
“Não é uma piada.”
“Pequenos lampejos da vida…? Você espera que eu acredite nesse lixo?”
O ser imortal, apesar de sua impermanência, não conseguia compreender. Talvez ele pudesse ter entendido o que o Herói queria dizer há muito tempo, mas há tempos havia esquecido.
“Você não precisa acreditar. Nós vencemos. E acredito que nossa vitória é prova suficiente dessa luz que os humanos têm.”
“… Não se esqueça, Herói: onde há luz entre os humanos, também há escuridão. E enquanto essa escuridão existir, eu aparecerei repetidas vezes diante dessa luz, pois eu não sou o Rei Imortal, mas o Rei Invencível.”
“Então eu enfrentarei essa escuridão quantas vezes forem necessárias.” Os olhos do Herói eram inabaláveis, brilhando com esperança.
“Até logo, meu maior inimigo jurado… Herói Gram.”
“Até logo, meu inimigo mais odiado… Lorde Demônio Veltol.”
O Herói ergueu a Espada Sagrada e então a desceu sobre a cabeça do Lorde Demônio Veltol.
O brilho tênue nos olhos do Demônio desapareceu. Seu corpo desmoronou em areia negra antes de desaparecer no nada.
O Herói observou atentamente, como se quisesse gravar a imagem em sua mente. “…Hora de voltar para casa. Todos estão esperando.”
Ele usou a espada para se apoiar, então partiu para um novo dia, um dia repleto de esperança.
Foi o fim.
Ainda assim, o mundo continua.
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